quinta-feira, 9 de abril de 2015

O Desastre de Minamata

Representantes de 140 países firmaram em 2013, no Japão, a 
Convenção Minamata sobre o uso e as emissões de mercúrio, batizada com o 
nome da cidade japonesa que sofreu o pior desastre ambiental 
provocado por este metal altamente tóxico.

  • Desastre de Minamata é a denominação dada ao envenenamento de centenas de pessoas por mercúrio ocorrido na cidade de Minamata, no Japão.
A Doença de Minamata é uma síndrome neurológica causada por severos sintomas de envenenamento por mercúrio. Os sintomas incluem distúrbios sensoriais nas mãos e pés, danos à visão e audição, fraqueza e, em casos extremos, paralisia e morte.

Começo da história:
  • No Japão, uma Indústria lançava dejetos contendo Mercúrio na baía da Minamata desde 1930. Somente 20 anos depois, começaram surgir sintomas de contaminação: peixes, moluscos e aves morriam. 
Em 1956 foi registrado o primeiro caso de contaminação humana - uma criança com danos cerebrais. Muitos casos foram observados depois desta data e a moléstia ficou conhecida como Mal de Minamata.

História:
  • Em maio de 1956, quatro pacientes de Minamata, Japão, uma cidade na costa ocidental da ilha de Kyushu, foram internados no hospital. Os médicos ficaram confusos com os sintomas que os pacientes tinham em comum: convulsões severas, surtos de psicose, perda de consciência e coma. Finalmente, depois de febre muito alta, todos os quatro pacientes morreram.
Os médicos ficaram chocados pela alta mortalidade da nova doença: ela foi diagnosticada em treze outras pessoas, incluindo alguns de pequenas aldeias pesqueiras próximas de Minamata, que morreram com os mesmos sintomas, assim como animais domésticos e pássaros. 
  • Foi descoberto que o fator comum de todas as vítimas era que todas comeram grandes quantidades de peixes da Baía de Minamata. Pesquisadores da Universidade Kumamoto chegaram à conclusão que o mal não era uma doença, mas sim envenenamento por substâncias tóxicas. 
Tornou-se claro que o envenenamento estava relacionado à fábrica de acetaldeído e PVC de propriedade da Corporação Chisso, uma companhia hidroelétrica que produzia fertilizantes químicos. Falar publicamente contra a companhia era proibido já que ela era um empregador importante na cidade. 
  • Com o tempo, a equipe de pesquisa médica chegou à conclusão que as mortes foram causadas por envenenamento com mercúrio mediante consumo de peixe contaminado; o mercúrio era usado no complexo Chisso como catalisador. 
Por isso deve-se tomar cuidado com o destino final dado às lâmpadas fluorescentes e fosforescentes queimadas, pois se lançadas em locais inapropriados podem quebrar-se, libertando vapor de mercúrio e trazendo riscos à saúde e ao meio ambiente.

Clamor público:
  • Por anos, a Corporação Chisso escondeu seu uso de mercúrio dos olhos do público. Em 2 de Novembro de 1959, um tumulto de pescadores locais destruiu a propriedade da Chisso Corporation. Este ato de violência teve o efeito de atrair a atenção pública japonesa para o assunto.
Em 1968, o governo japonês reconheceu a fonte da contaminação e a contaminação química finalmente parou.

Envenenamento por mercúrio:
  • Os médicos ficaram chocados pela alta mortalidade da nova doença: ela foi diagnosticada em treze outras pessoas, incluindo alguns de pequenas aldeias pesqueiras próximas de Minamata, que morreram com os mesmos sintomas, assim como animais domésticos e pássaros. 
Foi descoberto que o fator comum de todas as vítimas era que todas comeram grandes quantidades de peixes da Baía de Minamata. Pesquisadores da Universidade Kumamoto chegaram à conclusão que o mal não era uma doença, mas sim envenenamento por substâncias tóxicas. 
  • Tornou-se claro que o envenenamento estava relacionado à fábrica de acetaldeído e PVC de propriedade da Corporação Chisso, uma companhia hidroelétrica que produzia fertilizantes químicos. Falar publicamente contra a companhia era proibido já que ela era um empregador importante na cidade. 
Com o tempo, a equipe de pesquisa médica chegou à conclusão que as mortes foram causadas por envenenamento com mercúrio mediante consumo de peixe contaminado; o mercúrio era usado no complexo Chisso como catalisador. 
  • Por isso deve-se tomar cuidado com o destino final dado às lâmpadas fluorescentes e fosforescentes queimadas, pois se lançadas em locais inapropriados podem quebrar-se, libertando vapor de mercúrio e trazendo riscos à saúde e ao meio ambiente.
A Síndrome de Minamata demora 20 anos para se manifestar após o início da contaminação: e este foi o período de duração do garimpo. Tem o nome de Minamata porque foi detectada pela primeira vez no Japão, numa aldeia de pescadores às margens de uma baía com esse nome, contaminada por mercúrio despejado por uma indústria no local.
  • Tomoko Uemura, de 17 anos, repousa no colo da mãe. Ela é cega, surda e muda. Tem os braços e as pernas deformados. Nasceu em 1955, anos depois que uma companhia química, a Chisso, derramou mercúrio na Baía de Minamata, no Japão. Uma geração inteira cresceu marcada pelo desastre ecológico.
Em abril de 1997, depois de quatro décadas de investigação, 10.353 pessoas foram declaradas aptas a receber indenização da Chisso. Foram anos de luta, que começara em 1972, quando o fotógrafo americano W. Eugene Smith fez a foto da menina. A imagem transformou-se no resumo brutal da tragédia. Hoje, as águas de Minamata estão limpas. Tomoko morreu em 1977
  • A preocupação com o meio ambiente nasceu na década de 50, na pequena cidade de Minamata no litoral do Japão, um lugar pequeno e tranqüilo, em que boa parte da população vivia da pesca. Em 1932 se instalou nesta localidade japonesa, a indústria Chisso, que fabricava acetaldeído, que é usado na produção de plásticos. 
Seus resíduos eram despejados no mar, sem qualquer tratamento e continham grande carga de mercúrio. O mercúrio é um metal pesado, teratogênico (quer dizer causa problemas na formação dos fetos durante a gravidez). Em 1953, depois de várias observações de animais com comportamento estranho (gatos realizando estranhos movimentos), também começaram
  • a se identificar vários problemas de coordenação motora na população humana, além dos problemas dos nascituros. Na cidade japonesa de Minamata houve mais um desdobramento trágico que hoje se repete de uma forma muito comum. 
A indústria Chisso empregava boa parte da população e se fechasse as pessoas ficariam sem trabalho. Foi o primeiro e clássico caso de conflito entre a sobrevivência e a qualidade de vida. Com o tempo se tornou um consenso que para solucionar os problemas ambientais é necessário antes resolver o problema da sustentabilidade econômica das populações humanas. 
  • Não tem como pedir para uma pessoa remediada, que sustenta sua família através da renda de uma atividade predatória que pare de fazer isto por consciência ambiental, sem que se dê uma alternativa econômica para estas pessoas. 
Isto não é o caso de grandes empreendedores, que por desconhecimento, ou alegado desconhecimento, causam impactos ambientais de relevância e não se conscientizam para elaborar um planejamento que compatibilize suas atividades com os meios físico, biológico e antrópico, sem causar impactos ambientais. 
  • Em Minamata houve um confronto amargo entre empregados da fábrica e parentes das vítimas, que somente cessou quando a organização mudou seu ramo de atividade. A doença de Minamata, como veio a ser conhecida, chamou a atenção do mundo todo para os problemas ambientais. 
Foi possível ver que não era viável continuar agredindo a natureza sem pagar um alto preço por isto. Particularmente houve uma consciência que os metais pesados são um grande perigo. O mercúrio, por exemplo, é cumulativo nos tecidos animais, se torna teratogênico no gênero feminino durante a gestação, causa problemas de toxidez e psicomotricidade dentre outros e pode levar a morte. 
  • O simples recondicionamento de baterias, feito por pequenas indústrias de fundo de quintal produzem vapores de chumbo altamente tóxicos que se desprendem do processo. 
Agora que não se comece a moralização do setor ambiental do Mato Grosso pelas pequenas indústrias de recondicionamento de baterias, pois existem questões bem mais graves no Estado envolvendo interesses de grandes empreendedores. Metais pesados são um risco constante para a saúde humana, constituindo um perigo ao qual devemos sempre estar atentos. 
  • Não são os únicos problemas ambientais do mundo, mas talvez constituam um dos mais graves, assim como o propalado aquecimento global. Mas com certeza não queremos sofrer como os habitantes de Minamata.
Minamata é uma cidadezinha igual a tantas outras no Japão: um lugar à beira-mar, pequeno, tranqüilo, em que boa parte da população vivia da pesca. Nos anos cinqüenta, contudo, estranhas coisas começaram a suceder ali. Em primeiro lugar, os gatos da cidade passaram a exibir um comportamento inusitado: moviam-se grotescamente, como se estivessem dançando. 
  • Alguns deles corriam para o mar, onde acabavam morrendo. Gatos dançantes? Gatos suicidas? Esquisito – e assustador. Mas, para desgraça dos habitantes, as coisas não ficaram nisso. Logo pessoas também passaram a apresentar problemas, sobretudo de incoordenação motora: muitos não conseguiam, por exemplo, calçar os sapatos.
Logo ficou claro que se tratava de uma doença. Mas que doença.... Sífilis, que naquela época era (e é) bastante freqüente... Não. Aquilo era mais grave do que sífilis. E, como se veio a descobrir, não se tratava de doença causada por micróbio. A causa estava na própria cidade.
  • Em 1932 instalara-se em Minamata uma grande indústria, a Chisso, que fabricava acetaldeído (usado na produção de material plástico). A indústria cresceu muito. Seus resíduos eram despejados no mar. E estes resíduos continham mercúrio. 
As pesquisas mostraram níveis elevadíssimos deste metal nas vísceras de pessoas e animais falecidos da doença. Envenenamento por mercúrio não chegava a ser novidade. Entre os personagens de "Alice no País das Maravilhas" existe o Chapeleiro Louco. 
  • Por que um chapeleiro haveria de ser louco? Porque naquela época o feltro de que eram feitos os chapéus era tratado com mercúrio – e os chapeleiros, intoxicados, exibiam o mesmo comportamento que os gatos depois mostrariam em Minamata.
Mas o caso da cidade japonesa teria mais um, e trágico, desdobramento. Acontece que a Chisso empregava boa parte da população. Se fechasse, muita gente ficaria sem trabalho. O que se viu, então, foi um amargo confronto entre empregados e parentes das vítimas, que só cessou quando a corporação mudou o seu ramo de atividade.
  • A doença de Minamata, como veio a ser conhecida, chamou a atenção do mundo todo para o problema da intoxicação por metais pesados. Um problema que aparece sob as formas mais inesperadas. Por exemplo, no recondicionamento de baterias, feito por pequenas indústria de fundo-de-quintal. 
Os vapores de chumbo que se desprendem no processo são altamente tóxicos. E isto exige uma atenção redobrada, não só por parte da saúde pública e da fiscalização, como do público em geral. Metal pesado é um risco constante. Para o qual precisamos estar atentos. Sob pena de dançarmos como os gatos de Minamata.

Consequências do desastre de Minamata

Uma Nova Minamata:
  • Um artigo publicado recentemente traz notas preocupantes sobre a presença de mercúrio nos sedimentos do fundo e das águas do sistema estuarino Santos-São Vicente. 
Pesquisadores do Laboratório de Oceanografia Costeira da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – mas com grande ligação com a Baixada Santista – e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) acabam de divulgar um estudo que serve de alerta para os responsáveis pelo monitoramento ambiental do litoral paulista. 
  • Análises metodológicas refinadas, feitas em 31 amostras de sedimentos, mostraram que a concentração de mercúrio na região pode ser preocupante. Em 90% dos pontos de coletas, segundo os resultados apresentados pela edição atual do Journal of the Brazilian Chemical Society, os índices estão acima dos considerados ideais pela Cetesb, agência de controle ambiental paulista. 
O valor dado como aceitável pelas normas internacionais, também seguidas em São Paulo, é de 0,13 micrograma por grama de material coletado.

Vítimas:
  • No total, mais de 700 pessoas morreram com dores severas devido ao envenenamento. Em 2001, uma pesquisa indicou que cerca de dois milhões de pessoas podem ter sido afetadas por comer peixe contaminado. 
No mesmo período de tempo, foi reconhecido que 2.955 pessoas sofreram da doença de Minamata. Destas, 2.265 viveram na costa do mar de Yatsushiro.

A Misteriosa Doença de Minamata:
  • Muitos não sabem, mas a cidade de Minamata localizada ao sul da Província de Kumamoto, foi palco de um grande desastre ambiental entre as décadas de 1950 e 1960. Milhares de pessoas sofreram uma grave intoxicação por mercúrio por causa de uma fábrica local que jogava os seus dejetos tóxicos na Baía de Minamata.
Esse envenenamento por mercúrio contaminou os peixes e frutos do mar que eram consumidos pela população, causando uma condição que levou o nome de “Mal ou Doença de Minamata”. Mais de 2 mil pessoas morreram na ocasião, sem contar as sequelas permanentes deixadas em outras milhares de pessoas da região.
  • A doença de Minamata se caracteriza por degeneração neurológica e deformidades físicas, que em muitos casos levaram à perda de consciência e morte. Tudo começou quando uma das empresas químicas pioneiras do Japão se instalou na região em 1908, gerando muitos empregos e impulsionando a economia local, especialmente após a Segunda Guerra Mundial.
Porém, a fábrica passou a jogar seus dejetos químicos na baía de Minamata, que primeiramente causou um grande impacto no ecossistema local. A partir de 1953, os peixes e outros crustáceos começaram a aparecer boiando na Baía. 
  • Nesta época também começaram a surgir os primeiros sintomas estranhos nos gatos da região, que eram chamados de “gatos dançantes”.As primeiras pessoas diagnosticadas com os sintomas da doença foram os pescadores e suas famílias. 
Até então ninguém sabia a origem da tal “doença misteriosa”, cujos sintomas eram provenientes de uma desordem do sistema nervoso central e variavam desde fadiga crônica e dor de cabeça ao comprometimento da visão, audição, fala e coordenação motora.
  • Não demorou muito para que milhares de pessoas fossem acometidas pelos mesmos sintomas que em casos mais graves eram marcados por convulsões e morte. Somente em 1968 foi contatado que essa doença foi resultado da ingestão de peixes contaminados por mercúrio na Baía de Minamata.
A doença também afetou os bebês de mães que consumiram peixes e frutos do mar contaminados. Hoje em dia, cerca de 3.000 pessoas ainda sofrem com as sequelas da doença e são oficialmente reconhecidas como vítimas desse crime ambiental que infelizmente teve consequências muito tristes.
  • Ao longo de seis décadas a fábrica Chisso e o governo passaram por vários processos judiciais e muitas pessoas conseguiram receber indenizações, mas não há dinheiro que traga a vida daqueles que se foram por causa da irresponsabilidade dos homens em relação à poluição ambiental.
Memorial às vítimas de Minamata:
  • Durante os anos 1980, a baía de Minamata foi finalmente despoluída através de drenagem e a terra dos arredores foram recuperados. Foi construído um parque na região chamado de Eco Park Minamata, com muito espaço verde e vários monumentos e museus relacionados com a Doença de Minamata.
Uma das atrações principais do parque é o Museu Municipal da Doença de Minamata, que documenta a história da doença, incluindo fotografias, vídeos e palestras ambientais. Também são realizados exposições e jogos interativos sobre o meio ambiente para grupos de crianças em idade escolar.
  • O Minamata Memorial foi construído atrás do museu municipal no 40º aniversário da descoberta da doença em 1996. No 50º aniversário em 2006, o memorial foi transferido para o Shinsui Boardwalk, à beira-mar, trazendo uma lista com todos os nomes das vítimas da doença de Minamata.
Na cidade também tem o Centro Soshisha, uma organização sem fins lucrativos, criada para ajudar às vítimas e para conscientizar as pessoas sobre o que aconteceu na região seis décadas atrás. O Centro Soshisha mantem um museu e também um memorial em homenagem aos gatos que foram sacrificados em experiências para descobrir a causa da doença.
  • Atualmente a cidade é vista como um modelo ambiental, onde promove vários estudos e programas de conscientização para que crimes ambientais como esse, não aconteçam mais no Japão e em nenhuma parte do mundo.
Compensação:
  • Muitas soluções foram propostas para compensarem as vítimas enquanto não quebrando a Chisso. A primeira onda de compensações, estabelecida em 1959, não pôde ser mantida quando novos casos da doença de Minamata começaram a aparecer. 
Estas vítimas e suas famílias não foram incluídas no acordo original com a Chisso e portanto, não receberam a mesma compensação que aqueles diagnosticados antes da solução original. Assim, as famílias recém-dignosticadas começaram a reivindicar o recebimento de compensação similar para seu caso. 
  • Um grupo decidiu processar a Chisso e portanto ir a julgamento pela sua compensação. Outro grupo buscou negociações diretas com os executivos da Chisso.
Estas negociações diretas em Tóquio foram exaustivas. Depois disso, protestos e discursos pelos pacientes ocorreram fora do edifício da Chisso. A cobertura da mídia foi ampla e muitos jornalistas tomaram o lado das vítimas de minamata. Pacientes foram mostradas em cadeiras de rodas nos protestos. Porém o impasse continuou.
  • Pacientes e simpatizantes marcharam até os escritórios da Chisso e tentam alcançar o escritório do presidente. Eles foram encontraram barras de aço bloqueando a porta da Chisso no Edifíco Tóquio. Os pacientes usaram as barras a seu favor construindo memoriais para os que morreram da doença de Minamata.
Devido à grande cobertura da mídia, o Partido Comunista e o Partido Socialista do Japão começaram a apoiar mais abertamente os portadores da doença de Minamata junto com a Federação Trabalhista Sohoyo. 
  • A atenção da mídia e de autoridades dos partidos políticos permitiram que a doença de Minamata se tornasse um dilema amplamente conhecido no Japão, dando uma voz à minoria portadora da doença de Minamata, e permitindo democracia japonesa atingir um novo nível. 
Também, devido ao suporto ostensivo dos partidos políticos, e a chamada do sindicado à Chisso para negociar, o governo japonês entrou em ação com o Diretor Geral da Agência do Meio Ambiente (Oishi Buichi) pedindo para mediar as negociações.
  • Também nesta época, o governador Sawada Issei veio a Tóquio para ajudar a romper o impasse nas negociações. Ambos, Sawada e Oishi reuniram-se com os pacientes, Kawamoto e Sato, e também com Shimada, executivo da Chisso, que tinha retornado do hospital. Os dois lados concordaram com a mediação de Sawada e Oishi.
Assim que as negociações começaram, os pacientes se opuseram a um acordo espelhando a primeira solução. Eles não apenas queriam compensação igual e suficiente, mas também que a Chisso assumisse publicamente a responsabilidade pela doença de Minamata.
  • Durante estas negociações e também conversas por vantagens compensatórias, 29 outros pacientes foram diagnosticados coma doença de Minamata. Estes novos pacientes foram mais cooperativos com a Chisso e concordaram em aceitar uma baixa compensação de $570 cada. Isto causou uma cisão entre as famílias recém-diagnosticadas. 
Isso tirou muito da vantagem do grupo de negociação direta e deu vantagem à Chisso. A divisão entre o grupo de Tóquio e o grupo de Minamata gerou ressentimentos. Os de Minamata continuaram a trabalhar, enquanto os que protestavam em Tóquio recebiam suporte financeiro de simpatizantes em Tóquio. 
  • Muitos daqueles em Minamata enfrentavam contínua discriminação, mas também eram ameaçados de perder seus empregos se continuassem com as negociações. Somente quatro pessoas decidiram deixar as negociações.
Os pacientes reduzem suas demandas para aproximar-se do primeiro acordo entre a Chisso e as primeiras vítimas. Porém a Chisso recusou devido à ausência de um sistema de classificação da gravidade da doença. Então as negociações foram suspensas.
  • Finalmente, o veredito do julgamento foi dado em favor dos pacientes. A corte distrital julgou a Chisso culpada de negligência corporativa e ordenou o pagamento de $66.000 para cada paciente que já tinha morrido, entre $59.000 e $66.000 para pacientes sobreviventes, atingindo um total de $3.44 milhões.
Isto deu ao grupo de negociação direta pontos para alcançar um acordo. Depois de dias de negociações, a Chisso concordou em pagar $66.000 para pacientes falecidos que foram incluídos no grupo dos recém-diagnosticados. 
  • Isto abriu as portas para os demais recém-diagnosticados pacientes ser incluídos na decisão do julgamento. Finalmente, em 9 de julho de 1973, mediante o trabalho do novo diretor da Agência Ambiental Miki, um acordo foi alcançado. 
Esta proposta incluía a compensação baseada na classificação da gravidade dos sintomas, mas também pagamentos aos pacientes por ano para cobrir despesas de vida, e pagamento para despesas médicas. O governo também proveria exames médicos para as pessoas vivendo na área afetada. Estas compensações e ações foram consideradas inadequadas por muitos.

Efeitos democratizantes:
  • De acordo com Timothy S. George, os protestos ambientalistas que cercaram a doença aparentemente ajudaram a democratização do Japão. 
Quando os primeiros casos foram reportados (ou mais exatamente suprimidos) as vítimas não tinham direitos e não recebiam compensações. Em vez disso, os afetados eram excluídos de sua comunidade devido à ignorância sobre a doença e as pessoas temiam que fosse contagiosa.
  • Embora alguns médicos e autoridades governamentais viessem a descobrir que o envenenamento por mercúrio estava causando a doença e fossem capazes de rastrear a doença até o consumo de peixe próximo à fábrica de Nitchitsu que despejou o mercúrio, nenhuma ação foi tomada para solucionar o problema, uma vez que as os pescadores e vítimas representavam uma pobre minoria sem voz influente.
As pessoas diretamente afetadas pela poluição da Baía de Minamata não participaram inicialmente das ações que iriam afetar seu futuro. Vítimas da doença, famílias de pescadores, e empregados da companhia foram excluídos do debate. Os progressos ocorreram quando as vítimas de Minamata foram finalmente permitidos a reunir-se para discutir o assunto. 
  • Como resultado, o Japão do pós-guerra deu alguns passos em relação à democracia. Uma razão pode ser porque depois da derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, a fábrica era parte do novo zaibatsu que era determinado a ser mais importante que a vida de seus mais pobres cidadãos.
Através da evolução dos sentimentos públicos, as vítimas e ambientalistas foram capazes de proceder mais eficientemente em sua causa. O envolvimento da imprensa também ajudou o processo de democratização porque fez com que mais pessoas tomassem conhecimento dos fatos da doença de Minamata e da poluição que a causou.
  • Embora os protestos ambientais tenham contribuído para a democratização do Japão, eles não livraram o Japão do sistema que primeiro oprimiu os pescadores e vítimas da doença de Minamata.

A baía de Minamata, localizada na província de Kimamoto, no Japão, 
foi palco, na segunda metade do século 20.