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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Mentha pulegium - Poejo

Mentha pulegium - Poejo

  • Nos países em desenvolvimento as doenças estão relacionadas com a falta de saneamento básico, desnutrição e dificuldade de acesso aos medicamentos (Kumate, 1997). 
Neste contexto e decorrente do uso etnomedicinal, a fitoterapia é amplamente praticada. Entre as plantas medicinais mais utilizadas pela população poucas têm ação comprovada. Contudo, o uso popular tradicionalmente consolidado tem sido utilizado como guia para pesquisas farmacológicas (Elisabetsky, 1987; Babu et al., 1997). 
  • Diversos vegetais têm sido utilizados com fi ns profiláticos e curativos de infecções, entre eles encontram-se aqueles que são objetos deste estudo. Atualmente muitos trabalhos vêm sendo realizados em busca de novas plantas com atividade antimicrobiana. 
Machado et al. (2003) avaliaram 14 extratos de plantas medicinais brasileiras, utilizadas no tratamento de doenças infecciosas, quanto ao seu potencial antimicrobiano frente a microrganismos resistentes de importância médica. O extrato de Punica granatum L. (romã) mostrou-se eficiente contra Staphylococcus aureus resistente a meticilina. 
  • O óleo essencial de Artemisia annua L. foi avaliado quanto a sua atividade antimicrobiana e inibiu o crescimento de uma bactéria Gram positiva Enterococcus hirae e dos fungos testados (Juteau et al., 2002). O óleo essencial das folhas de S. cuminii e Syzygium travancoricum Gamble foram testados para avaliar suas propriedades antibacterianas. 
A atividade do óleo essencial de S. cuminii foi considerada boa, enquanto do S. travancoricum foi moderada (Holetz et al., 2002). A atividade antimicrobiana de extrato metanólico de Artemisia afra Jacq sobre várias bactérias Gram positivas e fungos foi observada por Rabe e Van Staden (1997). 
  • Kalemba et al. (2002) observaram boa atividade antimicrobiana de óleos essenciais obtidos de Artemisia asiatica Nakai, especialmente a fração de monoterpenos, e seus principais constituintes contra bactérias e fungos. Ação antibacteriana também foi observada nas frações flavonoídicas obtidas do extrato de A. annua sobre S. aureus resistente a antibióticos. 
Stermitz et al. (2002) observaram ainda ação sinérgica destas substâncias com berberina (alcalóide) e norfloxacino (antibiótico) as quais, individualmente, não inibiam as bactérias resistentes. Alzoriky e Nakahara (2003), estudando a ação de extrato de A. absinthium sobre as bactérias S. aureus, Bacillus cereus, Listeria, Salmonella e Escherichia coli, observaram MIC variando entre 165 a 2640 mg/mL. 
  • A ação antimicrobiana de óleos essenciais de Mentha suaveolens Ehrh. sobre bactérias Gram positivas e negativas e fungos, foi verificada por Oumzil et al. (2000). Dentre os constituintes aromáticos, o pulegona, foi o que apresentou ação mais potente. Imai et al. (2001) testando a atividade antimicrobiana de óleos essenciais de Mentha piperita L. e Mentha arvensis L., verificaram ação contra as bactérias Helicobacter pylori e S. aureus, tanto linhagens sensíveis como resistentes a antibióticos. 
Perez e Anesini (1994) verificaram a ação inibitória de P. granatum sobre a Salmonella typhi. A ação inibitória de extratos desta planta também foi observada por Prashant et al. (2001) e Pessini et al. (2003) sobre várias bactérias e fungos. Holetz et al. (2002), estudando a ação de vários extratos de plantas brasileiras, observaram que P. granatum apresentou boa atividade contra S. aureus e outras bactérias. 
  • Machado et al. (2003) estudando 14 extratos de plantas usadas tradicionalmente no Brasil para tratamento de doenças infecciosas, verificaram que P. granatum inibiu linhagens de S. aureus sensíveis e resistentes (MRSA) a meticilina, concluindo que estas substâncias apresentam-se potenciais como agentes no tratamento de infecções causadas por MRSA. 
A ação antibacteriana de S. guineense Willd. contra vários patógenos intestinais como Salmonella, Shigella, E. coli e Enterobacter foi observada por Tsakala et al. (1996). Dorman e Deans (2000) testaram óleos essenciais extraídos de Syzygium, constatando ação antibacteriana sobre patógenos de plantas, animais e espécie humana, especialmente os causadores de infecção alimentar. 
  • Resultados semelhantes foram encontrados por Caio e Wu (1996) sobre várias bactérias Gram negativas anaeróbias, causadoras de infecções periodontais. Por outro lado, Burt e Reinder (2003) não observaram efeito inibitório de jambolão sobre E. coli 0157:H7. Djipa et al. (2000) estudando a atividade antimicrobiana de extratos de jambolão sobre vários microrganismos, entre eles, S. aureus, verificaram que esta propriedade foi devida à alta concentração de taninos (77 a 83%). Isto pôde ser comprovado pelo fato de que não mais se observou esta propriedade, quando os taninos foram suprimidos. 
A ação sobre vírus foi verificada por Kashiwada et al. (1998) que testaram o ácido oleanólico obtido de jambolão, observando que provocou interferência sobre a replicação do vírus HIV em culturas de células. Nascimento et. al. (2000), avaliaram a atividade antibacteriana de vários extratos de plantas e fitofármacos sobre bactérias sensíveis e resistentes a antibióticos. 
  • Dentre os extratos utilizados estavam os de P. granatum e de Syzygium jambolanum Lam., sendo que este último inibiu 57,1% dos microorganismos testados, muitos dos quais resistentes a antibióticos. A presente investigação foi realizada para avaliar a atividade antimicrobiana de Artemisia absinthium L. (losna), Mentha pulegium L. (poejo), Punica granatum L. (romã), Xanthosema violaceum Schott (taioba) e Syzygium cuminii L. (jambolão).

O Poejo:
  • O poejo (Mentha pulegium), também conhecido no Brasil como hortelãzinho, é uma das espécies mais conhecidas do gênero Mentha. 
Da família Lamiaceae, é uma perene cespitosa de raízes rizomatosas que cresce bem em locais úmidos ou junto de cursos fluviais, onde pode ser encontrada selvagem entre gramíneas e outras plantas. Os seus erectos talos quadrangulares, muito ramificados, podem chegar a medir entre 30 a 40 cm. 
  • As folhas são lanceoladas e ligeiramente dentadas, de cor entre os verdes médio e escuro. Dispõem-se opostamente ao longo dos talos. As diminutas flores rosadas nascem agrupadas em densas inflorescências globosas. 
É de notar que o óleo essencial do Poejo é venenoso, sendo especialmente perigoso para as grávidas pois pode causar o aborto. Nos cozinhados deve, pois, ser usado em moderação e evitado completamente pelas grávidas. 
  • O poejo é uma erva perene que cresce até 20 centímetros de altura. Tem hastes redondas e lisas, pequenas flores roxas pálidas, folhas ovais, raízes fibrosas rastejantes, sendo considerava uma erva muito aromática. 
Acreditava que o Poejo na antiguidade era usado pelos gregos para purificar águas poluídas. A espécie Mentha pulegium faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), constituída de espécies vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse do Ministério da Saúde do Brasil.

Propriedades Químicas:
  • Composição do óleo essencial: 82,3-85,1% de mentofurano, 2,1-3,8% de limoneno, 3,3-3,9% de b-cariofileno, a-pineno, canfeno, b-pineno, sabineno, b-mirceno, 1-8-cineol, b-ocimeno, g-terpineno, 
O Limoneno:
  • O Limoneno ( IUPAC: 1-metil-4-isopropenilcilohex-1-eno ) é uma substância química, orgânica, natural, pertencente à família dos terpenos, classe dos monoterpenos, de fórmula molecular C10H16, encontrada em frutas cítricas (cascas principalmente de limões e laranjas), volátil e, por isso, responsável pelo cheiro que essas frutas apresentam. 
Industrialmente é utilizado para produzir para-cimeno por deshidrogenação catalítica. Nos últimos anos a sua demanda tem aumentado muito devido ao seu uso em solventes biodegradáveis.
  • Por possuir um centro quiral, concretamente um carbono assimétrico, apresenta isomeria óptica. Portanto, existem dois isômeros ópticos: o D-limoneno e o L-limoneno. A nomenclatura IUPAC correta é R-limoneno e S-limoneno, porém se emprega com mais frequência os prefixos D e L ou alfa e beta.
O limoneno é um terpeno relativamente estável e pode ser destilado sem decomposição, embora a elevadas temperaturas ele seja "craqueado" formando isopreno. Ele oxida-se facilmente em ar úmido produzindo carveol e carvona. Com enxofre, ele sofre deidrogenação a p-cimeno. 

Mentha pulegium - Poejo

Propriedades medicinais: 
  • O poejo, quando usado como tônico, estimula a secreção digestiva. O chá de poejo pode ajudar a promover menstruações atrasadas devido a resfriados, além de ajudar os sintomas de gripes e resfriados e reduzir a febre devido sua ação diaforética. 
O óleo essencial do poejo é obtido através da destilação a vapor da erva fresca ou seca. Na medicina popular, é usado em forma de lavagem para tratar catapora, urticárias, coceiras na pele, sarampo, caxumbas, sumagre-venenoso,psoríase, sarna, herpes. 
  • É embebido para tratar gota. Usado como erva de banho para tratar reumatismo. O óleo essencial do poejo ou a queima da erva é age como repelente. Guirlandas de poejo já foram usadas para tratar vertigens e dores de cabeça.
Digestivo; tônico estomacal; cólicas intestinais; gases intestinais : em 1 xícara de chá, coloque 2 colheres de sopa de folhas e flores picadas e adicione água fervente. Abafe por 10 minutos e coe. Tome 1 xícara de chá, 10 minutos antes das principais refeições. 
  • Afecções bucais (feridas, sapinhos, aftas): coloque 1 colher de sopa de folhas picadas em 1 xícara de chá de água em fervura. Deixe ferver por 5 minutos. Desligue o fogo e abafe por 15 minutos. Coe e adicione 1 colher de chá de bicabornato de sódio. Faça bochehcos, de 2 a 3 vezes ao dia. 
Tosses (expectorante e protetor de mucosa): em 1 xícara de chá, coloque 1 colher de sopa de flores de folhas picadas, 1 colher de sopa de quiabo bem fatiado e adicione água fervente. Abafe por 10 minutos, coe e adoce com um pouco de mel. Tome 1 xícara de chá , de 1 a 3 vezes ao dia. Para crianças dar somente metade da dose. 

Indicações: 
  • Bronquite, cólica estomacal e intestinal (sedativo e gases), dor, gripe, tosse, hidropsia; estimula as funções gástricas, eupéptico, afecções da boca: feridas, candidíase, aftas; Tosses; como expectorante e protetor das mucosas; Estimulante em banhos. 
É uma planta medicinal com efeito digestivo, expectorante, antimicrobiano, antiespasmódico. Seu uso interno faz-se através de infusões e tintura, o uso externo através de folhas secas, pó e infusão

Contraindicações:
  • Se consumido em excesso o poejo pode ser tóxico, devido a uma substância presente nele, a pulegona. É importante seguir as recomendações de especialistas e não ingerir o chá em excesso. Para as gestantes é importante ressaltar que deve ser evitado o uso da planta. Sua substância, borneol, pode ocasionar um aborto natural. 
O poejo não deve ser utilizado durante a gravidez, vez que pode agir um abortivo. Dosagens imprecisas ou automedicação podem causar hemorragias durante a gestação. Também não deve ser usado no caso de doenças renais e hemorragias menstruais pesadas. Pode causar reações alérgicas em peles muito sensíveis. 
  • Doses grandes podem causar vertigens e letargia. O óleo essencial do poejo pode causar dermatite de contato e possui toxicidade. A planta não deve ser utilizada sem supervisão de um profissional da saúde competente.
Outros usos:
  • O poejo ainda, além de ser um ótimo remédio caseiro pode ajudar com o ambiente em sua casa. Você pode prepara sachês perfumados com o poejo para colocar nos armários e em outros ambientes de sua casa. E o procedimento é simples, basta colocar algumas folhas secas em pequenos pedacinhos de pano fino, amarrar firmemente e pendurar onde desejar. 
Além de deixar o ambiente com um cheiro agradável o sachê ajuda a afastar insetos e acabar com o mofo.

Anti-pulgas:
  • Além de servir como remédio caseiro e sachê perfumado, o poejo pode servir de prevenção de pulgas em animais. 
Antigamente, os gregos e romanos, acreditavam que se aplicassem o poejo como chá frio nos pelos dos animais ele acabaria com as pulgas presentes. Esse método é usado por algumas pessoas até o dia de hoje

Mentha pulegium - Poejo