segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Gases Tóxicos

Grande parte das mortes ocorridas nos incêndios é produzida pelo CO 
(monóxido de carbono).

  • Nos diversos ambientes, muitos deles existentes no subsolo, como galerias, esgotos, os porões nas edificações, tanques etc., pela natureza de seus projetos e finalidades, ou pela falta de medidas de segurança em alguns, estão sujeitos à presença de agentes contaminantes, gases e vapores inflamáveis.
Por essa razão, antes de se iniciar qualquer operação torna-se necessária a adoção de medidas adequadas para a eliminação dos perigos existentes. Os procedimentos previstos para permitir o ingresso e o trabalho de pessoas autorizadas nesses ambientes estão explicitados na Norma Regulamentadora Nº 33, publicada no Diário Oficial da União no dia 27 de dezembro de 2006, fruto da Portaria do Ministério do Trabalho e Emprego, sob nº 202, datada de 22 do mesmo mês.
  • Advertência: Em nome e em benefício da segurança humana todos os espaços confinados devem ser considerados como potencialmente perigosos, a não ser que haja comprovação da eliminação dos riscos decorrente da adoção de medidas técnicas.
Medidas de segurança:
  • Medidas preventivas imediatas: são os primeiros cuidados necessários a serem observados quando uma equipe de atendimento chega ao local do acidente e/ou vazamento, e para os quais deve estar atenta. Por exemplo: necessidade de evitar contato com o produto, evacuação da área, etc.
Equipamentos de proteção individual (EPI):
  • São os recomendados pelo manual do CHRIS. Entretanto, foi feita uma pesquisa adiciona, para se adaptar os equipamentos recomendados e usados ao mercado nacional. Tendo em vista que, um acidente tanto pode envolver vazamentos com altas concentrações do produto derramado, como pode gerar apenas emanações, são descritos neste tópico os dois tipos de equipamentos recomendados para as duas situações. A diferença básica está no equipamento de proteção do sistema respiratório.
Riscos ao fogo:
Ações a serem tomadas quando o produto entra em combustão: 
  • São feitas recomendações quanto ao tipo de agentes extintores a serem usados, bem como o tipo de resfriamento adequado.
Comportamento do produto no fogo: 
  • Descreve o comportamento característico do produto no caso de aumentar significativamente o seu perigo em situações de fogo, tais como: formação de fumaças densas, nuvens de vapor inflamável e possibilidade de polimerização e explosão.
Produtos perigosos da reação de combustão: 
  • Para o caso de ocorrência de reação de combustão, são descritos os casos em que a decomposição do produto gera gases tóxicos ou irritantes. Também é mencionada a formação de tais gases por simples evaporação.
Agentes de extinção que não podem ser usados: 
  • São os agentes não recomendados no combate ao fogo por serem ineficazes ou por reagirem com o produto químico gerando um perigo adicional.
Limite de inflamabilidade no ar: 
  • São as concentrações de vapor ou de gases no ar, abaixo ou acima das quais a propagação da chama não ocorre. 
  • Inferior: É a concentração mínima abaixo da qual a quantidade de vapor é muito pequena (mistura pobre) para queimar ou explodir. 
  • Superior: é a concentração acima da qual a quantidade de vapor é muito grande (mistura rica) para queimar ou explodir. 
  • Os limites de inflamabilidade são expressos em porcentagem por volume de vapor no ar. Para qualquer gás, 1% em volume é igual a 10.000 ppm (partes por milhão).
Ponto de fulgor: 
  • É a menor temperatura na qual um líquido combustível ou inflamável desprende vapores em quantidade suficiente para que a mistura vapor-ar, logo acima de sua superfície, propague uma chama a partir de uma fonte de ignição. Os vapores liberados a essa temperatura não são, no entanto, suficientes para dar continuidade a combustão. A pressão atmosférica influi diretamente nesta determinação.
Temperatura de ignição: 
  • É a temperatura mínima na qual o produto irá queimar sem que uma chama ou faísca esteja presente. É algumas vezes chamada de T (Temperatura) de auto-ignição.
Taxa de queima: 
  • O valor apresentado é a taxa (em milímetros/min), na qual a profundidade de uma poça do produto líquido diminui enquanto ele queima.
  • Taxa de evaporação (éter=1): 
A taxa de evaporação foi determinada tomando-se como referência a taxa de evaporação do éter etílico, cujo valor é igual a 1. Quanto maior o número apresentado, menor é a taxa de evaporação. Por exemplo: o benzeno tem uma taxa de evaporação igual a 2,8; isto significa que ele leva 2,8 vezes mais tempo para evaporar que o éter etílico. NFPA (National Fire Protection Association (37): é o sistema recomendado para a identificação de perigos de fogo em materiais. 
  • Prevê informação de advertência básica para o combate ao fogo em plantas industriais e estocagem. Esta classificação tem como parâmetros os itens: perigo à saúde, inflamabilidade e instabilidade, avaliados do grau 0 (zero) a 4 (quatro). 
Os perigos:
A mistura de contaminantes perigosos são muito comuns. 

Dentro de um mesmo ambiente podem-se encontrar, ao mesmo tempo, riscos respiratórios, explosões, incêndios etc. Portanto, as atmosferas ali encontradas podem ser inflamáveis, tóxicas ou asfixiantes. Entre os contaminantes perigosos existentes no ar incluem-se os seguintes:
  • Gases Combustíveis, como o gás liquefeito de petróleo, gás natural, acetileno etc;
  • Vapores de combustíveis e solventes líquidos: nafta, gasolina, querosene e outros hidrocarbonetos;
  • Gases provenientes da fermentação de material orgânico: metano, dióxido de carbono, hidrogênio, gás sulfídrico;
  • Gases de combustão: dióxido de carbono e o monóxido de carbono liberados pelos escapamentos dos veículos automotores;
  • Gases e substâncias voláteis existentes nos sistemas de drenagem industrial;
  • Gases decorrentes de incêndios e explosões;
Explosões:
  • Não há duvidas de que todos nós estamos bem conscientes dos perigos das explosões provenientes da existência de gases e vapores combustíveis. É muito importante se ter em conta que esses gases são combustíveis numa progressão de seu volume na mistura com o ar a partir de um ponto denominado Limite Inferior de Explosividade – LIE. 
A mistura é explosiva até alcançar outro ponto, o Limite Superior de Explosividade – LSE, acima do qual não há mais ar suficiente para gerar a combustão.
  • A composição da mistura gás/ar que se situa entre o LIE e o LSE varia de acordo com o gás. Os que têm uma faixa muito ampla entre o LIE e o LSE, como o hidrogênio, 4% e 75%, são os mais perigosos. Já que os explosímetros não estabelecem nenhuma diferença entre os gases monitorados, as precauções aqui descritas são aplicadas a todos os gases e vapores inflamáveis.
Toxicidade:
  • Os gases tóxicos, alguns dos quais sem nenhum odor, podem trazer consequências fatais ao trabalhador, mesmo em baixas concentrações. O monóxido de carbono – CO - por exemplo, pode ser letal a ¹/10 de 1% e perigoso a ¹/50 de 1%, devido ao acúmulo no corpo quando o trabalhador está exposto de maneira contínua.
Alguns gases, como o gás sulfídrico – H2S -, geram efeito paralisante no sentido do olfato ao penetrar no organismo. Isto faz com que níveis fatais de sua concentração passem despercebidos por causa da total “ausência” de odor. Portanto, a única precaução segura está na adoção de métodos de medição. 

A amônia:
  • A amônia é um gás alcalino, oxidante e tóxico. Sua densidade é quase metade da densidade do ar e tem um odor característico. O nível de segurança máxima é 25 ppm (ACGIH) e 20 ppm pela NR 15 e, a sua alcalinidade torna altamente reativos com os gases ácidos e o cloro e, a sua presença em atmosferas contendo outros gases é frequentemente mascarado por este. O nível imediatamente perigoso a vida e a saúde (IPVS) para o gás amônia é de 300 ppm (IDLH).
A amônia é inflamável com um limite inferior de explosividade (LIE/LEL) de 15%. Ele é produzido em grandes quantidades em todo o mundo para fornecer fertilizantes, ureia para resinas, explosivos e fibras (como nylon). É também usado como um gás refrigerante e essa aplicação tem aumentado com o desaparecimento dos CFCs. Geralmente se utiliza sensores eletroquímicos para detectar esse gás mas também pode ser utilizado detectores por fotoionização (PID).

O diborano:
  • O diborano tem um limiar de odor entre 2 e 4 ppm, o que é significativamente maior do que o limite de exposição de 0,1 ppm. Exposições de baixo nível prolongadas, tais como aqueles que ocorrem no local de trabalho, pode levar à fadiga olfativa e tolerância de efeitos irritantes de diborano.
Tal como outros gases tóxicos, o diborano, não é sentido pelo olfato humano em concentrações que ofereçam risco e por isso é tão perigoso.
O diborano é mais leve que o ar e sua exposição pode resultarem problemas na pele, vias respiratórias e mucosas e irritação nos olhos em áreas com pouca ventilação ou fechados. O diborano é utilizada em propulsores de foguetes, como vulcanizador de borracha, como catalisador para a polimerização de hidrocarbonetos, e como um agente de dopagem para a produção de semicondutores.

Mascara de proteção contra gases

Asfixia:
  • A presença de gases e vapores asfixiantes pode provocar a deficiência de oxigênio. A atmosfera normal contém próximo de 21% de oxigênio. Em que pese os reflexos negativos sentidos na coordenação motora e no raciocínio, podemos considerar que 16% de oxigênio é a concentração mínima necessária para sustentar a vida, a OSHA estabeleceu 19,5% como limite mínimo e 23,5% como limite máximo parâmetros que são adotados no Brasil para que se possa trabalhar nos espaço confinado.
Apesar de haver gases mais leves do que o ar, há uma grande quantidade de outros que são mais pesados, como o gás liquefeito de petróleo, o propano e outros hidrocarbonetos. Estes gases permanecem em certas depressões do solo para em seguida fluir para diferentes pontos baixos, sejam galerias, porões etc. onde criam situações de perigo.
  • Outros gases gerados pela decomposição de vegetais ou resíduos animais podem chegar igualmente a esses ambientes. Esses gases têm geralmente alto teor de dióxido de carbono, pouco oxigênio e quantidades variadas de metano e provocam a queda de oxigênio.
A deficiência de oxigênio também pode ser provocada pela absorção preferencial do oxigênio pelos sedimentos terrestres, pela oxidação de metais em áreas úmidas e fechadas. Atividades como as inertizações também provocam a queda de oxigênio.
  • A presença do nitrogênio gera a queda do oxigênio por diluição. Felizmente, as situações de perigo geradas pela deficiência de oxigênio podem ser detectadas pelas medições. O instrumento que quantifica o oxigênio é o oxímetro.
Procedimentos de segurança:
Todo trabalhador deve:
  • Conhecer os gases que ocasionalmente possam estar presentes em sua área;
  • Receber treinamento para operar detectores de gás;
  • Submeter-se a provas de que está apto a fazer medições com precisão.
  • Só trabalhar com instrumentos e lanternas intrinsecamente seguras.
Inspeções:
  • Convém que cada empresa leve a cabo inspeções e avaliações em seus espaços confinados como forma de exercer um rígido controle de seus riscos, muitos representados por gases e vapores inflamáveis e tóxicos. 
O cadastramento dos espaços confinados é determinação da NR 33, e isto inclui o conhecimento da configuração e os riscos específicos de cada um deles. O conhecimento da situação facilita em muito a aplicação dos procedimentos de entrada e trabalho quando se fizerem necessários, naturalmente dentro de obediência irrestrita às determinações da Norma.

Os acidentes mais comuns:
Devido às condições atmosféricas internas;
  • Explosão ou incêndio;
  • Eletrocussão;
  • Soterramento;
  • Engolfamento;
  • Afogamento;
  • Queda;
  • Ruído
  • Vibração
  • Radiação
Os acidentes típicos decorrem dos trabalhos de inspeção, reparos ou substituição de peças, limpeza, pintura, solda, corte, instalação de equipamentos como bombas, motores transformadores, cabos elétricos e telefônicos no subsolo etc. Até mesmo nas operações de resgate e salvamento, ocasionados pelas características de determinados ambientes e de circunstâncias que vão desde o estado emocional ao espírito de solidariedade.
Incêndio gerador de gases toxico