Explosão nuclear
- Bomba nuclear, tadisodium phthala também chamada de bomba atômica (português brasileiro) ou atômica (português europeu), é um dispositivo explosivo que deriva sua força destrutiva das reações nucleares, tanto de fissão ou de uma combinação de fissão e fusão. Ambas as reações liberam grandes quantidades de energia a partir de quantidades relativamente pequenas de matéria.
O primeiro teste de uma bomba de fissão ("atômica") liberou a mesma quantidade de energia de cerca de 20 mil toneladas de TNT. O primeiro teste de uma bomba termonuclear ("hidrogênio") liberou uma quantidade de energia equivalente a cerca de 10 milhões de toneladas de TNT. Uma arma termonuclear moderna, pesando pouco mais de 1.100 kg, pode produzir uma força explosiva equivalente à detonação de mais de 1,2 milhões de toneladas de TNT.
- Assim, mesmo um pequeno dispositivo nuclear não muito maior do que bombas tradicionais, pode devastar uma cidade inteira através da gigantesca explosão e por incêndios e radiação subsequentes. As armas nucleares são consideradas armas de destruição em massa e seu uso e controle têm sido um dos principais focos da política de relações internacionais desde a sua criação.
Apenas duas armas nucleares foram utilizadas durante uma guerra: quando os Estados Unidos bombardearam duas cidades japonesas no fim da Segunda Guerra Mundial. Em 6 de agosto de 1945, uma bomba de fissão de urânio cujo codinome era "Little Boy" foi detonada sobre a cidade japonesa de Hiroshima. Três dias depois, em 9 de agosto, um tipo de bomba de fissão de plutônio, de codinome "Fat Man", explodiu sobre a cidade de Nagasaki, no Japão. Estes dois ataques resultaram na morte de cerca de 200 mil pessoas — a maioria civis — por causa dos graves ferimentos decorrentes das explosões e da radiação. O papel dos bombardeamentos nucleares na rendição do Japão e se seu uso foi ético ainda são questões que continuam a serem alvos de discussão atualmente.
- Depois dos bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki, armas nucleares foram detonadas em mais de duas mil ocasiões, durante testes e demonstrações. Apenas algumas nações possuem tais armas ou são suspeitos de as terem. Os únicos países conhecidos por terem detonado armas nucleares e que são reconhecidos por possuírem esse tipo de armamento são (em ordem cronológica, de acordo com a data do primeiro teste): Estados Unidos, União Soviética (sucedida como uma potência nuclear pela Rússia), Reino Unido,França, República Popular da China, Índia, Paquistão e Coreia do Norte. Além disso, é quase consenso que Israel também possui armas nucleares, embora o governo israelense não reconheça isso.Apenas um país, a África do Sul, fabricou armas nucleares no passado, mas desmontou todo o seu arsenal após o fim do regime do apartheid, quando o país aderiu ao Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) e aceitou completamente as salvaguardas internacionais.
De acordo com estimativas de 2012, obtidas pela Federação de Cientistas Americanos, existem mais de 17 mil ogivas nucleares no mundo, sendo que cerca de 4 300 delas são consideradas "operacionais", ou seja, estão prontas para uso.
- As bombas atômicas são normalmente descritas como sendo apenas de fissão ou de fusão com base na forma predominante de liberação de sua energia. Esta classificação, porém, esconde o fato de que, na realidade, ambas são uma combinação de bombas: no interior das bombas de hidrogênio, uma bomba de fissão em tamanho menor é usada para fornecer as condições de temperatura e pressão elevadas que a fusão requer para se iniciar. Por outro lado, uma bomba de fissão é mais eficiente quando um dispositivo de fusão impulsiona a energia da bomba. Assim, os dois tipos de bomba são genericamente chamados bombas nucleares.
Fissão nuclear:
- São as que utilizam a chamada fissão nuclear, onde os pesados núcleos atômicos do urânio ou plutônio são desintegrados em elementos mais leves quando são bombardeados por nêutrons. Ao bombardear-se um núcleo produzem-se mais nêutrons, que bombardeiam outros núcleos, gerando uma reação em cadeia.
Estas são as historicamente chamadas "Bombas-A", apesar de este nome não ser preciso pelo fato de que a chamada fusão nuclear também é tão atômica quanto a fissão. O isótopo mais utilizado para sofrer fissão nuclear é o urânio-235, o qual ao capturar um nêutron transformasse em U-236 durante muito pouco e então sofre fissão.
Hiroshima ( Após o Bombardeio de 1945)
A Arábia Saudita investiu em projetos de desenvolvimento de armas nucleares paquistanesas e que crê que poderia obter armas nucleares quando quiser, revelaram várias fontes à BBC.
Fusão nuclear:
- Baseiam-se na chamada fusão nuclear, onde núcleos leves de hidrogênio e hélio combinam-se para formar elementos mais pesados e liberam neste processo enormes quantidades de energia. Bombas que utilizam a fusão são também chamadas bombas-H, bombas de hidrogênio ou bombas termonucleares, pois a fusão requer uma altíssima temperatura para que a sua reação em cadeia ocorra. A bomba de fusão nuclear é considerada a maior força destrutiva já criada pelo homem, embora nunca tenha sido usada em uma guerra.
Oficialmente, a mais poderosa Bomba de fusão nuclear já testada atingiu o poder de destruição de 57 Megatons - conhecida como Tsar Bomba - em um teste realizado pela URSS em outubro de 1961. Esta bomba tinha mais de 5 mil vezes o poder explosivo da bomba de Hiroshima, e maior poder explosivo que todas as bombas usadas na II Guerra Mundial somadas (incluindo as 2 bombas nucleares lançadas sobre o Japão) multiplicado 10 vezes.
Bomba suja:
- Bomba suja é um termo atualmente empregado para designar uma arma radioativa, uma bomba não-nuclear que dispersa material radioativo que fica armazenado em seu interior. Quando explode, a dispersão de material radioativo causa contaminação nuclear e doenças semelhantes às que ocorrem quando uma pessoa é contaminada pela radiação de uma bomba atômica. As bombas sujas podem deixar uma área inabitável por décadas.
Um exemplo prático do que pode acontecer no caso de um lançamento de uma bomba suja foi o bombardeamento da Usina Nuclear iraquiana (Israel bombardeou o reator nuclear iraquiano de Osirak em 1981 e que causou a morte de milhares de crianças iraquianas). Após o bombardeio por Israel, pessoas apresentaram problemas respiratórios irreversíveis e contaminação corporal intensa vindo a falecer ou desenvolver sintomas cancerígenos irreversíveis.
- A bomba suja, mesmo com poucos quilos de lixo atômico, quando dispersados diretamente na atmosfera, pode ocasionar uma nuvem de material radioativo e envolver uma cidade inteira provocando a morte de milhares de pessoas.
Bomba de nêutrons:
- Uma última variante da bomba atômica é a chamada bomba de nêutrons, em geral um dispositivo termonuclear pequeno, com corpo de níquel ou cromo, onde os nêutrons gerados na reação de fusão intencionalmente não são absorvidos pelo interior da bomba, permitindo que escapem. As emanações de raios-X e de nêutrons de alta energia são seu principal mecanismo destrutivo.
Os nêutrons são mais penetrantes que outros tipos de radiação, de tal forma que muitos materiais de proteção que bloqueiam raios gama são pouco eficientes contra eles. As bombas de nêutrons têm ação destrutiva apenas sobre organismos vivos, mantendo, por exemplo, a estrutura de uma cidade intacta. Isso pode representar uma vantagem militar, visto que existe a possibilidade de se eliminar os inimigos e apoderar-se de seus recursos.
Armas nucleares táticas ou de uso tático:
- São armas nucleares de pequeno poder explosivo, geralmente na faixa de 0,5 a 5 quilotons. Geralmente seu uso tático é muito específico e envolve utilizar apenas uma das principais formas de energia liberada pela bomba, o poder de destruição e calor ou o PEM (pulso eletromagnético). Mesmo com poder explosivo reduzido, estas armas têm efeito radioativo, o que sempre dificultou seu amplo emprego.
O uso de armas nucleares táticas seria destinado principalmente para o emprego contra as forças armadas do adversário. Esta função seria de importância maior se as forças-alvo se encontrassem próximas às forças que estão lançando a bomba, já que isto impediria o uso de uma arma de grande poder destrutivo que pudessem atingir também a força lançadora.
- Também são empregadas como ogivas das cargas de profundidade nucleares, para uso anti-submarino a grandes profundidades.
Durante a Guerra Fria este tipo de arma chegou a ser usada como ogiva em mísseis ar-ar pelas forças armadas dos Estados Unidos e URSS. O objetivo deste tipo de míssil era seu uso contra bombardeiros estratégicos de altas altitudes, onde o pulso eletromagnético da arma era mais eficaz para danificar os equipamentos eletrônicos dos bombardeiros adversários do que a própria onda de choque da explosão da bomba, minimizada pelo ar rarefeito.
- Atualmente são substituídas com vantagens por outras armas convencionais que produzem pulsos eletromagnéticos ou grande quantidade de calor e pressão. As bombas de pulso eletromagnético, ou bombas de energia direta como o JSOW, que produz uma descarga eletromagnética de micro-ondas direcionadas, substituem as armas nucleares táticas na função de danificar equipamentos eletrônicos, de computação ou comunicação em pequenas áreas.
Quando o objetivo é simplesmente destrutivo, podem ser substituídas pelas bombas termo báricas mais poderosas, que mesmo sendo armas convencionais, produzem poder de destruição equivalente a 1 quiloton, sendo que Estados Unidos e Rússia já anunciaram possuir armas termo báricas com poder destrutivo equivalente a 5 e 11 quilotons respectivamente. A Rússia já utilizou armas termo báricas contra bunkers subterrâneos na Chechênia e os Estados Unidos utilizaram este tipo de armamento no Afeganistão e no Iraque.
Administração, controle e legislação:
- A Agência Internacional de Energia Atômica foi criada em 1957 para encorajar o desenvolvimento pacífico da tecnologia nuclear, enquanto promove salvaguardas internacionais contra a proliferação nuclear.
Devido ao imenso poder militar que esse tipo de armamento pode conferir a quem o possui, o controle político das armas nucleares tem sido uma questão chave desde que elas existem; na maioria dos países o uso da força nuclear só pode ser autorizado pelo chefe de governo ou chefe de Estado.
- No final de 1940, a falta de confiança entre os Estados Unidos e a União Soviética impediam a realização de acordos internacionais de controle de armas. O Manifesto Russell-Einstein foi publicado em Londres em 9 de julho de 1955 por Bertrand Russell, no meio da Guerra Fria. Ele destacou os perigos colocados pelas armas nucleares e pediu aos líderes mundiais que busquem resoluções pacíficas para os conflitos internacionais. Os signatários do manifesto incluem onze intelectuais e cientistas proeminentes, como Albert Einstein, que o assinou poucos dias antes de sua morte, em 18 de abril de 1955. Poucos dias após o lançamento, o filantropo Cyrus S. Eaton ofereceu para patrocinar uma conferência, o manifesto,, em Pugwash, Nova Escócia, terra natal de Eaton. Esta conferência foi a primeira das Conferências Pugwash sobre Ciência e Negócios Mundiais, realizadas em julho de 1957.
Na década de 1960 estavam sendo tomadas medidas para limitar tanto a proliferação de armas nucleares para outros países e os efeitos ambientais de testes nucleares. O Tratado de Interdição Parcial de Ensaios Nucleares (1963) restringiu todos os testes nucleares à testes subterrâneos, para evitar a contaminação do meio ambiente pela radiação nuclear, enquanto que o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (1968) tentou colocar restrições sobre os tipos de atividades que os seus signatários poderiam participar, com o objetivo de permitir a transferência de tecnologia nuclear não militar para os países membros, sem medo de proliferação de armas.
Nagasaki (1945)