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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Momordica charantia - Melão de São Caetano

Momordica charantia - Melão de São Caetano

  • O melão-amargo (Momordica charantia) é uma planta medicinal também conhecida como melão-de-São-Caetano, erva-de-São-Caetano, melãozinho, fruto-negro, balsamina (espanhol), pomme de merveille (francês), papailla, balsam pear e bitter melon (inglês), dentre outros nomes populares. Pertence a família das Cucurbitáceas. 
Estudos científicos publicados nos últimos 10 anos mostram que o Melão de São Caetano ou Melão Amargo, apresenta propriedades anti-tumorais e anti-cancerígenas e muitas pesquisas tem sido realizadas a respeito de suas atividades antivirais e no HIV. 
  • O Melão pode ser usado contra todas as doenças de pele, tais como eczemas, acne e doenças por fungos.É ótimo coadjuvante para os diabéticos, pois tem propriedades hipoglicêmicas, reduzindo o índice de glicose no sangue.
Erva da família das cucurbitaceae, também conhecida como erva de São Caetano, fruto de cobra, erva das lavadeira e melãozinho. Trata-se de um cipó herbáceo, de cheiro desagradável, caule sulcado e fino, ramos quadrangulares, folhas palmatífidas, e alternas, flores amarelo-pálidas ou brancas em cachos ou corimbos, solitárias masculino e femininas, e fruto abrindo-se em três válvulas espinhosas, cor-de-ouro, tendo, no interior, as sementes cobertas de um arilo vermelho de 1.6 à 3 centímetros de comprimento. 
  • O fruto é uma cápsula coberta de protuberâncias moles, de consistência carnosa, amarelo-avermelhado quando maduros. As semente são comidas pelas crianças e muito procuradas pelos passarinhos e crianças. Suas folhas clareiam a roupa e tiram machas. Todo o fruto é comestível quando novo. 
O melão-amargo cresce em áreas tropicais, incluindo partes da Amazônia, África Oriental, Ásia e Caribe, sendo cultivada em toda América do Sul para o uso em forma de alimento ou medicamento. A Momordica charantia é uma planta trepadeira, com origem do sul da China e leste da Índia. O seu fruto é oblongo de coloração verde quando fruto novo e muda para uma cor mais alaranjada quando maduro. 
  • As folhas são membranosas, pilosas, lobadas com cinco até sete lóbulos e lisas. Mordica em latim significa mordida, uma referencia as bordas da folha dessa planta, que parece que foi mordida. A Momordica charantia faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), constituída de espécies vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse do Ministério da Saúde do Brasil.
A medicina alternativa através da utilização das ervas medicinais permanece como uma das formas mais comuns de terapia disponíveis às populações de todo mundo. De acordo com a “World Health Organization”, aproximadamente três quartos da população mundial usam atualmente ervas e outras formas de medicina tradicional para tratar das doenças (Rao, 2004).
  • Em países em desenvolvimento 80% da população continua a usar a medicina tradicional na solução dos problemas básicos de saúde. Na década passada, conseqüentemente, várias pesquisas enfocaram na avaliação científica de drogas tradicionais de plantas (Grover, 2004).
Nos países orientais, situados em regiões tropicais e subtropicais, há muitos recursos herbais que são considerados como alimentos e como auxiliares nos tratamentos de saúde, e acredita-se que os hábitos de consumo destas ervas rendem inúmeros efeitos benéficos à saúde humana (Dubick, 1986).

Ecologia:
  • Momordica charantia L. é uma espécie pertencente à família das cucurbitáceas, muitas espécies desta família são comestíveis e reúnem importante valor econômico no Brasil, especialmente aquelas dos gêneros Cucurbita, Momordica, Fevillea e Sechium (Di Stasi, 2002). Possui as seguintes sinonímias: Momordica chinensis, M. elegans, M. indica, M. operculata, M. sinensis, Sicyos fauriei.
É uma espécie vegetal silvestre comumente encontrada em áreas urbanas e rurais, sendo conhecida e utilizada por suas propriedades medicinais (Ribeiro, 2003, Giron et al., 1991; Lans e Brown, 1998). 
  • É usada tradicionalmente na medicina caseira em países como Brasil, China, Colômbia, Cuba, Gana, Haiti, Índia, México, Malásia, Nova Zelândia, Nicarágua, Panamá e Peru (Grover, 2004).
A planta cresce em áreas tropicais na Ásia, na Região Amazônica, no leste da África e nas Ilhas do Caribe. É cultivada em todo o mundo para o uso como planta medicinal (Ahmed, 1998). Este vegetal é cultivado também no sul de Kyushu, Japão, devido ao clima subtropical (Senanayake, 2004).
  • O nome latin Momordica significa “mordida”, referindo-se às bordas da folha que parecem que foram mordidas. É uma planta revolucionária pela sua versatilidade como alimento e em aplicações terapêuticas (Assubaie, 2004).
A forma de erva daninha pode ter sido trazida junto com sementes de outras culturas e transformaram-se em um problema em plantações por todo o mundo (Robinson e Decker-Walters, 1996). É tolerante a um numero variável de ambientes (Lim, 1998) e pode crescer em climas tropicais e subtropicais (Reyes et al. 1994).
  • É uma planta daninha bastante freqüente em pomares, cafezais, sobre cercas e alambrados e em terrenos baldios. Ocorre virtualmente em todas as regiões habitadas do país (Lorenzi, 2000). As práticas culturais são similares ao do pepino (Reyes et al. 1994).
O fruto imaturo do melão amargo é valorizado pelo seu sabor amargo, é geralmente consumido fresco (inteiro ou em fatias), mas pode também ser feito como pickles, conservado em salmoura. São embalados em caixas com 5 quilogramas do produto e vendidos em Melbourne e em Sydney como uma planta medicinal (Vinning 1995).

Botânica:
  • M. charantia é uma planta trepadeira, originária do leste indiano e sul da China, é uma planta monóica com flores amarelas isoladas nas axilas das folhas (Robinson e Decker– Walters 1997). 
Todas as partes da planta, incluindo o fruto, possuem sabor amargo. O fruto é oblongo e assemelha-se a um pepino pequeno, o fruto novo é verde que muda para uma tonalidade alaranjada quando maduro (Grover, 2004).
  • As folhas são membranosas, lisas, pilosas e lobadas com cinco a sete lóbulos (comprimento aproximadamente 3-6 cm); gavinhas simples, longa, delicada, pubescente. As flores amarelas saem das axilas da folha, tem cinco pétalas, são amarelas arredondadas ou recortadas nas pontas e até 1 cm de comprimento, as sépalas são ovais com cerca de 4,5 milímetros de comprimento, possuem pequenos pistilos alaranjados brilhantes e estame no centro (diâmetro aproximado 1,5 cm), são monóicas, as masculinas são solitárias, em pedúnculo com bráctea reniforme, glabros ou ligeiramente pubescentes; corola irregular, amarelo limão; flores fêmeas nos pedúnculos delgados longos de 5-10 cm, brácteas geralmente perto da base. Os frutos abrem como se estivessem estourando, mostrando a casca alaranjada brilhante e a polpa alaranjada contem os arilos vermelhos brilhantes que envolvem as sementes. 
A haste do fruto de comprimento aproximadamente 2,5 cm é pilosa, muito pilosa na extremidade terminal. As sementes são achatadas, oblongas, bidentadas na base e no ápice, coloração creme ou acinzentada (Correa Junior et al 1994, Di Stasi, 2002).
  • Existem três grupos ou tipos horticulturais de frutos, o pequeno, 10-20 cm, 0,1-0,3 quilogramas de peso, verde geralmente escuro, o fruto é muito amargo; tipo longo o mais comercializado na China, 30-60 cm, 0,2-0,6 quilogramas de peso, cor verde com protuberâncias de tamanho médio, ligeiramente amargo; e fruto do tipo triangular, 9-12 cm de comprimento, 0,3-0,6 quilogramas de peso, verde escuro com tubérculos proeminentes, moderado a fortemente amargo (Yang e Walters, 1992).
Cultivo
  • Esta planta se desenvolve bem a uma temperatura mínima de 18° C (Larkcom, 1991), atingindo um estágio ótimo entre 24-27° C (Desai e Musmade, 1998). Tem o crescimento máximo em temperaturas dia/noite 28-35/20-25° C e redução severa no crescimento em temperaturas da noite 16° C, requer mais calor do que as outras espécies de cucurbitáceas para atingir o máximo rendimento (Larkcom 1991), mas é também mais resistente às temperaturas baixas. (Desai e Musmade 1998). 
O pH ótimo é entre 6,0-6,7 (Desai e Musmade, 1998). Se for feita calagem, deve ser feito bem antes da aplicação inicial do fertilizante. Cresce melhor em um solo arenoso drenado, rico em matéria orgânica, mas tolera vários tipos de solos (Cantwell et al. 1996, Reyes et al. 1994). As mudas podem ser produzidas em sementeiras no solo ou suspensas (Lim 1998).
  • O esterco de galinha pode ser usado como fertilizante, enterrando-se e molhado 2-4 semanas antes de transplantar ou de semear, as sementes perdem rapidamente a viabilidade, assim a pré-germinação é recomendada, com exceção da semente muito fresca. Estas devem ser embebidas 24 horas e envoltas em toalha de papel úmido, e em seguida deve ser mantida em um saco plástico 26-29°C para a germinação de um a dois dias (Larkcom, 1991). 
A germinação cessa fora das temperaturas entre 10-50°C (Singh, 1991). A porcentagem de germinação pode ser aumentada embebendo as sementes em 1% KNO3 (Devi e Selvaraj, 1994). As sementes devem ser germinadas em sementeiras ou diretamente no campo se a temperatura estiver alta (Larkcom, 1991). 
  • As plântulas emergem 5-7 dias após a semeadura (Reyes et al., 1994). Requerem a proteção do sol do vento, e do frio excessivo (Desai e Musmade, 1998). O peso da semente varia entre 6.000 (Desai e Musmade, 1998) e 17.000 sementes/kg (Reyes et al., 1994). 
A densidade de plantio deve ser 50cm entre plantas e 2-3m entre fileiras. A melhor densidade de plantas varia com a cultivar, de 6.500 a 11.000 plantas/ha (Reyes et al., 1994) ou de 20.000 plantas/ha (Huyskens et al., 1992).
  • Se o solo for altamente fértil e preparado com bastante matéria orgânica, uma nutrição adicional não tem necessidade (Larkcom 1991). 
Se não adicione Nitrofoska até que a planta alcance a altura da treliça, então pode ser aplicado nitrato de potássio até que floresça. A aplicação do nitrogênio deve ser reduzido durante o aparecimento dos frutos. 
  • A adição de nitrato de cálcio melhora a vida útil, possivelmente solidificando a epiderme e reduzindo a produção do etileno, entretanto, o nitrato é conhecido também por suprimir o florescimento em muitas espécies. As aplicações de N:P:K ao redor 100:50:50 kg/ha são recomendadas por Robinson e Decker-Walters (1996).
Fitoquímica:
  • O fruto e as sementes do melão são amargos, e são usadas tradicionalmente para o tratamento da diabete nos países asiáticos do sudeste (Karunanayake et al., 1984; Platel e Srinivasan, 1997).
Os frutos possuem sementes vermelhas brilhantes devido a um índice elevado de licopeno que pode ser usado como corante natural em alimentos. Por muito tempo foi utilizado na medicina tradicional para muitos tratamentos. 
  • Recentemente, muitos fitoquímicos foram identificados e demonstrados clinicamente, apresentando várias atividades medicinais tais como antibiótico, antimutagênico, antioxidante, antileucêmico, antiviral, anti-diabético, antitumor, aperitivo, afrodisíaco, adstringente, carminativo, citotoxico, depurativo, hipotensivo, hipoglicêmico, imuno-modulador, inseticida, lactagogo, laxativo, purgativo, refrigerante, estomáquico, tônico, vermífugo (Assubaie, 2004).
Os extratos dos vários componentes desta planta foram descritos por possuir a atividade hipoglicêmica, a atividade de síntese de proteínas, anti-tumoral, e a propriedade abortifaciente (Ahmed, 1998). Diversos constituintes incluindo a charantina (mistura de glucosideos de esterol), a vicina (nucleosideo da pirimidina) e a p-p-insulina (polipeptideo) são relatados como os ingredientes ativos com estes fins (Gurbuz, 2000).
  • É usado topicamente para o tratamento de feridas, e internamente, assim como externamente para a eliminação de parasitas. É usado também como o emenagogo, antiviral para o sarampo e a hepatite. Na medicina popular turca, os frutos maduros são usados externamente para cicatrização rápida das feridas e internamente para o tratamento de ulceras pépticas (Grover, 2004).
O uso empírico como erva medicinal para o tratamento da diabete foi confirmada experimentalmente por observações recentes do fruto ou frações extraídas com água deste vegetal, que exibe uma potente atividade hipoglicêmica em normoglicêmicos e em ratos com diabete induzida pela streptozotocina, assim como em humanos com tipo II da diabete mellitus (Leatherdale et al., 1981; Bailey et al., 1985; Welihinda et al., 1986; Ali et al., 1993). O mecanismo desta ação permanece ainda incerto.
  • M. charantia é um vegetal importante em diversos países, o fruta é rica em vitaminas, contem principalmente A, B1, B2 e a vitamina-C, que pode ter em torno de 100mg em 100 g do fruto. 
O fruto contem também diversos minerais (Ca 137,69 mg/100 g fruto fresco, Mg 119,92 mg/100g). Parece ser uma fonte boa de ferro, mas o índice de ferro é somente devido ao elevado índice de ferro dos solos tropicais. Os níveis de minerais traços são baixos (Cu 3.54 mg/100g, Fe 5.97 mg/100g, Zn 3.53 mg/100g). 
  • O fruto contem 93,2 % de água. Os ácidos graxos são 0,76 % da matéria seca com o aeleostearico como principal o ácido graxo na M. charantia. A análise de aminoácidos mostrou a presença de aminoácidos essenciais na proporção adequada exceto a lisina, a cisteina e a metionina (Yuwai et al., 1991).
M. charantia tem como constituintes químicos, triterpenos, proteínas, esteróides, alcalóides, charantina, charina, criptoxantina, cucurbitinas, cucurbitacinas, cucurbitanos, cicloartenóis, diosgenina, ácido elaeosteárico, eritrodiol, ácido galacturônico, ácido gentísico, goiaglicosídeos, goiasaponinas, inibidores guanilato ciclase, gipsogenina, hidroxitriptaminas, karounidiols, lanosterol, ácido láurico, ácido linoléico, ácido linolênico, momorcharasideos, momorcharinas, momordenol, momordicilina, momordicinas, momordicinina, momordicosideos, momordina, momordolo, multiflorenol, ácido miristico, nerolidol, ácido oleanólico, ácido oléico, ácido oxálico, pentadecanos, peptídeos, ácido petroselínico, polipeptídeos, proteínas, proteína ribosoma-inativador, ácido rosmarínico, rubixantina, espinasterol, glicosídeo esteroidal, estigmasta-diols, estigmasterol, taraxerol, trehalose, inibidor tripsina, uracil, vacina, vinsulina, verbascosídeo, zeatina, zeatina ribosideo, zeaxantina, zeinoxantina (Sener, 1998; Miura, 2001 e Ismail, 1999).
Propriedades Químicas:
  • O melão-amargo possui uma série de substâncias químicas, incluindo triterpenos, proteínas e esteroides. Além disso, a momordina, proteína encontrada na planta, têm demonstrado atividade anticancerígena contra o linfoma de Hodgkin em animais. 
Outras proteínas presentes na planta, a alfa-momorcharina, beta-momorcharina e a cucurbitacina B, foram testadas quanto a possíveis efeitos anticancerígenas. Um análogo químico destas proteínas foi desenvolvido e patenteado como “MAP-30″, vez que estudos demonstraram a capacidade de inibir o crescimento de tumores de próstata. Duas destas proteínas, a alfa e beta-momorcharina também têm obtido sucesso em inibir o vírus HIV. 
  • No estudo, as células infectadas tratadas com alfa e beta-momorcharina mostraram uma perda quase completa de antígenos virais, enquanto as células saudáveis permaneceram em grande parte inalteradas. 
O inventor do “MAP-30″ apresentou uma outra patente que afirmou que era útil para o tratamento de tumores e infecções de HIV. 
Princípios Ativo : momordicina, momordicripina e ácido momórdico, alcalóides, triterpenos, proteínas, curcubitacina B, esteróides, saponinas esterodais, charantina, peptídeos, insulino-sememlhantes, componentes ativos ativos, charantina, charina, criptoxantina, curcubitacina, curcubitano, cicloartenol, diosgenina, ácido gentisico, goyalglicosídeos, gayasaponinas, inibidorera de guanilato-ciclase, gipsoláurico, ácido linoleico, ácido linolenico, momocharasideo, momocharina, momordenol, multitiflorenol, ácido oxálico, pentedecanos, peptídeos, ácido petroselínico, ácido rosmarínico, rubixantina, spinasterol, glicosídeos esterodais, estigmatadióis, estigmasterol, taraxerol, trehalose, inibidores da tripsina, uracil, vacina, v-insulina, verbascosídeos, zeatina-ribosídeo, zeaxantina e zeinoxantina,
Os terpenos ou terpenóides:
  • Os terpenos ou terpenóides formam uma diversificada classe de substâncias naturais, ou metabólitos secundários de origem vegetal, especialmente das coníferas, de fórmula química geral (C5H8)n . 
Tradicionalmente eram considerados como derivados do 2-metil-butadieno, mais conhecido como isopreno, uma molécula com 5 átomos de carbono ou unidade C5 . A utilização da então chamada regra do isopreno permitiu classificá-los e estudá-los num primeiro momento, quando inúmeros terpenos foram isolados a partir de plantas superiores, muitos deles com valor comercial. Atualmente sabe-se que terpenos com aroma agradável são extraídos de essências de plantas, outros são a base de medicamentos convencionais ou as plantas que os contém são fitoterápicos, alguns são precursores de vitaminas e outros inseticidas .
  • Estes compostos encontram-se em sementes, flores, folhas, raízes e madeira de plantas superiores assim como em musgos, algas e líquens, enquanto que alguns são encontrados em mamíferos. 
Triterpenos:
  • Pesquisadores de Camarões (África), Paquistão, Alemanha e Botswana (África) publicaram a estrutura de um triterpeno bem bacana, incomum, o ácido duboscico isolado de Duboscia macrocarpa Bocq. (Tiliaceae). A estrutura foi definitivamente determinada por difração de raios-X. 
O composto apresentou atividade inibitória da enzima α-glucosidase, com IC50 de 100 ± 8.1 μM, quatro vezes mais potente do que o controle deoxinojirimicina. A α-glucosidase é uma enzima que se liga a membranas e cataliza a hidrólise de dissacarídeos fornecendo monossacarídeos, que podem assim serem absorvidos no intestino. 
  • A inibição da α-glucosidase constitui uma abordagem válida para a descoberta de substâncias com atividade anti-diabetes.

Momordica charantia - Melão de São Caetano

Toxicologia:
  • Estudos clínicos “in vivo” tem demonstrado existir uma relativa baixa toxicidade de todas as partes do melão-de-são-caetano quando ingeridos oralmente. Entretanto, toxicidade e morte de animais têm sido demonstradas em laboratórios quando os extratos são injetados via intravenosa, como o fruto e a semente demonstrando grande toxicidade comparado com as folhas e as partes aéreas da planta (Sharma, 1960).
Outros estudos têm mostrado que extratos etanólicos e aquosos do fruto e folhas, ingeridos oralmente, são seguras durante a gravidez (Dhawan, 1980 e Prakash, 1976). As raízes foram documentadas, com efeito, de estimulação uterina em animais (Shum et al, 1984). 
Os frutos e folhas têm demonstrado efeito antifertilidade in vivo em animais fêmeas (Stepka et al, 1974 e Koentjoro-Soehadi, 1982) e em machos afeta negativamente a produção de esperma (Jamwa et al, 1962). A maior parte são líquidos odoríferos, reativos e instáveis que se encontram nos óleos das essências e resinas vegetais.

Propriedades Medicinais:
  • Na Amazônia, as populações locais e tribos indígenas cultivam o melão-amargo para utilizá-lo como alimento e medicamento. Medicinalmente, a planta tem uma longa história de uso pelos povos indígenas amazônicos. 
O chá da folha do melão-amargo é utilizada para diabetes, expelir gases intestinais, promover a menstruação, e como um anti-viral contra o sarampo, hepatite e febre. Usado topicamente para lesões, feridas e infecções e, internamente e externamente para vermes e parasitas. 
  • Na medicina herbal brasileira, o melão-de-São-Caetano é utilizado para tratar tumores, feridas, reumatismo, malária, corrimento vaginal, inflamações, problemas menstruais, diabetes, cólicas, febre, vermes. É também usada para induzir o aborto e como afrodisíaco. É um remédio tópico para a pele para tratar vaginite, hemorroidas, sarna, erupções cutâneas, coceira, eczema, hanseníase e outros problemas de pele. 
No México, toda a erva é usada para diabetes e disenteria, sendo a raiz um afrodisíaco renomado. Na medicina natural peruana, as folhas ou partes aéreas do melão-amargo são usadas para tratar o sarampo, malária, e todos os tipos de inflamação. 
  • Na Nicarágua, a folha do melão-de-São-Caetano é comumente usado para dor de estômago, diabetes, febres, resfriados, tosse, dores de cabeça, malária, problemas de pele, distúrbios menstruais, dores, hipertensão arterial, infecções, e como uma ajuda no parto.
Além disso todas as partes do melão-amargo apresentam capacidade de diminuir os níveis de açúcar no sangue, sendo útil para o tratamento do Diabetes mellitus. Essas propriedades químicas que reduzem o açúcar no sangue são encontradas com maior abundância no fruto do melão-amargo e são uma mistura de saponinas esteroides, conhecidas como esteroide-charantina, insulina, peptídeo C e peptídeo insulinotrópico glicose-dependente (GIP), além de alcaloides. 

Indicações:
  • Momordica charantia L. (Cucurbitaceae) é encontrada em abundância no Nordeste brasileiro e as folhas são utilizadas na forma de infusão e cozimento, como antidiarréico e antirreumático (Pramyothin et al., 2006). 
Esta planta é amplamente estudada e possui diversas propriedades farmacológicas. O extrato etanólico obtido das folhas apresentou atividades anti-helmíntica contra Haemonchus contortus (Batista et al., 1999), anti-inflamatória (Farias, 2003), antifúngica em modelo de dermatofitose provocado por Microsporum canis (Braga et al., 2007), cicatrizante (Vasconcelos et al., 2007) e gastroprotetora (Leite et al., 2002). 
  • Os extratos das folhas (aquoso, etanólico e metanólico) apresentaram, também, atividade antimicrobiana (Khan, 1998). Os frutos de M. charantia são bastante estudados pelas propriedades hipoglicemiantes (Kumar et al., 2008; Kumar et al., 2009). Os extratos etanólico (Gürbüz et al., 2000) e metanólico (Alam et al., 2009) obtidos dos frutos demonstraram ser antiulceratogênicos, no entanto o extrato etanólico mostrou-se hepatotóxico (El-Batran et al., 2006). 
Os extratos dos frutos não apresentaram nefrotoxicidade e nem hepatotoxicidade em baixas doses, além de não alterarem o consumo de alimentos, o ganho de peso ou os parâmetros hematológicos (Platel et al., 1993; Virdi et al., 2003). 
  • As doenças hepáticas são consideradas um dos maiores problemas de saúde, sendo o fígado um órgão importante tanto na detoxicação como deposição de substâncias endógenas e exógenas (Sehrawat et al., 2006). Dentre estas substâncias, os efeitos deletérios do álcool sobre este órgão são conhecidos e estão associados a várias doenças. 
Apesar das várias propriedades biológicas de M. charantia não foram encontrados dados na literatura do efeito das folhas sobre a função hepática. Sendo assim, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a atividade hepatoprotetora dos extratos etanólico e hexânico das folhas de M. charantia L., em modelo de lesão aguda induzida por etanol.
  • Inflamações hepáticas, diabetes, cólicas abdominais, problemas de pele, queimaduras com leucorréias purulentas, furúnculos e hemorróidas, triglicerídios, prisão de ventre, tosse, catarro amarelo, febres intermitentes, gripes, faringites como febrífico, edemas inflamatórios como diurético, 
Eczemas, nódulos, abcessos como resolutivos e anti-inflamatórios, oligomenorréias e dismenorréias, como enemagogo e antiespasmódico. Dores articulares em geral como analgésico. 

Ouros usos:
  • Banho de assento:
  • Indicação:
  • Hemorroidas.
Contraindicações:
O melão-amargo reduz os níveis de açúcar no sangue e possui efeitos abortivos e anticoncepcionais.
  • Gestantes, nutrizes e crianças; as sementes contém compostos tóxicos e teratogênicos, não devendo ser ingeridas em grandes quantidades, pois também é abortivo e inibidor da síntese proteica. Também é contra indiciada para pessoas que querem ter filhos. 
Não administrar em diabéticos, pois tem efeitos hipoglicêmicos e portadores de diarréia crônica, pois aumenta o número de evacuações e provoca a diarréia pastosa. As sementes têm compostos tóxicos e não devem ser ingeridas em grandes quantidades. 
  • Causa alterações nos testes laboratoriais do sangue - glicosúria falso-negativo em exames que usem fitas oxidantes-reagentes e reagentes de Benedict; embora não tenha efeitos sobre as leveduras e fungos; seu uso prolongado pode prejudicar a flora bacteriana fisiológica levando ao crescimento de certas leveduras oportunistas, como a cândida. 
Efeitos colaterais: 
  • Causa queda drástica da taxa de glicose sanguínea (hipoglicemia) em poucas horas; pode ter ação teratogênica; in vitro, é um inibidor da síntese proteica; pode causar aborto.
Superdosagem: 
Alguns autores afirmam que meia colherada do sumo do fruto maduro pode matar um bezerro grande em 16 horas, depois de apresentar vômitos e diarréia; constatou-se lesões testiculares em cães e alterações sobre os parâmetros sanguíneos em suínos.

Momordica charantia - Melão de São Caetano