terça-feira, 19 de agosto de 2014

Memória da água-Homeopatia

Finalmente, pesquisas científicas estão cada vez mais próximas de demonstrar que a água é capaz de guardar “memória” de plantas e outros campos energéticos que entram em contato com ela, mesmo em frações muito diminutas.

  • A vida da água merece memória? Memória em forma de livro na estante? Pingo D’Água Serenoso Orvalhado do Antúrio acredita que sim. Sobretudo em tempos que ameaçam a integridade hidrológica da Terra. Serenoso nasceu num recanto sombreado de mata densa, para o doce prazer da reflexão. Tão sensível à poesia era ele, que ao refletir sobre o amor que dedicou a Begônia, ou sobre a luta que travou na Campanha de Salvação das Águas Rasas, ou sobre os transtornos que lhe valeram ser internado, discriminado, despejado e, num infausto momento da existência, filiado à gangue dos Transbordados do Tietê, inspirou-se nos versos de Camões: “Sôbolos rios que vão por Babilônia me achei...”
Sistemas dinamizados (SD) têm sua origem através da interação entre dois processos: diluição e agitação. Alguns autores têm sugerido que o processo de preparação é capaz de alterar as propriedades físicas e químicas da água, como veremos. Entretanto, nos dias de hoje, pouco se conhece acerca dos SD, em parte porque a própria dinâmica da água, assim como suas propriedades físico-químicas, não são completamente compreendidas. Esse fato vem dificultando a consolidação da homeopatia como ciência nos parâmetros tradicionais, tanto no meio acadêmico quanto entre os leigos. A homeopatia foi criada há mais de 200 anos pelo médico alemão Cristiano Frederico Samuel Hahnemann, sendo considerada por este a mais perfeita forma de curar. Entretanto, ele afirma, no parágrafo 28º do seu principal livro, O Organon da Arte de Curar: 
“[...] pouco importa qual seja a explicação científica de como ele [o fenômeno homeopático] ocorra e dou pouca importância às tentativas para explicá-lo” . 
A Hahnemann interessava ver o seu paciente curado de forma suave e duradoura, quando submetido à terapêutica homeopática. Entretanto, nos dias de hoje, somos cada vez mais cobrados acerca da principal polêmica que perdura em pleno século XXI: Qual o mecanismo de ação do medicamento homeopático? Como explicar o fenômeno das altas diluições e entender a dinâmica das soluções isentas de ativos? 
  • O reputado cientista francês Jacques Benveniste, com a teoria conhecida como “Memória da Água”, formulou uma hipótese, que teria sido comprovada por ele através de um modelo experimental de granulação de basófilos humanos induzida por anti-soro anti IgE diluído em concentrações acima do número de Avogadro. Segundo essa teoria, a água seria capaz de armazenar informações sobre compostos nela diluídos. Entretanto, desde a publicação original na revista Nature até os dias de hoje, não foi possível comprovar que, de fato, quando ultradiluímos a água na presença de um ativo, seja ele de origem animal, mineral ou vegetal, as características deste ativo são mantidas pela água e que por isso detectamos respostas biológicas típicas da substância utilizada como ponto de partida.
Recentemente, vários artigos foram publicados em Homeopathy, o único periódico dedicado exclusivamente á homeopatia indexado na base Medline, onde técnicas sensíveis como a termoluminescência, a espectroscopia de Raman, a calorimetria de fluxo, a condutividade elétrica e a impedância elétrica [6] foram empregadas para avaliar o comportamento físico-químico dos sistemas dinamizados. O que esses trabalhos acrescentam à polêmica sobre a memória da água? Novidades muito interessantes, tais como diferenças nos espectros de termoluminescência entre altas diluições de cloreto de lítio 3, 5, 7 e 9 cH, comprovando que quanto mais diluída a solução, maior é o sinal detectado. Esses estudos conduzem a novas teorias e colocam a homeopatia dentro de um cenário bastante promissor, que vem sendo impulsionado por estudos em variadas áreas do conhecimento, não publicados por pesquisadores necessariamente homeopatas, e que conferem cada vez mais estatuto científico à homeopatia. A leitura dos artigos publicados no volume especial da Homeopathy dedicado à “Memória da Água” nos faz concordar com as palavras de seu editor, Peter Fisher, quando afirma: “Fica muito trabalho, ainda, por ser feito, mas neste estágio, podemos dizer uma coisa com certeza: a asserção de que a homeopatia é impossível porque a “memória da água” é impossível é errada”. É nesse sentido que temos conduzido nossas pesquisas com sistemas dinamizados. Não há como negar o efeito do medicamento homeopático, nem tampouco afirmar que um sistema biológico apenas conseguirá responder a estímulos, sejam eles convencionais ou homeopáticos, se existirem moléculas quimicamente detectáveis. Isso definitivamente não é verdade! O “fenômeno” existe, nos resta agora entender como ele funciona! Mas, como fazer isso? Submetendo os sistemas dinamizados aos estudos clássicos da ciência convencional atual. Levar a homeopatia para o cenário acadêmico, introduzi-la em nossas pós-graduações stricto sensu, formando mestres e doutores em homeopatia, pode ser um caminho a seguir.
  • Nosso grupo, trabalhando com parâmetros físico-químicos, tais como condutividade elétrica, pH e índice de refração, evidenciou que altas diluições de Euphorbia tirucalli L. (aveloz) [12] e de quimioterápicos como o sulfato de vincristina, quando estocadas por até 3 meses a temperatura ambiente, modificam de maneira significativa alguns desses parâmetros. Verificou-se, ainda, que na ausência do ativo, ou seja, quando é diluída a água sozinha, essas soluções apresentam um comportamento anômalo que modifica os parâmetros físico-químicos em estudo.
Em contrapartida, quando as diversas diluições são preparadas na presença do ativo, o sistema se comporta de forma diferente e isso parece diminuir a liberdade da água para se rearranjar em diferentes clusters. Esses estudos nos têm levado a pensar duas hipóteses principais: os parâmetros físico-químicos são suficientes para diferenciar sistemas dinamizados e suas diluições? 
A avaliação de parâmetros físico-químicos, na ausência de indicadores biológicos, pode contribuir para a compreensão da dinâmica de soluções homeopáticas?
  • Outras questões têm sido levantadas, como por exemplo, o tipo de vidro utilizado para experimentos com sistemas dinamizados. Alguns autores acreditam que os estudos de condutividade elétrica apenas podem ser realizados com vidros especiais, classificados segundo a Farmacopeia Norte-americana, como vidros tipo I (Corning® Pyrex® 7740). Esses vidros são compostos por borosilicato (80.6%) e traços de óxidos (0.1% de K2O), possuem alta resistência a ácidos e álcalis, sendo ainda resistentes a elevadas temperaturas. Entretanto, não são esses os vidros utilizados por nossas farmácias homeopáticas: o alto custo e a dificuldade de aquisição têm feito a maioria das farmácias trabalharem com vidros tipo III, os quais são compostos de borosilicato, óxidos alcalinos, como Na2O (8.6%), Al2O3 (5.9%), CaO (0.8%), K2O (1.2%), 
BaO (2.5%) e outros [14]. Dessa forma, os estudos de condutividade elétrica com altas diluições devem ser conduzidos com vidros “especiais” ou com aqueles tradicionalmente utilizados em farmácias com manipulação?
  • O processo completo de preparação de soluções homeopáticas foi proposto por Hahnemann com a finalidade de reduzir a toxicidade das substâncias e desenvolver a sua força medicamentosa [1]. Para substâncias solúveis, o processo consiste em uma série de diluições e agitações sequenciais, a partir de uma solução inicial, em um insumo inerte adequado. Enquanto a Farmacopeia Homeopática Brasileira estabelece o número de 100 sucussões para cada diluição [15], outros países usam 10, 50 ou mais de 100.
A pergunta que muitos homeopatas fazem é: será que, então, todas essas diluições são equivalentes? 
  • Nesse sentido, por exemplo, experimentos têm sido conduzidos comparando a agitação mecânica com a agitação manual, ambas utilizadas pelas farmácias homeopáticas no preparo de soluções homeopáticas. Na prática, verificamos que a agitação mecânica dá origem a muitas bolhas na solução, as quais não se formam com a mesma intensidade através da via manual. Sabemos que as bolhas aumentam a área superficial de contato e a formação de gases pode afetar fortemente a dinâmica dos líquidos, o que talvez se reflita em parâmetros como a condutividade elétrica. De fato, Rey associou as alterações obtidas nos espectros de termoluminescência de soluções preparadas mecanicamente à formação de nanobolhas.
Entretanto, quando estudamos o comportamento de soluções diluídas e agitadas de sulfato de vincristina, verificamos que a condutividade destas soluções, quando comparadas à da água pura dinamizada, são equivalentes, não existindo diferenças significativas nos valores de condutividade elétrica para as soluções preparadas manual ou mecanicamente. Esse comportamento foi evidenciado tanto para o vidro tipo III quanto para o tipo I, numa série de experimentos realizados por nosso grupo, ainda não publicados.
  • Em contrapartida, ambos os sistemas tendem a um aumento significativo nos seus valores de condutividade elétrica, proporcional ao envelhecimento das soluções. Esses resultados vão de encontro a outros obtidos por Elia e colaboradores em estudos prévios de condutividade elétrica Entretanto, até o presente momento nenhum trabalho demonstrou correlação entre essas alterações na condutividade e a atividade da solução medicamentosa. A pergunta, então, é: será que a condutividade elétrica pode ser um parâmetro para o controle de qualidade dos sistemas dinamizados? 
Estudos nesse sentido encontram-se atualmente, em desenvolvimento em nosso laboratório. Para tentar responder essa questão particular, estamos avaliando paralelamente o comportamento físico-químico de altas diluições e a atividade antitumoral de Euphorbia tirucalli L. (aveloz), através de leituras de condutividade elétrica, índice de refração, pH e estudos de viabilidade celular por MTT respectivamente.O momento atual é propício para o desenvolvimento de novos modelos sejam eles físico-químicos ou biológicos. A homeopatia está cada vez mais ocupando lugar de destaque no Brasil, fato comprovado através da Portaria 971 do Ministério da Saúde, que a incluiu dentro da Política para as Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). Espera-se que esta Portaria venha a ganhar força e que o governo brasileiro cumpra com algumas das diretrizes previstas, dentre as quais destacamos: abertura de editais que fomentem as pesquisas na área; incentivo à criação de farmácias homeopáticas públicas; implementação do serviço de homeopatia no Sistema Único de Saúde (SUS). Quando isso acontecer, talvez novos grupos venham a se juntar à nossa luta, desenvolvida ainda com poucos recursos financeiros e humanos, mas repleta de intrigantes perguntas e dúvidas, que precisam ser sanadas ou justificadas, com base na metodologia científica atual.

Homeopatia:
  • Em homeopatia, memória da água refere-se à capacidade da água reter propriedades de substâncias que nela estiveram diluídas, mas não encontram-se mais ali. A teoria foi publicada pelo imunologista Jacques Benveniste na revista Nature em 1988. Este efeito é conseguido por meio da dinamização, processo em que as substâncias diluídas em água são agitadas vigorosamente (sucussão), utilizando técnica descritas em Farmacopeias para transferir sua energia para a água.
A pesquisa publicada na Nature foi feita utilizando soluções diluídas dos anticorpos IgE e verificando se essas teriam o mesmo efeito de uma solução não diluída dos mesmos anticorpos sobre os basófilos. A equipe de Jacques Benveniste observou os mesmos efeitos , mas tais resultados foram depois contestados pela equipe de revisão mandada pela revista.

Funcionamento:

Diluir e fazer sucussão formam um análogo a hidratos de clatrato que podem multiplicar-se. Portanto formam-se estruturas chamadas de nano-cristaloides a partir de minerais, vegetais e animais diluídos na água ou álcool. Estes nano-cristaloides emitem sinais eletromagnéticos que podem interagir com as células de um organismo. Uma pequena molécula da tintura original fica retida dentro de uma estrutura chamada de nano-bolha, formada pelas ligações de hidrogênio das moléculas da água. Os movimentos da sucussão fazem estas estruturas colidirem o que forma uma espécie de hiper-próton ou buraco branco onde não existe matéria, mas a capacidade de emitir radiação sim (Trítio tipo β).

Resultados não reproduzíveis:

Após a publicação na revista Nature, a mesma mandou uma equipe para verificar se a equipe de Jacques Benveniste poderia reproduzir os resultados publicados. Os resultados foram reproduzidos, mas um dos pesquisadores da revista reparou que a equipe tinha o conhecimento de quais eram as soluções com anticorpos e quais eram as diluídas. Após tomarem medidas para que a equipe não tivesse tal conhecimento, não houve diferença dos resultados entre as soluções diluídas e não diluídas.

Memória da água-Homeopatia