A Construção Civil e a Educação Ambiental

Telhado Bioclimático

• Segundo um estudo de um grupo de alunos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), as telhas fabricadas a partir de PET reciclado (politereftalato de etileno ou o plástico usado em garrafas de refrigerante) apresentam vantagens em relação aos telhados de cerâmica. A manufatura de telhas a partir do PET é um dos destinos dados ao material após a reciclagem.

Segundo o último censo da Abipet (Associação Brasileira da Indústria do PET) o Brasil recolheu cerca de 260 quilotoneladas do plástico em 2009, e tem a segunda maior taxa de recuperação de garrafas no mundo, perdendo apenas para o Japão.

• O processo de fabricação das telhas de cerâmica exige exploração de área natural para a retirada do barro. Além disso, com o tempo, esse material tem maior probabilidade de formação de mofo e fungos. Como o plástico é sintético, isso não acontece nas telhas de PET.

De acordo com a pesquisa ‘Utilização de Telhas de PET Reciclado na Construção Civil’, os modelos de plástico são capazes de resistir a temperaturas mais altas do que as de cerâmica. Enquanto os telhados convencionais suportam uma temperatura de até 50°C, a alternativa de PET suporta uma máxima de 85°C. 

• Apesar das vantagens ambientais das telhas de PET, o custo das de cerâmica ainda é mais baixo. Os preços mais altos dos telhados de plástico são justificados por conta do alto custo de produção, que ainda acontece longe dos grandes centros urbanos e usa técnicas novas no processo de transformação do material. 

No entanto, a diminuição nos custos para o construtor será na estrutura necessária para a sustentação das telhas, visto que estas são mais leves comparadas com as de cerâmica.A construção civil, particularmente no que tange a produção de edificações, segundo CEOTTO (1998):

 " ___ pertence ao time dos mais atrasados da economia __ ", apresentando altas taxas de desperdício, grande numero de acidentes no trabalho, qualidade e produtividade que muitas vezes deixam a desejar_ 0 autor comenta ainda que, as " ... causas desse atraso são muitas e compreensíveis e tem sua origem nos desencontros da economia brasileira nesse Ultimo seculo ... ". 

Estas afirmações devem gerar preocupação, pois o impacto das edificações sobre o meio e muito grande, por estarem presentes em praticamente todos os setores da economia.

• A aplicação da ecoeficiencia na construção civil, sem duvida pode trazer grandes melhorias, como reforça ANDRADE (1998b), as " ... empresas ... estarão dando qualidade superior aos seus empreendimentos, do ponto de vista mercadológico".

Os profissionais responsáveis pelos projetos das edificações devem avaliar adequadamente a real necessidade dos usuários, quanto a: sistemas hidráulicos, sistemas elétricos, sistemas de condicionamento de ar, entre outros, buscando em todos os casos proporcionar a maior eficiência e menores custos de operação. 

• E importante notar que nero sempre o menor custo construtivo ou de implantação de um sistema levara a um menor custo de operação pois, as vezes um equipamento mais caro ou um material de qualidade melhor, pode proporcionar um menor custo de operação e manutenção da construo;:lio, e consequentemente maior eficiência. 0 ideal e conciliar eficiência e custo. 

A utilização de novos materiais e técnicas tambem pode levar a ganhos de eficiência e diminuição do impacto das construções, como as técnicas de construção a seco, novos revestimentos, tipos de tijolos produzidos com os mais diversos materiais, uso de pre-moldados, novos aditivos para concretos, aquecedores solares, madeiras provenientes de florestas plantadas, materiais reciclados,e equipamentos de uso industrial e domestico, que direta ou indiretamente se utilizem dos conceitos ecológicos ou da ecoeficiencia, especialmente hoje em dia com a grande variedade de materiais disponíveis no mercado.

• O ideal da busca pelo maior e melhor desempenho possível com o menor custo, tem se espalhado pelo mundo, e a previsão e que os que a ignorarem e não tentarem alcançar este objetivo, acabarão perdendo cada vez mais espaço no mercado. 

As novas tecnologias trazem mais opções técnicas e de materiais, e por isso e necessário estar atualizado como mercado, bem como atento as tentativas e experiencias de outras empresas e profissionais do setor (no Brasil e no exterior), e centros de pesquisa, sempre buscando formas de melhora-las. 

• Para tentar diminuir o impacto ambiental de novas construções, BUENO (1999) expõe um novo conceito, o de "ecovilas", que pretende, " ... minimizar o impacto que uma construção causa ao meio ambiente ... ", e salienta algo importante que foi perdido durante os passos do desenvolvimento das edificações, as técnicas antigas, que foram praticamente abandonadas nas edificações contemporâneas, e que com este conceito são " ... resgatadas e aliadas a modernas tecnologias mais ecológicas, buscando a auto suficiência em energia, água , alimentos e reciclagem de lixo".
• Alguns princípios da "eco casa", segundo BUENO (1999), são: minimização ao máximo possível o " ... impacto ambiental no local e fora dele"; utilizar " ... o máximo de matérias-primas existentes no próprio local da obra" e " ... o minimo de materiais industrializados, dando preferencia a utilização de materiais reciclados"; buscar a máxima autossuficiência em energia, água e alimentos através de " ... energia solar eólica, hidráulica, captação de água de chuva"; e reciclar " ... o máximo possível os resíduos produzidos pela construção, águas servidas e o lixo produzido ..,. .
• Em países mais desenvolvidos, segundo ( 1998 ), associações de " ... arquitetos e designers . . . dos Estados Unidos e Canada - mantem bases de dados e outros tipos de informações para seus associados ... ", e ate dispõem de programas especiais de computador que " ... permitem o design de projetos para o desenvolvimento sustentável de comunidades ... ".

Porém, conforme lembra BORDIN (1999), a busca por habitações que causem menos impacto sobre o ambiente, não e algo que são completamente esquecido, mesmo no Brasil.

Existem pessoas que pesquisam, aplicam e tentam difundir estes conceitos, como e o caso do IDHEA (Institute para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica), que " ... se propicie a trabalhar na difusão de tecnologias sustentáveis e de baixo impacto nas construções, e tambem na capacitação de profissionais como engenheiros, arquitetos e ambientalistas par a atuação nesse novo mercado".

A viabilidade da aplicação dos conceitos de eco-eficiência, na construção civil, pode ser verificada através da economia e beneficios provenientes da seleção e racionalização de materiais e recursos empregados, comparados com os gastos que seriam necessários com a aplicação de materiais e conceitos tradicionais da produção de edificações. 

• Devem ser levados em consideração o consumo energetico e os custos de manutenção, durante a vida útil do imóvel. Para que a aplicação do conceito de ecoeficiencia traga beneficios a construção e aos usuários e importante o gerenciamento adequado de todo o processo, do projeto a construção, incluindo a gestão economica do empreendimento.

A auto-construção e muito significativa no Brasil, tanto que corresponde a uma parte considerável do consumo dos materiais para construção civil, e geralmente e realizada sem o acompanhamento de um profissional habilitado. 

• Assim, a disseminação das técnicas que gerem economia de materiais não devem atingir somente os engenheiros e arquitetos, mas ser difundidas por eles entre os seus funcionários, que muitas vezes estão presentes na construção informal, sem que isto signifique a diminuição da importância dos profissionais habilitados, mas sim uma valorização do profissional, das técnicas construtivas e do ambiente.

A Construção Civil e a Educação Ambiental 

A industria da Construção Civil na área de edificações:

• A construção civil, " não e uma das consequências do desenvolvimento, mas, indubitavelmente, uma de suas causas mais importantes" (MASCARO & MASCARO, 1980).

Como praticamente todos os setores da economia, as edificações tambem apresentam:

 " ... forte vinculação com o processo de desenvolvimento econômico, uma vez que este se apóia numa determinada intervenção no espaço fisico para adapta-lo as novas necessidades criadas por esse processo" (MASCARO & MASCARO, 1980). 

Alem do que, e importante notar que:

" ... Complexo da Construção Civil integra atividades empresariais, publicas e privadas, de diversos setores da economia de um pais movimentando parcela significativa do seu Produto Interno Bruto. construção civil movimenta grande quantidade de recursos, públicos ou privados, gerando milhões de empregos diretos e indiretos" (ARGOLLO FERRAO, 1995).

O setor da construção civil desempenha ações complexas, engloba um grande numero de profissionais e tem sua atividade composta por diversas etapas, que deve visar um produto final, de qualidade e seguro para os usuários. Segundo CUNHA, SOUZA & LIMA (1996) o processo da construção civil:

"... pode ser dividido em três etapas: concepção, execução e utilização da obra ... " e frisam ainda que problemas numa dessas etapas, podem ser decorrentes ".. . das ações humanas, tais como a falta de capacitação técnica do pessoal envolvido no processo (tanto na etapa de concepção como nas de execução e de manutenção, utilização de materiais de baixa qualidade ... " (no caso citado pelos autores mais no tocante a acidentes estruturais, mas que pode ser estendido como consequência de outros defeitos da construção).

Para MELHADO (1999), um:

" ... empreendimento de construção de edifícios possui quatro fases principais, que compreendem: a montagem da operação; o projeto; a execução e entrega da obra; o uso, operação e manutenção do edifício", o autor salienta que " ... 

Enquanto no Brasil a ligação entre as fases e extremamente fraca, na França, existe um esforço constante para se garantir a continuidade e a coerência entre elas, na busca de uma eficiência global e de resultados cada vez melhores quanto a qualidade".

Um dos grandes problemas, a falta de qualificação adequada da mão de obra, segundo AZEVEDO, GIL & BATISTA (1983), tem como um dos principais responsáveis a propria atividade de construção, com sua " ... alta taxa de rotatividade de mão de obra e a natureza sazonal das diferentes etapas que compreendem o desenvolvimento da atividade." A falta de uma politica nacional que exija a formação minima dos empregados da construção civil e um dos fatores que contribui para que esse problema persista.

Um estudo solicitado pela Escola do Serviço Nacional da Industria - SENAI "Orlando Laviero Femaiuolo", e realizado em construtoras da área de edificações, para avaliar o perfil dos mestres-de-obras, e descrito por AZEVEDO, GIL & BATISTA (1983), e mostra apesar de algumas ocupações necessitarem de instrução em nive! de 1° Grau," são poucas as empresas que exigem esse nivel de escolaridade, sugerindo que a experiencia prepondera sobre a escolaridade formal:

" Segundo dados apresentados por MASCARO & MASCARO (1980), com base em estudo realizado em São Paulo, "... os analfabetos e quase analfabetos ... representam 19,7% sendo 54,4% os operários que apresentam instrução deficiente ... ", atualmente estes dados podem ter se alterado devido a alguns programas de alfabetização foram mais amplamente empregados por algumas empresas, porem auxiliam na visualização da formação media dos operários da construção civil.

A baixa instrução da mão de obra empregada na construção civil, muitas vezes com pouca qualificação e em alguns casos sem qualificação alguma, acaba dificultando a aplicação de métodos mais modernos de construção que poderiam levar a uma maior produtividade e economia. Porem, apesar da dificuldade, deve-se estimular a qualificação profissional, inclusive com incentivos a instrução básica, de todos os funcionários envolvidos nos processes de construção.

Para HERVE NETO (1999), o problema da ma qualificação não esta apenas no mercado fornecedor, " ... de pouca estrutura organizacional, com funcionários pouco instruídos e conscientes ... ", o que segundo ele toma " ... ainda mais dificil demonstrar qualidade''.

Os desperdícios de material, de mão de obra e atrasos, cansados pela má gerencia em projetos e construções, aumentam os custos para os diferentes e usuários. Atualmente as novas condições do mercado, altamente competitivo, onde busca-se a maior produtividade possível impulsionam. 

Segundo ASSUMPÇÃO (1999}, " ... a procura por novos procedimentos gerenciais, principalmente os de planejamento de obras", e isso "... pode ser constatado pela mobilização setorial, que através de suas entidades de classe tem promovido discussões entre empresários e entidades de ensino e pesquisas . ".

Porem as dificuldades não estão so nas obras, mas tambem no desenvolvimento dos projetos, que muitas vezes são elaborados de forma pouco pratica para a execução, algumas falhas geradas nesta etapa atrasam a obra quando percebidas a tempo, e outras se perpetuam por tempo nas edificações, causando problemas que vão alem do desperdício e da ma qualidade de projeto, e acabam muitas vezes sendo realizados sem o acompanhamento técnico apropriado.

Algumas vezes, apos o termino das obras, os problemas oriundos das fases anteriores (projeto e construção ), só são consertados apos meses de reformas e estudos. Como salienta ZANFELICE (1996), os "... projetos são importantes porque determinam totalmente os parâmetros de escopo, custos e cronograma e exercem grande influencia na facilidade de construir e na qualidade".

Um grande passo em direção a economia e racionalização de recursos e a difusão de técnicas adequadas e a conscientização de profissionais responsáveis pelo gerenciamento de projetos e obras de edificações, pois isto significa tambem agregar qualidade as obras ( dentro de um contexto mais amplo, a qual nao se atinge somente com a implantação de programas de qualidade. 

Como salienta HERVE NETO (1999), para as construtoras, " ... conquistar a qualidade, alem dos aspectos filosóficos ... , significa demonstrar claramente 0 atendimento a normalização, a segurança e a durabilidade ... ", que são aspectos " ... que adquirem relevância para um produto que fica em exposição, e ocupado pelos usuários e de manter-se utilizável por um tempo maior que a propria vida das pessoas que construíram".

Assim, a aplicação efetiva de técnicas gerenciais na industria da construção civil, visando o aprimoramento dos processos produtivos e técnicas de projeto, pode conduzir a obtenção de maiores rendimento dos materiais, menor custo tanto produtivo quanto de manutenção, melhor relação com o ambiente, com o homem, com maior eficiência de equipamentos elétricos e do projeto como um todo. 

• Por estas razões o gerenciamento tem se tornado urna disciplina cada vez mais importante para os profissionais da área de edificações, por cursos e informações na área, e e por isso mesmo um campo de trabalho concorrido e promissor. 

Como salienta CONCEIÇÃO (1999), e " ... quase frenético o movimento de construtoras em busca de maior competência. Ele se da nos campos da atualização tecnológica, de gestão de recursos humanos, de processes e da qualidade".

Apesar do setor de edificações ser considerado um dos últimos a absorver os avanços tecnológicos, segundo VIEIRA NETO (1993),:

 " ... grande desenvolvimento da informatica nos últimos anos veio modificar, por completo, a ação dos profissionais dentro das empresas ... inicialmente manual, depois mecanizado e recentemente informatizado, representando avanços formidáveis ... ", 

O que sem duvida contribui em muito para agilizar os processos de projetar, orçar, planejar e construir, gerando necessidades de se capacitar pessoal para o uso adequado e eficaz destes meios.

Quando da realização do edifício, a obra faz muita diferença por seu ritmo de produtividade e qualidade de execução. Por várias circunstancias, segundo ROSSO (1990): " ... a industria de construção civil, extremamente pulverizada e descentralizada e urna atividade econômica em cuja relação mão de obra e capital e sensivelmente mais elevada do que na industria manufatureira", fato que " ... 

Aliado a uma grande incidência de desperdícios e a causa de urna baixíssima produtividade". Portanto as ações contra o desperdício e a favor da organização, do planejamento e da gestão, são agentes racionalizadores da construção e podem aumentar a produtividade. 

• Neste caso o agente fiscalizador tem grande papel, e e ainda melhor quando o projetista se preocupa com estes detalhes desde a fase do reconhecimento do terreno ate a sua correta execução em obra, e fiscaliza mesmo que esporadicamente a concretização de seu projeto, independentemente deste ter ou não um responsável pela execução.

Porem o aumento da produtividade tambem depende do tamanho do organograma empresa, pois segundo VIEIRA NETO (1993),

"«· as firmas precisam buscar a eficacia de suas estruturas, reduzindo-as ao estritamente necessário «!', e alem disso "«. utilizando-se da motivação para garantir -se a produtividade necessária",

Através de atividades e beneficios que estimulem os trabalhadores, começando desde um bom ambiente de trabalho ate boas instalações para os funcionários, como e o caso da aplicação da NR-18 (Norma Regulamentadora n°18). Desta forma, pode-se atingir um aumento de produção, e acima de tudo melhorar as condições trabalho e satisfação dos funcionários.

• Cada nível do organograma da empresa deve estar apto a exercer a função de controle e avaliação da construção, sendo para isto importante a realização periódica de reuniões com todos os envolvidos, para que qualquer processo de gestão adotado seja alvo de todos os participantes e não apenas dos responsáveis pelo gerenciamento.

Deve-se salientar que gastar menos nem sempre significa economia, pois a busca por soluções que gerarão economia para os usuários pode se tornar também, um diferencial de mercado para as empresas.

Exemplo:

• Uma casa sustentável de 43 m², com dois quartos, sala, cozinha e banheiro, foi erguida em menos de três horas dentro do campus da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no norte do Paraná, nesta sexta-feira (1º). 

Os painéis de madeira foram feitos em uma fábrica e depois levados até o canteiro de obras, onde a fundação de concreto já estava pronta. A construção faz parte do projeto de pesquisa Zero-Energy Mass Custom Homes, ou ZEMCH Brazil, que é desenvolvido na UEL, com a empresa Tecverde, da área da construção civil. 

• Um dos objetivos do projeto de pesquisa é apontar novas tecnologias para construção de moradias com qualidade, baixo custo e pouco impacto ambiental.

A moradia é feita sem tijolo, utilizando um sistema chamado woodframe, tecnologia alemã de construção a seco que utiliza madeira autoclavada de reflorestamento e isolamento térmico com lã de vidro ou garrafas pet. Segundo os responsáveis pela obra, as edificações podem ser finalizadas em menor tempo, com menos mão de obra e mais benefícios ao meio ambiente.

“É uma tecnologia totalmente industrializada. Os painéis são feitos em fábrica, com as paredes saindo prontas com a hidráulica, com a elétrica, com as janelas. Os materiais são sustentáveis do ponto de vista de impacto ambiental. Nós utilizamos madeira de reflorestamento, materiais com um cunho ecológico importante. É mundialmente uma das tecnologias mais sustentáveis no ponto de vista ecológico”, disse o diretor da Tecverde, José Marcio Fernandes.

O diretor destaca que esta forma de construção traz uma série de vantagens com relação a convencional, como o desempenho térmico, acústico e no controle de umidade:

“O desempenho térmico e acústico é feito através de mantas de isolamento, e das próprias camadas do material. Já o controle de umidade é feito através de uma membrana, que deixa a umidade passar apenas de dentro para fora. Independente do clima, a casa terá um bom desempenho, seja pelo isolamento térmico, seja pela membrana que controla a umidade”, explicou Fernandes.

Custo mais baixo:

• Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) de Londrina, Gérson Guariente, Sem o acabamento, a casa sai por R$ 28 mil, 10% a menos do que uma construção convencional. “

O custo é bastante competitivo com relação ao estilo de construção convencional. Por estar no começo do processo, é uma vantagem. Com o crescimento, isso deve reduzir ainda mais o custo”, analisou.

Para Guariente, o novo formato pode ser utilizado para programas de habitação, como o Minha Casa Minha Vida. “Você pode fazer uma casa do mesmo tamanho em um preço mais baixo, ou uma casa maior com um preço igual”, disse o presidente do Sinduscon.

Novas tecnologias para construção civil:

De acordo com a professora Ercilia Hirota, do Departamento de Construção Civil da UEL e coordenadora do projeto de pesquisa ZEMCH Brazil, a edificação é um exemplo de construção sustentável, destinada a famílias com renda de até três salários mínimos:

 “Nós optamos trabalhar com esse tipo de tecnologia, porque há uma urgência para a construção de casas para pessoas de baixa renda, e precisávamos de algo rápido. Além disso, observamos que as construções convencionais têm muitas perdas, o que é evitado através dessa tecnologia”, analisou.

A professora explicou que integrantes do projeto de pesquisa, professores e alunos do Centro de Tecnologia e Urbanismo da UEL irão avaliar o desempenho térmico e acústico da casa. Ao lado da casa será montado outro protótipo elaborado pelos professores e alunos do mestrado em Metodologia de Projetos de Arquitetura e Urbanismo da universidade.

• O projeto de pesquisa ZEMCH Brazil conta ainda com a participação da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos (SP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), da Companhia de Habitação de Londrina (Cohab) e do Sindicato da Construção Civil no Norte do Paraná (Sinduscon).

Construção Sustentável