quarta-feira, 4 de junho de 2014

Carapa guianensis - Andiroba

Para quem não sabe a andiroba é uma árvore encontrada na Amazônia, no Pará e na Paraíba cujo fruto produz um óleo que serve como repelente de insetos.

  • É um óleo medicinal usado para vários fins, mas o principal é o de repelente de insetos, principalmente os mosquitos. É muito usado para a confecção de velas repelentes. Para a pele, tem propriedades anti-inflamatória e cicatrizante e é tido como sendo eficaz no tratamento contra acne e espinhas.
A andiroba (Carapa guianensis Aubl. ), também conhecida como andirova, andiroba-suruba , angirova, carapa e purga-de-santo Inácio, é uma árvore da família Meliaceae. O nome deriva de ãdi'roba, termo tupi que significa "óleo amargo" , numa referência ao óleo extraído das sementes da planta. 
  • É reconhecida oficialmente pelo Ministério da Saúde do Brasil como possuidora de propriedades fitoterápicas.
Nomes científicos:
  • Carapa guaianensis e Carapa procera (há pequenas diferenças entre as duas espécies). São ambas usadas medicinalmente.
Classificação científica:
  • Reino: Plantae
  • Divisão: Magnoliophyta
  • Classe: Magnoliopsida
  • Ordem: Sapindales
  • Família: Meliaceae
  • Gênero: Carapa
  • Espécie: C. guianensis
Família:
  • Meliáceas (mesma do cedro, canjerana, mogno e cinamomo).
Propriedades Químicas:
  • Óleos são substâncias de origem animal, vegetal ou microbiana, insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos formadas, predominantemente, por triglicerídeos, os quais são formados pela condensação de glicerol e ácidos graxos (Moreto & Fett, 1998). 
O óleo de andiroba é de grande importância regional, sendo usado para diversas finalidades, entre elas na elaboração de sabões, na área de cosméticos e, devido às propriedades anti-inflamatórias e anti-reumáticas, também é usado como repelente de inseto, para doenças de pele, em contusões e até ingerido na forma de cápsulas para o tratamento de câncer. 
  • O óleo de andiroba é extraído da semente da Andirobeira (Carapa guianensis aubl.) com um rendimento de cerca de 45 % em peso, o óleo cru é espesso, amarelado, muito amargo e tem um cheiro característico, propriedades indesejáveis do ponto de vista comercial, além disto rancifica rapidamente, por isto requer uso rápido, o que limita suas aplicações e reduz ainda mais seu valor (Branch & Silva, 1983, Correa, 1984, Morton, 1981, Van Den Berg, 1983).
Diante destes fatos, verifica-se que é de grande importância desenvolver processos que possam gerar produtos industrializados que visem a agregação de valores. Entre estes processos tem-se a hidrólise, a partir da qual pode-se produzir ácidos graxos livres, acilgliceróis parciais e glicerol, produtos de valor comercial reconhecidamente superior ao do óleo cru.
  • Os processos industriais usados para produzir ácidos graxos são físico-químicos, nos quais utilizam-se pressões de até 700 psi, temperaturas que variam entre 100 e 280 0C e tempos de reação que vão desde 2 até 48 horas. Normalmente, o rendimento destes processos ultrapassa 97%, mas a mistura final deve ser destilada para remover os subprodutos formados durante a reação (Gioielli & Baruffaldi, 1995). 
Além de apresentarem alto consumo de energia, estas condições operacionais drásticas produzem ácidos graxos escuros e uma solução aquosa de glicerol descolorida, além disto, o processo de destilação provoca reações paralelas de polimerização dos ácidos graxos e formação de anidridos, cetonas e hidrocarbonetos (Gioielli & Baruffaldi, 1995, Linfield et al., 1984).
  • Para manter as condições operacionais deve-se fornecer vapor de alta pressão e usar bombas sofisticadas para recalcar o líquido dos tanques de armazenamento para os reatores tipo torres de alta pressão. 
Os custos envolvidos, tanto de capital, como operacional, são altos, por isto, hoje em dia, há grandes esforços para o desenvolvimento de novos processos que sejam mais baratos e mais eficientes, entre os quais encontram-se os processos biocatalíticos, que podem usar a catálise enzimática. 
  • As hidrólises catalisadas por enzimas, especificamente pelas lipases, além de minimizarem a degradação térmica e o consumo de energia, apresentam outras vantagens em relação aos processos químicos convencionais, produz ácidos orgânicos de melhor qualidade, possui menor quantidade de etapas, realiza-se em condições operacionais brandas (muitas vezes ambientes), não acelera a degradação térmica oxidativa e, dependendo da enzima, pode atingir níveis de conversão de até 98% (Gioielli & Baruffaldi, 1995). 
Lipases são enzimas de origem animal, vegetal ou microbiana, classificadas como hidrolases (EC3.1.1.3), que atuam nas ligações ésteres de tri-, di- e monoacilgliceróis e hidrolisam somente ligações acil de lipídeos emulsificados, sendo ativas na interface água/óleo (Belitz & Grosch, 1987, Kilara, 1985).
  • O óleo de andiroba tem uma composição geral representada, principalmente, pelos ácidos palmítico e oléico e, em menor quantidade, pelos ácidos linoleico e esteárico. A fração de matéria não-saponificável é de 2 a 5% e de ácidos graxos insaturados pode atingir até 65%. Estes ácidos graxos insaturados são muito importantes na indústria cosmética, por isto sua transformação química, visando a produção de ácidos graxos insaturados, é tão importante. 
Este trabalho foi desenvolvido com a finalidade de realizar a hidrólise enzimática de óleo de andiroba, a qual foi conduzida em um reator descontínuo, em escala de laboratório e catalisada por enzimas imobilizadas do tipo lipase de Rhizomucor miehei. 
  • Avaliou-se a influência das variáveis independentes pH, temperatura, tempo de residência e agitação na conversão fracional. O óleo bruto foi caracterizado pela avaliação de seus índices físico-químicos e sua composição foi determinada por cromatografia gasosa.

Carapa guianensis - Andiroba 

Características:
  • Árvore de grande porte, que chega a atingir 30 metros de altura. O fuste (parte que vai do solo aos primeiros galhos) é cilíndrico e reto. 
A casca é grossa, tem sabor amargo e desprende-se facilmente em grandes placas, possuindo aplicação na marcenaria, na carpintaria e na medicina popular . Copa de tamanho médio e bastante ramosa. A inflorescência é uma panícula (espécie de cacho). As flores são pequenas, de cor amarela, creme ou vermelha.
  1. O fruto é uma cápsula que se abre quando cai no chão, liberando de quatro a seis sementes. Floresce de agosto a outubro na Amazônia e frutifica de janeiro a maio. Porém, há muitas variações dependendo da região. É nativa da Amazônia. 
  2. O óleo, conhecido como "azeite-de-andiroba" , é extraído das suas sementes e utilizado para a produção de: repelente de insetos, antissépticos, cicatrizantes e anti-inflamatório.
É muito utilizada pelas populações da Região Norte do Brasil. Utiliza-se também em animais que apresentam ferimentos. É aplicado o óleo de andiroba sobre as partes feridas e expostas, evitando a contaminação e aproximação de insetos nocivos.

Origem:
  • É originária da América Central, América do Sul, Caribe e África tropical. No Brasil, ocorre em toda a Bacia Amazônica, principalmente em regiões de várzeas e áreas alagáveis ao longo dos igapós. Também é encontrada desde o Pará até a Paraíba.
Plantio:
  • Em condições naturais, as sementes perdem o poder de germinação rapidamente. Para manter a viabilidade, a melhor forma de armazenamento é em câmara seca ou úmida, acondicionadas em sacos plásticos. 
As sementes são plantadas sem nenhum tratamento em recipientes individuais, contendo substrato rico em matéria orgânica e em ambiente semi-sombreado. A germinação acontece entre 25 e 35 dias depois da semeadura. Em seis ou sete meses, as mudas estão prontas para ir ao campo, onde o desenvolvimento é rápido. 
  • Entretanto, tal qual as outras meliaceas brasileiras, o seu fuste é constantemente atacado pela larva da lagarta Hypsipilla grandella, a exemplo do que ocorre nos plantios de Cedros e Mognos, o que atrapalha o plantio comercial da espécie.
Óleo:
  • O óleo contido na amêndoa da andiroba é amarelo-claro e extremamente amargo. Quando submetido a temperatura inferior a 25°C, solidifica-se, ficando com consistência parecida com a da vaselina. Contém substâncias como a oleína, a palmitina e a glicerina. Possui propriedades anti-sépticas, anti-inflamatórias, cicatrizantes e inseticidas.
Usos:
  • Popularmente, o óleo é utilizado para contusões, inchaços, reumatismos e cicatrizações, esfregando-se sobre o local machucado. Como repelente, há quem passe o óleo sobre a pele e quem queime o bagaço. A vela que está no mercado é feita com o bagaço. 
Deve ser acesa de manhã e à tarde, na hora em que os mosquitos começam a atacar. Na indústria cosmética, usa-se o óleo em sabonetes, xampus e cremes. O óleo é tido como remédio para calvície. Também funciona bem como solvente natural. 
  • Usa-se também como reconstituinte celular da derme, eliminando inflamações e dores superficiais.tem ação purgativa na eliminação de vermes.
Causas de risco de extinção:
  • Principalmente por não ser uma planta muito forte, as chuvas fortes e derrubadas estão pondo em risco a sua sobrevivência. Justamente pelo fato de ser uma planta medicinal, seu risco de extinção preocupa. Faz parte do módulo da vitrine de técnicas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Floresta, num sistema agroflorestal multiestrato.

Óleo de Carapa guianensis - Andiroba