Costus spp - Cana-do-brejo
- A cana-do-brejo (Costus spicatus) é uma planta medicinal também conhecida como cana-branca, cana-do-mato, cana-de-macaco, cana-roxa, jacuacanga, paco-catinga, paco-caatinga, periná e ubacaiá Inclui o sinônimo botânico Costus scaber. Pertence a família Zingiberaceae.
Costus spicatus (popularmente conhecido como cana-de-macaco, cana do brejo , cana-do-mato, cana-roxa, jacuacanga, paco-catinga, paco-caatinga, periná e ubacaiá ) é uma planta da família Costaceae. Originária do Brasil, apresenta propriedades farmacológicas e fitoterápicas e é usada na medicina popular. São frequentemente diferenciados das plantas do gênero Zingiber pelo crescimento espiralar de suas hastes.
- A cana do brejo pouco conhecida, ela cresce nos brejos em sua forma possui róseas com bordas brancas, tubulares, por dentro amarelas brácteas cor de carmim, mais nela há substâncias dignas de um verdadeiro remédio
Curiosidades:
- A cana-do-brejo é uma planta medicinal encontrada em florestas costeiras úmidas. Essa planta possui origem na América do Sul e Caribe, sendo encontrada principalmente na Mata Atlântica e na região Amazônica.
A Costus spp (Costus scaber ou Costus spicatus) faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), constituída de espécies vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse do Ministério da Saúde do Brasil.
- A cana-do-brejo é uma planta perene, não ramificada, ereta, rizomatosa, que pode chegar até 2 (dois) metros de altura. A Costus spicatus possui folhas simples dispostas opostas uma à outra. Eles são lanceoladas com margens inteiras. As flores são tubulares e amarelo e estão dispostas em capítulos.
Etimologia:
- O elemento "cana" é uma referência a sua haste longa e rígida. "Cana-roxa" é uma alusão às suas brácteas roxas . "Jacuacanga" é originário do termo tupi yakua'kãg, que significa "cabeça de jacu" . "Paco-catinga" e "paco-caatinga" são originários do termo tupi pako'wa ka'tinga . "Periná" se originou do termo tupi peri'ná .
Sinonímia:
- Cadalvena Fenzl
- Banksea J. Koenig
Classificação científica:
- Reino: Plantae
- Divisão: Magnoliophyta
- Classe: Liliopsida
- Ordem: Zingiberales
- Família: Costaceae
- Gênero: Costus
- Espécie: C. spicatus
Descrição:
- A cana-do-brejo é uma planta herbácea, de haste dura, com folhas alternas, invaginantes, verde-escuras, com bainha pilosa e avermelhada nas margens. Suas flores são amarelas com brácteas cor-de-carmim.
Espécies:
- Costus arabicus L.
- Costus barbatus Suess.
- Costus chartaceus Maas
- Costus claviger Benoist
- Costus deistellii K.Schum.
- Costus erythrothyrsus Loes.
- Costus guanaiensis Rusby
- Costus lasis Loes.
- Costus lucanusianus J.Braun & K.Schum.
- Costus malortieanus H.Wendl.
- Costus scaber Ruiz & Pav.
- Costus spicatus (Jacq.) Sw.
- Costus spiralis (Jacq.) Roscoe
- Costus spiralis var. spiralis
- Costus spiralis var. villosus Maas
- Costus villosissimus Jacq.
Costus spp - Cana-do-brejo
Propriedades Químicas:
- Ácido oxálico,
- Inulina,
- Taninos
- Matérias pécticas.
O Ácido oxálico:
- Ácido oxálico ocorre naturalmente em inúmeras plantas e animais, principalmente sob a forma de sal. É encontrado normalmente na urina animal e, em casos patológicos conhecidos como oxalúrico, é excretado da urina em grandes quantidades.
O ácido oxálico “é um ácido orgânico saturado, de cadeia normal e relativamente forte, sendo 10.000 vezes mais forte que o ácido acético”1. É uma substância incolor, que cristaliza a partir de soluções aquosas com duas moléculas de água de cristalização.
- Neste estado de diidrato, apresenta ponto de fusão em torno de 189 °C e elevada hidrossolubilidade; também se dissolve com facilidade em álcool comum. Em presença de ácido sulfúrico concentrado (H2SO4), decompõe-se, formando monóxido e dióxido de carbono (CO e CO2, respectivamente) em água.
Sua preparação ocorre hoje sob várias rotas distintas, entre elas estão a utilização como matéria prima da madeira, que é digerida com hidróxido de sódio (NaOH), ou pelo aquecimento rápido do formiato de sódio (NaHCO2) na temperatura de 400 °C, que libera hidrogênio (H2) e forma o oxalato de sódio (Na2C2O4), um sal alcalino.
- É atualmente empregado na química analítica para reconhecimento e dosagem de cálcio, uma vez que reage com este metal formando o oxalato de cálcio (CaC2O4). Possui também vasta aplicação na indústria de tintas de escrever, e ainda na indústria de fotografia, tinturaria e cortumes.
O CaC2O4, cuja fórmula estrutural pode ser vista abaixo, é um dos responsáveis pela formação do cálculo renal, e “está presente nos seguintes alimentos: nabo, amendoim, cacau, feijão, folhas de beterraba, tomate, berinjela, soja e seus derivados, ruibarbo, espinafre, mostarda, chá preto, chá mate.
- Quando se acrescenta leite, açúcar e ovos ao cacau, quando se come abusivamente o feijão, e as hortaliças mencionadas são preparadas muito cozidas ou fritas, há um conjunto de transformações químicas dentro do organismo produzindo o composto ‘oxalato de cálcio’. Isso causa séria deficiência de cálcio enfraquecendo os ossos e formando cristais nos rins”.
Nesse aspecto, a questão é que o ânion oxalato, resultado da perda dos átomos de hidrogênio do ácido oxálico, apresenta forte interação com todos os metais bivalentes, como é o caso do cálcio, dando origem a complexos de baixíssima solubilidade. Dessa forma, o oxalato de cálcio produzido pode precipitar no rim, dando origem a cálculos renais.
Benefícios da cana-do-brejo:
- As partes curativas da plantas utilizadas são o rizoma, folhas, casca e hastes. O rizoma da cana-do-brejo é diaforético, emoliente, tônico, diurético, emenagogo, antilítica e anti-sifilítica. O suco das hastes é tônico, diaforético, emenagogo e depurativo.
As hastes também possuem ácido oxálico. O rizoma tem um aroma parecido com a violeta e o suco desse rizoma é um pouco ácido e mucilaginoso, sendo aproveitado como refresco. A cana-do-brejo pode ser utilizada em forma de chá medicinal, infusão, extrato e outras formas.
- Na medicina popular, a infusão das partes aéreas da cana-do-brejo é usada para tratar a inflamação e dor. O extrato de metanol obtido a partir das folhas da Costus spicatus possui propriedades anti-inflamatórias e antinociceptiva (o efeito antinociceptivo impede que o organismo detecte estímulos lesivos aplicados sobre o mesmo, como é o caso de uma queimadura ou agulhada, por exemplo).
Na Amazônia, a cana-do-brejo é utilizada por ser depurativa e diurética, auxiliando no tratamento de infecções urinárias e na eliminação de pedras nos rins. Quando utilizada em através de infusão, apresenta propriedades diuréticas, febrífugas e emagrecedoras.
- Quando utilizada como suplemento, a cana-do-brejo tem sido apontada para reduzir a inflamação da bexiga, auxiliando na saúde da próstata. Em algumas partes da Guiana, foi registrado que a cana-do-brejo foi usada no tratamento da malária, coqueluche e outras doenças.
Partes utilizadas:
- Rizomas
- Hastes
- Folhas frescas.
Propriedades Medicinais:
- Em forma de infusão, tem propriedades diuréticas, febrífugas e emagrecedoras.Anti-inflamatória dos rins e bexiga, antilítica, antilítica, antidiabética, anti-reumática, aperitiva, calmante das excitações nervosas e do coração, depurativa, diurética, diaforética, emenagoga, estomáquica, febrífuga, resolvente de tumores, sudorífera, tônica.
Indicações:
- É diurética, afecções renais, inflamações da uretra, leucorreia, nefrite, cálculo renal, albuminúria, arteriosclerose, catarro, pedras na bexiga e afecção da bexiga; cistite com dores e dificuldade de urinar, inchaço, diabete, disúria, falta de regras(distúrbio menstrual), febre,gonorreia, hidropisia, inflamação dos rins, insuficiência cardíaca, leucorreia micção sanguinolenta, picada de inseto, reumatismo, rins, sífilis, uretra.
Contra-indicações/cuidados:
- Evitar o uso prolongado, pois pode resultar no surgimento de urólitos (por ser rica em oxalato de cálcio). Evitar seu uso em pacientes com cálculos renais de oxalato de cálcio.
Costus spp - Cana-do-brejo