domingo, 8 de junho de 2014

Copaifera spp - Copaíba

Nativa da região amazônica, a copaíba tem seu óleo consagrado na medicina popular no tratamento de gripes, tosses, bronquites, inflamação da garganta entre outras.

  • A Copaíba (Copaifera sp), ou Copaibeira, é uma árvore de grande porte da família Leguminosa e encontrada em todo o Brasil e também na África tropical, Antilhas, Colômbia, Guianas, México e Venezuela.Quando adulta, a copaíba pode atingir de 10 a 40 metros de altura. Suas sementes são propagadas na floresta por diversos pássaros e animais que as utilizam como alimento.
A árvore, também chamada de Pau d'óleo, é facilmente encontrada na mata devido ao forte aroma de sua casca. Chamada de copaíva ou copahu pelos indígenas (do tupi: Kupa'iwa e Kupa'u, respectivamente), o óleo da copaíba, também conhecido por bálsamo de copaíba, é extraído por meio de uma incisão no tronco, jé era bastante utilizado entre os índios brasileiros quando os portugueses chegaram ao Brasil e depois, foi também utilizado pelos jesuítas. 
  • Tudo indica que o uso terapêutico deste óleo veio da observação do comportamento de certos animais que, quando feridos ou picados por insetos e bichos peçonhentos, esfregavam-se nos troncos das copaibeiras. 
Os índios o utilizavam principalmente como cicatrizante e no umbigo de recém-nascidos para evitar o mal-dos-sete-dias. Os índios quando se feriam ou voltavam de suas lutas untavam o corpo com o óleo da copaíba e se deitavam sobre esteiras suspensas e aquecidas para se recuperarem e curarem seus ferimentos. 
  • Já os colonos descobriram outras aplicações terapêuticas, empregando-o como anti-séptico das vias urinárias e respiratórias, no combate da asma brônquica, na prevenção e no combate do tétano e nas afecções da pele (doenças da pele: dermatoses), como a psoríase. A copaíba é incrivelmente poderosa, um antibiótico da mata, que já salvou vidas de muitos caboclos e índios seriamente feridos.
Posteriormente, com a introdução do óleo de copaíba nas farmacopeias (compilações contendo a nomenclatura das drogas, dos fitoterápicos, dos remédios simples e compostos e de artigos farmacêuticos) como remédio antiblenorrágico (combate a blenorragia, doença contagiosa, habitualmente transmitida pelo contato sexual, caracterizada por uma inflamação das vias gênito urinárias, seguida de corrimento purulento e dores durante a micção), sua aplicabilidade se generalizou na medicina popular e passou a ser usado como cicatrizante e anti-inflamatório local; e, internamente, como diurético, expectorante e antimicrobiano das afecções da garganta e das vias urinárias. 
  • Em 1677, o óleo de copaíba já tinha sido registrado na farmacopeia britânica e, em 1820, na farmacopeia americana. A primeira farmacopeia brasileira foi oficializada em 1926.
O bálsamo é uma secreção vegetal complexa, com odor aromático característico, rica em diversos princípios ativos e produzida por várias espécies vegetais. Durante sua formação, o bálsamo é acumulado em cavidades do tronco e, através de furos, é extraído artesanalmente, apenas uma vez ao ano, com auxílio de tubos ou canaletas. 
  • O óleo, de sabor amargo, depois de filtrado, apresenta uma consistência oleosa e tonalidades que variam da cor amarelo-pálida a pardo-esverdeada, às vezes com ligeira fluorescência. Os diversos tipos de óleos da copaíba podem apresentar diferentes características: branco aquoso, amarelo e de cor escura e mais consistente do que outros. 
A quantidade de óleo produzida e a sua consistência dependem de fatores como clima, solo, idade da árvore, estado de saúde do tronco e modo de explorar a árvore.
  • Embora existam várias espécies do gênero copaíba, usadas para a extração do óleo, todas apresentam a mesma indicação medicinal. As espécies mais conhecidas são: Copaifera langsdorffii (região amazônica), Copaifera reticulata (região amazônica), Copaifera officinalis (a mais estudada, encontrada no México, Antilhas, África tropical e no Brasil), Copaifera guianensis (Paraná), Copaifera oblongifolia, Copaifera nítida (em Cuiabá e Minas Gerais), Copaifera coriacea (São Paulo) e Copaifera luetzelburgia.
Diversos de seus componentes apresentam atividade farmacológica cientificamente comprovada, entre os quais se destacam o beta-cariofileno, que possui ação anti-inflamatória e protetora da mucosa gástrica.

Etimologia: 
  • O nome genérico Copaifera significa “o que traz a copaíba”; o epíteto específico trapezifolia é porque as folhas apresentam forma de trapézio.
Nomes vulgares por Unidades da Federação: no Paraná, óleo e pau-óleo; em Pernambuco, pau-d’óleo; no Rio Grande do Sul, copaíba, copaúva, óleo-preto e óleo-rajado; em Santa Catarina, capuva, copaíba, copaúva e copuva, e no Estado de São Paulo, óleo-amarelo; óleo-branco; óleo copaíba e óleo-de-copaíba. Copaifera é um gênero botânico pertencente à família Fabaceae.

Pau-óleo: 
É o nome vulgar das seguintes espécies de plantas:
  • Alchornea triplinervia (euforbiácea)
  • Copaifera lucens Dwyer
  • Copaifera trapezifolia
Ou, ainda, a espécie:
  • Copaifera langsdorffii Desf. - designada como pau-óleo-de-copaíba.
Forma biológica: 
  • Árvore perenifólia. As árvores maiores atingem dimensões próximas de 35 m de altura e 100 cm de DAP (diâmetro à altura do peito, medido a 1,30 m do solo), na
  • idade adulta.
  • Tronco: é reto (muitas vezes perfeito) e cilíndrico. O fuste mede até 20 m de comprimento.
  • Ramificação: é dicotômica. A copa é larga, arredondada, umbeliforme, densa, com folhagem verde-escura intensa.
  • Casca: com até 15 mm de espessura. A superfície da casca externa ou ritidoma é acinzentada, normalmente com manchas brancas, áspera, com fissuras superficiais finas, dispostas longitudinalmente ou reticuladas, com marcas retilíneas transversais que representam as cicatrizes nas alturas das afixações dos pecíolos foliares. A casca interna é amarela-esbranquiçada.
  • Folhas: são alternas, paripinadas e compostas, medindo até 7 cm de comprimento, com cinco a nove pares de folíolos; folíolos com 0,5 a 1,5 cm de comprimento por 0,3 a 0,6 cm de largura, ovados a oblongos, subsésseis.
  • O pecíolo mede de 0,3 a 0,5 cm de comprimento e é glanduloso.
  • Inflorescências: em racemos ou panículas axilares multifloras mais longas do que as folhas.
  • Flores: são esbranquiçadas e pequenas.
  • Fruto: é um legume unisseminado, obliquamente elíptico, medindo de 2,5 a 4 cm de comprimento por 1,5 a 2,5 cm de largura, provido de ponta geralmente transformada em espinho.
  • Semente: é de coloração escura, medindo de 14 a 21 mm de comprimento por 10 a 14 mm de largura, aromática, envolta pelo arilo vermelho.

Frutos da Copaíba

Propriedades Químicas:
  • Porção resinosa (55 a 60%): ácido diterpênicos, ácido copaíbico, ésteres e resinoides.
  • Porção volátil de resina (40 a 55%): óleo essencial que contém Beta-cariofileno (50-52%), Alfa-humuleno, Beta-bisaboleno e menores quantidades de outros oito sesquiterpenos.
Propriedades farmacológicas:
  • Estudos recentes têm demonstrado que a eficiência terapêutica do óleo integral é maior do que as de quaisquer outras partes isoladas da copaibeira. 
Pesquisas in vivo e in vitro têm demonstrado que os óleos de várias espécies de copaíbas apresentam diversas propriedades terapêuticas.
  • Anti-inflamatória e antibiótica natural
  • Poderoso antimicótico (destrói os fungos ou impede seu crescimento)
  • Excelente depurativo do sangue e desintoxicante orgânico
  • Restabelece as funções das membranas das mucosas, o que auxilia no processo de cicatrização
  • Antiedematoso
  • Antitumoral
Anticancerígena. Segundo os estudos realizados pelos pesquisadores do “Instituto de Química” e do “Centro de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas” da Unicamp, o óleo de copaíba apresenta componentes que podem combater nove linhagens de câncer; inclusive células cancerígenas de ovário, próstata, rins, cólon, pulmões, mamas, melanoma e leucemia. Fonte: Jornal da Unicamp – Edição 213 – 19 a 25 de maio de 2003
  • Tripanossomicida e bactericida
  • Em pequenas doses, estimula o apetite, pois apresenta ação direta sobre o estômago
  • Apresenta propriedades antissépticas, tanto tópica quanto internamente, atuando sobre as vias respiratórias e urinárias
  • O óleo essencial é um excelente fixador de perfumes
Ação:
  • Anti-séptica (inibe e combate a ação dos microrganismos infectantes) e cicatrizante
  • No ensaio de atividade antimicrobiana, o óleo integral de copaíba, mostrou-se ativo contra Staphylococcus aureus, Bacillus subtilis e Echerichia coli
  • Carminativa (combate o desenvolvimento dos gases no estômago e intestino)
  • Expectorante (facilita a saída das secreções purulentas das vias respiratórias)
  • Diurética (favorece a secreção urinária; diurese)
  • Laxativa
  • Estimulante e tônica
  • Emoliente (efeito calmante sobre a pele e as mucosas inflamadas, combatendo o ressecamento dos tecidos, conferindo-lhes maciez)
Indicações (Uso Adulto e Pediátrico):
  • Nas infecções e inflamações em geral
  • Anti-séptico e cicatrizante, podendo ser empregado em feridas, eczemas, psoríase, urticária, furúnculos, nas seborreias e irritações do couro cabeludo
  • Afecções das vias respiratórias, como tosse, gripe, resfriados, bronquite e inflamação da garganta
  • Disenteria (infecção intestinal, sobretudo do intestino grosso, que se manifesta por dores abdominais, tenesmo (contratura espasmódica dolorosa do esfíncter anal ou vesical, acompanhada pela sensação penosa e desejo muito forte e contínuo de evacuar ou de urinar) e uma diarreia grave com presença de sangue, pus e muco; pode ser causada por várias espécies de bacilos disentéricos – Shigella – e amebas)
  • Como depurativo do sangue e na desintoxicação orgânica
  • Incontinência urinária, infecções urinárias e cistite (inflamação aguda ou crônica da bexiga)
  • Leucorreia (corrimento esbranquiçado pela vagina; podendo ser causado por uma infecção bacteriana ou por trichomonas)
Contraindicações:
  • Gestação, lactação e pessoas com problemas gástricos. Não aplicar nos olhos e queimaduras
Efeitos Colaterais:
  • Não os apresenta nas doses terapêuticas recomendadas
Superdosagem:
  • Pode provocar vômitos, náuseas, diarreias com cólicas e, em certas partes do corpo, um exantema. Caso esses sintomas ocorram, descontinuar o uso e procurar auxílio terapêutico
Precauções:
  • Em caso de hipersensibilidade ao produto, descontinuar o uso
Interações:
  • Na literatura, não existem registros de quaisquer interações com medicamentos e alimentos
Duração da administração:
  • De acordo com o critério terapêutico. Na maioria das vezes, o produto é bem tolerado pelo organismo e não causa dependência física ou psíquica
Um observação, porém, se faz necessária aqui: os óleos de copaíba vêm sendo vendidos em muitos locais adulterados com outros óleos vegetais, o que contribui para diminuir a sua eficácia terapêutica. Ao adquirir o produto, certifique-se que o óleo de copaíba comercializado é puro e integral. Deve-se combater a automedicação e somente fazer uso de remédios e medicamentos sob a orientação e a prescrição terapêuticas. 

Óleo de copaíba