segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente

Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente

  • Eu quero cobrir três tópicos. Em primeiro lugar, quero falar, não sobre nanotecnologia, mas sobre como ela estará embutida na produção de mercadorias. Há muita coisa que não sabemos, especialmente sobre os sistemas nos quais a nanotecnologia estará embutida. Alguns estão alarmados, outros têm outra explicação.
Eu não sei nada sobre nanotecnologia, mas sei muito sobre sistemas de produção. Depois, quero falar sobre a avaliação da nanotecnologia, resultados socioeconômicos, e quero falar disso em um contexto geral e por que o setor privado não é avaliado da mesma forma que o setor público. E, finalmente, sobre os riscos. Vou tentar prever os resultados socioeconômicos e ambientais da nanotecnologia.
  • Nos últimos dois meses, em minhas leituras sobre nanotecnologia, consultei principalmente a internet e voltei aos artigos de Kenneth Gould distribuídos no seminário do ano passado, que também se tornaram um estudo rápido sobre nanotecnologia. Penso que a questão é que há uma contradição, ou seja, muito debate sobre os grandes investimentos necessários, especialmente no futuro próximo, para desenvolvermos e aplicarmos a nanotecnologia. 
Há muitos anos atrás, falei da diferença entre a ciência da produção e a do impacto. Depois, falei sobre ciência aplicada, em termos de engenharia. E a parte crucial disso foi a questão do dinheiro, capital. Passar de um laboratório para uma planta-piloto, isso requer muito dinheiro. E passar de uma planta-piloto para uma instalação de produção, mesmo uma nano instalação, creio que vai custar mais dinheiro ainda, vai haver uma grande necessidade de capital. 
  • Então, a questão é por que esse capital está sendo investido, como está sendo investido e qual será o resultado dessas aplicações. A não ser que o mundo esteja para mudar, de forma que eu não consiga antecipar depois de estudar um século de ciência aplicada e tecnologia, acredito ter uma idéia de onde estão as realidades e onde estão as fantasias na nanotecnologia. Eu descrevo a diferença entre o otimista e o pessimista e quem conhece meu trabalho nunca vai me classificar como um otimista.
Mas, depois de ler meu texto, minha filha disse que eu não estava tão pessimista quanto ela imaginava. Creio que há uma divisão entre a visão otimista, entusiástica, da nanotecnologia e a visão alarmista. Eu acho que as diferenças estão embutidas em estruturas sociais. Acredito que a abordagem da nanotecnologia está fortemente embutida no setor privado, no Brasil e em todos os lugares. E o setor privado tem muito capital para alocar para o que eles chamam de “cientistas responsáveis”, que louvam a nanotecnologia porque seu trabalho envolve nanotecnologia.
  • De outra parte, temos os movimentos sociais, analistas, como eu, muitos universitários participam desse debate também. A Universidade de Valência eu conheço, já dei uma palestra lá há alguns anos. Em muitos desses setores, há um viés de que tudo o que o setor privado produzir já é algo suspeito. Até certo ponto, isso foi expresso recentemente no debate sobre o princípio da precaução. Isso mostra que há uma preocupação sobre a alocação do capital. Eu inicio minhas aulas dizendo que a causa mais forte dos problemas ambientais não é aquela que se pensa.
A maior causa dos problemas ambientais é que há muita liquidez no sistema econômico do mundo. Eu passo o resto do trimestre convencendo meus alunos de que essa é a verdade, ao passo que entendo que os pais deles são grandes atores nessa alocação e agregação de liquidez. Então, eu acho que a primeira questão é olhar a lógica por trás do seguinte: como a nanotecnologia vai ser aplicada, por quem vai ser aplicada e para que objetivo vai ser aplicada. Eu tenho cinco resultados para o investimento. O primeiro, que a nanotecnologia vai aumentar os lucros, a lucratividade de cada unidade e a lucratividade total. E, também, o aumento na lucratividade por unidade.
  • O segundo são os efeitos de economia de mão-de-obra por meio da nanotecnologia. Com respeito à nanotecnologia, sabemos que envolve menos mão de obra, talvez mão-de-obra mais cara, mas menos mão-de-obra. E sabemos que contribui para aquela primeira meta, que é aumentar os lucros. Nos últimos anos, tentei obter uma redefinição de produtividade em uma sociedade industrial avançada. Para mim, produtividade significa menos mão-de-obra, menos trabalhadores.
Então, quando falamos de maior produtividade, a única coisa que eu vejo são os trabalhadores sendo demitidos das fábricas, oficinas e, hoje em dia, até das universidades. Então, a produtividade é um dos marcos dos argumentos a favor da nanotecnologia. Mas, realmente, diminui a mão-de-obra, inclusive mão de obra qualificada.
  • Contudo, há dois outros tipos de boas notícias daqueles que defendem a nanotecnologia. Primeiro, que vai conservar energia e, segundo, que vai conservar materiais. Energia e materiais. Kenneth Gould, no ano passado, falou da lei Gould-Schnaiberg, de que se você diminuir as necessidades de energia e de materiais para a produção, você pode contrabalançar esses ganhos produzindo mais daquele produto. E, de fato, é isso que nós temos em muitas áreas nos últimos 40 anos de inovação ambiental. 
Temos soluções tecnológicas que realmente diminuem o impacto ambiental, mas não diminuem o impacto total. A questão desses limites, com respeito a emissões, em que uma empresa pode comprar a capacidade ambiental de outra, isso simplesmente redistribui os problemas da produção. Isso não baixa o custo da produção, os custos para quem mora perto dessas fábricas, onde a poluição é forte. E o último ponto, o último dos motivos é a melhoria da qualidade de vida.
  • Agora, é interessante começar com essa lista porque eu imagino que sou a imagem, eu sou uma espécie de comercial da nanotecnologia. A nanotecnologia é mostrada como tendo bons efeitos sociais; também se mostra como vai diminuir o impacto ambiental, conservando energia e matéria-prima. E, ao passo em que há uma certa honestidade nesses argumentos, no final da lista diz-se que pode haver benefícios para gerentes, acionistas, investidores dessas empresas. Na minha opinião, se quisermos entender o papel da nanotecnologia, temos primeiro de olhar o que aconteceu com as aplicações já existentes em nanotecnologia.
Eu não vejo literatura sobre isso. Em segundo lugar, podemos ver o clima e em que a nanotecnologia vai ser aplicada. Os argumentos a favor da nanotecnologia dizem respeito a produtividade, e isso sempre vai para o setor privado. O papel do Estado é facilitar isso por meio de investimentos diretos, benefícios fiscais e uso de locais para descarte de refugo. O setor privado quer que o Estado realmente invista nessas áreas, mas o Estado não colhe os benefícios, são os investidores privados que o fazem. Eu chamo isso de corrida entre acionistas e quem tem interesses envolvidos.
  • Infelizmente, não é como a lebre e a tartaruga. A lebre nunca desacelera e a tartaruga nunca vence. E vocês podem nunca saber quem é representado pela tartaruga. São aqueles que não são os acionistas, os outros, aqueles. Podemos ver também as instituições multinacionais, uma delas é o Banco Mundial. Meu colega Michael Goldman está produzindo um livro maravilhoso sobre o Banco Mundial e como ele funciona. Ele compartilhou uma parte do material comigo. 
O Banco Mundial fala de ganhos sociais, ambientais, mas qual é o cerne da preocupação do Banco Mundial? É “comoditização”. Por exemplo, a água é essencial para a vida humana, para a agricultura e outras coisas, e o Banco Mundial está propondo torná-la um commodity, ou seja, muitos subsistemas e grupos sustentáveis terão menos acesso à água. Aí entendemos como será o clima político para a nanotecnologia. Eu costumava dizer que eu sei que o Messias ambiental chegaria quando os ambientalistas estivessem presentes em conselhos econômicos.
  • Isso ainda não aconteceu, pelo menos em meu país eles não estão na mesa. O inverso aconteceu, os economistas é que estão nas comissões, com poder de processo decisório, dizendo que os processos de limpeza são caros demais, não são produtivos. E tudo isso é consistente com a produção, que continua.
Então, se a nanotecnologia está entrando em um mundo onde o Banco Mundial, que investe capital do Estado em outros Estados e empresas e está promovendo essa “comoditização”, por que poderíamos esperar que a nanotecnologia não estivesse totalmente embutida na mentalidade, na estrutura social? Para dizer a verdade, quando eu tinha sete ou oito anos, não entendia o debate.
  • Eu levei mais alguns anos para entender, mas o que me deixa surpreso (e outros analistas sociais também ficaram surpresos) é como a tecnologia era vendida como uma tecnologia que melhorava a vida. Os sociólogos tinham teorias sobre a sociedade do lazer, o que parece ser uma piada. Hoje em dia estamos trabalhando mais, e não menos. E diziam que todos poderiam descansar porque as tecnologias modernas iriam produzir tudo o que precisávamos com menos trabalho, com menos suor e poderíamos simplesmente nos divertir. Isso é o que se falava. E essa imagem realmente foi a que dominou.
Agora estamos novamente olhando a energia nuclear, porque é limpa em termos de aquecimento global. É interessante que há 30 anos estamos coletando resíduos que ninguém quer no seu quintal, não importa quanto se pague. E sabemos que esses resíduos irão durar mais do que nossas vidas. Eu não tenho competência para dizer até que ponto a nanotecnologia vai ter os mesmos problemas da energia nuclear, mas ela tem muitas características. Ela está sendo vendida. Realmente, ela não está sendo vendida com os objetivos certos. O objetivo é o lucro.

Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente

  • Outras inovações mais recentes e que foram exploradas por meus alunos anteriores, inclusive David Pillow, envolvem os chips de computação, no Vale do Silício. O que Pillow descobriu em sua pesquisa foi a ironia de que a indústria que promoveu o uso de salas limpas na realidade é uma indústria muito suja em termos de poluição tóxica e resíduos químicos. 
E também em termos de locais tóxicos para muitos trabalhadores. Isso continuou por muitos anos porque os trabalhadores eram imigrantes, não eram autorizados, precisavam muito dos empregos e levaram o trabalho até para casa, expondo suas famílias aos resíduos tóxicos. E, ao mesmo tempo, a indústria falava dessa idéia de sala limpa. Então, há muitas contradições na história, dizendo que qualquer nova tecnologia vai ser usada de formas que beneficiarão o público.
  • Mesmo que a nanotecnologia fosse totalmente custeada pelo setor público, o setor privado encontraria uma forma de conseguir mais produtividade dele. Durante muitos anos isso aconteceu com a energia nuclear, com chips de computação.
Ao tempo em que o governo não fabricava, o Departamento de Defesa investia milhões de dólares nos sistemas de produção. Quando eu me formei, quando havia dinossauros na Terra, um dos mitos que se desenvolviam era uma coisa chamada “pesquisa de avaliação”. Isso se desenvolveu de várias formas após a guerra contra a pobreza nos Estados Unidos e outros programas públicos que visavam, pelo menos no papel, melhorar a vida para grupos e cidadãos. As pessoas começaram a ouvir o argumento de que esses programas não estavam fazendo o que se propunham a fazer. E os sociólogos começaram a entrar em uma nova área para tratar a inovação como uma experiência, como uma coisa experimental. Rapidamente descobrimos que nenhum programa alcançou sua meta. E ninguém sugeriu que essa lógica seria apropriada para contratos do setor privado liderados pelo governo.
  • Nenhum projeto do setor privado era avaliado naquele período, nem mesmo agora. Então, quando olhamos a nanotecnologia, o que aconteceu com outras tecnologias? Não sabemos. Só sabemos pequenas partes, como o chip de silício, chip de computador, porque o David Pillow fez uma pesquisa durante alguns anos.
Temos estudos esporádicos, mas não temos nada que diga: se você investir “x” milhões de dólares em um projeto que a General Dinamics ou a General Motors está promovendo, você vai ter “xyz” como resultado. De forma interessante, toda vez que olhamos isso vimos que o setor privado não estava indo melhor em relação ao setor público e, em muitos casos, estava pior do que o setor público. 
  • No início, nos primórdios da análise ambiental, um dos argumentos usados era que deveríamos olhar a produtividade do capital. O que se avaliava é que muito capital estava sendo dirigido para coisas ineficientes. Contanto que os capitalistas pudessem jogar esses custos para o setor público, eles continuavam lucrativos. Mas a produtividade do capital era baixa. Então, é como usar uma marreta para quebrar um ovo. 
Não sei se alguém já tentou, ninguém iria querer fazer uma omelete desse jeito. Então, temos essa situação interessante de promoção por meio de indústrias existentes e indústrias que esperam, depois, alcançar novos níveis de lucratividade, lucratividade e lucratividade. E todas dizendo que estão fazendo tudo em nome do bem público. 
  • E não há nada que possamos usar para verificar isso. Como sociólogo, eu fiz durante alguns anos, por exemplo, pesquisa sobre o impacto das rodovias, porque pagavam bem. Mas era bem difícil, porque não havia dados para comparar um projeto com o outro. O mesmo se dá com a nanotecnologia. Muitos países têm muitas estradas e sabemos que há um custo ambiental e econômico, e se vocês já visitaram as cidades centrais nos Estados Unidos podem ver que os grupos de baixa renda ficaram encapsulados no meio de super-rodovias e ficaram presos no fosso, ao invés de entrarem no castelo. Então, descobrimos que as promessas não são cumpridas..
Um grupo de cidadãos analisou o acordo de livre comércio da América do Norte (Nafta) e fizeram uma coisa simples: voltaram a todas as afirmações, para ver todas as afirmações de gerentes de empresas estadunidenses sobre o número de empregos que seriam gerados e analisaram, cinco anos mais tarde, quantos empregos foram gerados. E a resposta é que em todos os casos o número de empregos tinha diminuído, e não aumentado. E o motivo para isso é que essas organizações que estão terceirizando para o México não estão pagando aos mexicanos um salário suficiente para eles comprarem seus produtos. Então, não há aumento na demanda dos produtos. E isso tem sido uma grande surpresa para muitos de nós.
  • Nós temos as peças do quebra-cabeça, mas ainda não juntamos tudo. Nós analisamos os investimentos no México e vemos que os ganhadores são os investidores nos Estados Unidos, não os trabalhadores nem os investidores mexicanos.
Assim, essas avaliações tornam difícil, para mim, ser otimista com respeito à nanotecnologia porque, além da escala, não há nada mais que a separe dos seus precursores, das outras tecnologias. E os precursores quase sempre fizeram alegações muito parecidas com as alegações feitas a respeito da nanotecnologia.
  • Então, a pergunta agora é: o que dizer sobre a nanotecnologia? Vocês vão ficar surpresos: eu não vou dizer que não tenha investimentos em empresas de nanotecnologia, porque eu não sei onde meu fundo de pensão investe. Provavelmente, não quero saber, também. Nós temos os pensamentos de Tanigushi e Drexler, um deles foi físico e nenhum dos dois tinha especialização nas questões ambientais, sociais da nanotecnologia. Rapidamente, um grupo oponente explicitou o temor daquilo que chamamos de grey goo. O temor de que essa tecnologia vá destruir os ecossistemas. 
O mundo não vai terminar com uma explosão e também não vai terminar com a nanotecnologia, mesmo que os piores temores se tornem uma realidade. E se eu estiver errado, vocês não vão poder me processar porque nem vocês nem eu estaremos vivos. Eu acho que as versões mais extremas de oposição à nanotecnologia, um desastre ecológico, por exemplo, não irão acontecer porque o modelo é muito simplista. Por outro lado, há outros temores, de que a nanotecnologia seja controlada por terroristas ou por organizações terroristas chamadas de concorrentes. Ou seja, seus concorrentes no mercado. E podemos imaginar guerras entre empresas para maximizar a produtividade e a lucratividade. 
  • E a regra é: você pode maximizar produção ou ecologia, mas não os dois. E aprendemos que isso é verdade, em muitos ecossistemas que destruímos, especialmente com resíduos tóxicos, e mesmo com resíduos orgânicos que sobrecarregam a biocapacidade dos sistemas. Então, vimos alguns pontos. Eu acredito que a nanotecnologia, na melhor hipótese, não vai distribuir as coisas, vai manter a distribuição atual de renda e de tudo. 
Eu acho que vai ser uma distribuição mais negativa, transferindo a renda dos trabalhadores para um lucro maior dos investidores. Nos últimos 30 anos temos visto isso. Poucas vezes analisamos, por exemplo, a situação na Europa e como ficaria sob diferentes modos de proteção ambiental. E, mesmo assim, deveríamos analisar isso. As empresas realmente pecam dessa forma, a distribuição negativa. Mas eu quero lembrar que todos nós vivemos em países que no último quarto de século realmente se tornaram países onde a distribuição de renda ficou cada vez mais negativa. Portanto, quando falamos de status quo, falamos de manter as enormes desigualdades com essa tecnologia. Então, no melhor caso não vamos ter melhoria de qualidade de vida, especialmente dos que moram nas favelas, aqueles que têm poucas qualificações.
  • Nós vamos aumentar aquilo que temos hoje, a desigualdade. Para mim, como economista, a melhor previsão para os resultados socioeconômicos da nanotecnologia são as tendências recentes. E as tendências recentes têm demonstrado que a inovação tecnológica tem beneficiado os investidores e não os trabalhadores. 
Eu devo dizer a vocês que minha pensão vai aumentar em 4% no ano que vem. Nenhum investidor aceita 4% de retorno para investir. Então, sabendo dessa mudança na distribuição de lucros e a ideologia associada, especialmente com variações de neoliberalismo, podemos ver como os benefícios públicos, necessidades públicas, como tudo isso vai ser cuidado pela nanotecnologia.
  • O Estado está subsidiando e passando os benefícios. Por exemplo, a rede de segurança para os cidadãos tem diminuído. Louis Manfred, em seu livro de 1934, Técnicas e civilizações, falou de meios neotécnicos, que é o meu argumento quando David Pillow diz que a nanotecnologia vai continuar causando uma distribuição desigual.
Há muitos exemplos contemporâneos: Chants, no sul dos Estados Unidos, e a guerra no Iraque, foram arenas em que quem mais precisava recebeu menos. Essa é a lição que eu aprendi em ciências sociais. Como no caso do impacto do furacão, no caso do Iraque mais dinheiro ainda vai ser desviado dos projetos sociais e, ao mesmo tempo, grandes investidores estão sendo recompensados com redução nos impostos que pagam. Deve ser o nirvana do neoliberalismo.
  • Concluindo, entendo que, ao passo que podemos pensar que o Brasil pode dar um salto quântico – especialmente com sua recuperação econômica – usando nanotecnologia, temos de analisar as outras coisas também. Por exemplo, um dos meus alunos fez uma pesquisa na British Petroleum. Ela está investindo 5% de seu faturamento em projetos de sustentabilidade, e isso é bem mais do que os outros estão fazendo no setor privado. Mas também sabemos que os outros 95% do dinheiro do faturamento estão sendo usados para aumentar a produção de combustíveis fósseis. Muitas vezes, não percebemos que há um mercado competitivo aí fora, um mercado difícil, e isso não ajuda a sociedade. 
A absorção, a fusão de empresas costuma aumentar os lucros e diminuir os empregos. Então, agora temos pessoas dando atenção porque agora são os nossos empregos que estão em jogo. Eu vejo algo muito parecido no caso da nanotecnologia, e isso em qualquer país. Acho muito difícil seguir na direção oposta com a nanotecnologia.

Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente