sábado, 20 de setembro de 2014

O Concreto Biológico

Concreto biológico 

  • O Grupo de Tecnologia de Estruturas da Universidade Politécnica da Catalunha desenvolveu uma espécie de concreto que tem a capacidade de fazer crescer naturalmente organismos vegetais.
Trata-se de uma mistura de dois tipos de cimento, um convencional e outro com base de fosfato de magnésio. O material, ideal para ser utilizado em fachadas, oferece vantagens como a redução de CO2, o aumento do conforto térmico, além do fator estético.
  • Este tipo de concreto é o suporte ideal para o crescimento de micro algas, fungos, liquens e musgos. O objetivo do Grupo de Tecnologia é encontrar uma forma de acelerar o crescimento destes organismos e, assim, obter um aspecto mais verde para o concreto em menos tempo. Além disso, a ideia é que estas fachadas mudem de cor durante o ano, tornando evidente a mudança das estações e como isso se manifesta na vegetação.
Para que este material funcione de maneira ideal, modificou-se certos parâmetros, como a rugosidade e porosidade das camadas mais externas. Pode-se dizer que este material é um componente de múltiplas camadas, com uma primeira estrutural, em seguida a impermeabilização e em seguida uma camada biológica, que permite o crescimento de organismos. Finalmente, uma camada de revestimento que permitirá a captação da água pluvial e evitará seu desperdício.
  • Este concreto biológico permite vantagens como a absorção de CO2, controle térmico no interior dos edifícios graças a este substrato que capta a radiação solar, e, além disso, suas características estéticas. Este concreto verde é pensado para que possam se desenvolver diferentes áreas de colônias vegetais, deste modo, pode-se criar fachadas personalizadas com diferentes tons e padrões. O material pode ser utilizado tanto em edifícios novos como em outros já existentes graças à simplicidade de sua construção.
O objetivo é criar prédios com "fachadas vivas", de forma a melhorar o conforto térmico interno e evitar gastos de energia com aquecimento e ar-condicionado, dependendo da estação. Segundo a equipe, a incorporação dos microrganismos no próprio concreto oferece vantagens ambientais, térmicas e ornamentais em relação a outras técnicas de arquitetura verde. 
"A inovação deste novo concreto é que ele se comporta como um suporte para o crescimento biológico natural e o desenvolvimento de certos organismos biológicos, particularmente certas famílias de algas, fungos, líquens e musgos," afirmam Antonio Aguado e seus colegas da Universidade de Granada. 
"A ideia é também que as fachadas construídas com o novo material mostrem uma evolução temporal por descoloração, dependendo da estação do ano, bem como da família de organismos predominantes. Com esta técnica podemos evitar o uso de outras vegetações, para evitar que as raízes estraguem a construção," concluem. 

A nova fórmula do concreto traz bactérias inofensivas aos humanos, que entram em ação com o simples contato com a água, criando calcário e consertando as infiltrações por conta própria.

Cimento com semente:
  • Para viabilizar o projeto, equipe desenvolveu uma técnica para o crescimento acelerado dos microrganismos a partir de materiais à base de cimento. 
  • O primeiro protótipo usa um derivado carbonatado do cimento Portland tradicional, de forma a obter um pH em torno de 8. 
  • O segundo protótipo usa um cimento de fosfato de magnésio, um aglomerante que é ligeiramente ácido, dispensando tratamento para redução do pH. 
  • Para garantir a colonização do material pelos microrganismos, os pesquisadores também ajustaram a porosidade e a rugosidade do concreto. 
  • O processo foi patenteado, mas os pesquisadores trabalham ainda para acelerar ainda mais o crescimento dos líquens - o objetivo é que a fachada verde fique atraente em no máximo um ano depois do término da construção. 
Concreto biológico:

O concreto biológico consiste de uma placa de concreto, que faz o papel de elemento estrutural, à qual são adicionadas três camadas:
  • A primeira é de impermeabilização, evitando que a umidade passe para dentro do edifício. 
  • A segunda é a camada biológica propriamente dita, com uma estrutura interna que permite a captação de água da chuva para os musgos e líquens. 
  • Por último, é aplicada uma camada de impermeabilização inversa, que garante a manutenção da umidade na segunda camada.

Concreto biológico