quarta-feira, 11 de março de 2015

As tintas os vernizes e meio Ambiente

Tintas naturais são aquelas que ao invés de serem feitas de produtos químicos, são extraídas de elementos da natureza, ou seja, a partir de compostos orgânicos feitos com moléculas que contêm carbono combinado com hidrogênio e, muitas vezes, com oxigênio ou nitrogênio.

  • Embora seja um conceito novo, a P+L trata, principalmente, de um tema bem conhecido das indústrias: a melhoria na eficiência dos processos.Contudo, ainda persistem dúvidas na hora de adotar a gestão de P+L no cotidiano das empresas.
 De que forma ela pode ser efetivamente aplicada nos processos e na produção? Como integrá-la ao dia-a-dia dos colaboradores? Que vantagens e benefícios trazem para a empresa? Como uma empresa de pequeno porte pode trabalhar à luz de um conceito que, a primeira vista, parece tão sofisticado ou dependente de tecnologias caras?
  • Para responder a essas e outras questões, este Guia traz algumas orientações teóricas e técnicas, com o objetivo de auxiliar você a dar o primeiro passo na integração de sua empresa a esse conceito, que tem levado diversas organizações à busca de uma produção mais eficiente, econômica e com menor impacto ambiental.
Em linhas gerais o conceito de Produção mais Limpa pode ser resumido como uma séria de estratégias, práticas e condutas econômicas, ambientais e técnicas, que evitam ou reduzem as emissões e gerações de resíduos por meio de ações preventivas, ou seja, minimizando-as ou criando alternativas para que estas sejam reutilizadas ou recicladas.
  • Na prática, essas estratégias podem ser aplicadas a processos, produtos e até mesmo serviços, e incluem alguns procedimentos fundamentais que inserem a P+L nos processos de produção. Dentre eles citamos o aumento da eficiência no uso de matérias-primas, água e energia, redução na geração de resíduos e efluentes, reuso de recursos, entre outros.
As vantagens são significativas para todos os envolvidos, do indivíduo à sociedade, do país ao planeta. Mas é a empresa que obtém os maiores benefícios para seu próprio negócio. Para ela, a P+L reverte em redução de custo de produção; aumento de eficiência e produtividade;
Diminuição dos riscos de acidentes ambientais; melhorias das condições de saúde do trabalhador; melhoria da imagem da empresa junto a consumidores, fornecedores, poder público, mercado e comunidades; ampliação de suas perspectivas de atuação no mercado interno e externo; maior acesso a linhas de financiamento; melhoria do relacionamento com os órgãos ambientais e a sociedade, entre outros.
Por tudo isso, vale a pena adotar essa prática, principalmente se a empresa for pequena ou média, e esteja dando os primeiros passos no mercado, pois, com a P+L, você e seus colaboradores já começam a trabalhar certo desde o início. Ao contrário do que possa parecer num primeiro momento, grande partes das medidas são muito simples. Algumas já são amplamente disseminadas, mas neste Guia, elas aparecem organizadas segundo um contexto global, tratando da questão ambiental por meio de suas várias interfaces; 
A individual relativa ao colaborador; a coletiva referente à organização; e a global que está relacionada às necessidades do país e do planeta. É provável que, ao ler este documento, em diversos momentos você pare e pense: “mas isso eu já faço!” Tanto melhor, pois isso apenas irá demonstrar que você já adotou algumas iniciativas para que a sua empresa se torne sustentável. Em geral, a P+L começa com a aplicação do bom senso aos processos, que evolui com o tempo até a incorporação de seus conceitos à gestão do próprio negócio.
É importante ressaltar que a P+L é um processo de gestão que abrange diversos níveis da empresa, da alta diretoria aos diversos colaboradores. Trata-se não só de mudanças organizacionais, técnicas operacionais, mas também de uma mudança cultural que necessita de comunicação para ser disseminada e incorporada ao dia-a-dia de cada colaborador.
  • É uma tarefa desafiadora, e que, por isso mesmo consiste em uma excelente oportunidade. Com a P+L, é possível construir uma visão de futuro para sua empresa, aperfeiçoar as etapas de planejamento, expandir e ampliar o negócio, e o mais importante: obter simultaneamente benefícios ambientais e econômicos na gestão dos processos.
De modo a auxiliar as empresas nessa empreitada, foi desenvolvido este Guia cujo objetivo é demonstrar a responsabilidade de cada empresa, seja ela pequena, média ou grande, com o meio ambiente. Embora em diferentes escalas, todos contribuímos de certa forma com os impactos ao meio ambiente. Entender, aceitar e mudar isso são atitudes imprescindíveis para a gestão responsável das empresas.
  • Esperamos que este Guia torne-se uma das bases para a construção de um projeto de sustentabilidade na gestão de sua empresa. Neste sentido, convidamos você a ler este material atentamente, discuti-lo com sua equipe e colocá-lo em prática.
O mercado de tintas e vernizes no Brasil:
  • Composto por produtos das linhas imobiliária, industrial e automotiva, o setor de tintas e vernizes tem números expressivos e grande potencial para crescimento. O mercado brasileiro de tintas já é bastante consolidado. 
Embora muitas vezes passem despercebidas, as tintas são produtos fundamentais onde quer que se vá ou qualquer item que se fabrique: veículos automotivos, bicicletas, capacetes, móveis, brinquedos, eletrodomésticos, vestuário, equipamentos, artesanatos, em impressão e serigrafia e na construção civil, superando assim a marca de um bilhão de litros de tintas produzidos anualmente.
  • Este volume coloca o Brasil como o quarto produtor mundial de tintas, com um mercado formado por grandes empresas (nacionais e multinacionais) e fabricantes de médio e pequeno porte, voltados para o consumo em geral e para segmentos com necessidades específicas. Estima-se que mais de 400 indústrias operem atualmente no País, responsáveis pela geração de quase 16 mil empregos diretos.
Em 2005 foram consumidos 319,757 milhões de galões de tintas – um incremento de 3,03% sobre a demanda do ano anterior, que foi de 310,366 milhões de galões de tintas e vernizes. Este volume correspondeu a um faturamento, no ano passado, de US$ 2,04 bilhões, valor que em 2004 chegou a US$ 1,75 bilhão. O aumento de 16,77% no faturamento deve-se não apenas à evolução do setor, mas também à desvalorização do real frente ao dólar, ocorrida em 2005.
  • Tais números, no entanto, ficaram abaixo do esperado por representantes do setor, devido à pequena evolução da economia como um todo e ao fraco crescimento do. Produto Interno Bruto (PIB) em 2005. O histórico de desempenho do setor indica que o mercado de tintas cresce em um nível semelhante ao da economia brasileira – em períodos de crescimento moderado.
Embora alguns setores econômicos se desenvolvam a taxas bastante favoráveis, como o automobilístico, por exemplo, outros fortemente atrelados ao de tintas deixam muito a desejar, como o da construção civil. E não é difícil entender o por quê: enquanto o segmento automotivo (original e repintura) representa em torno de 7% do volume total de tintas produzido – e entre 15% e 17% do faturamento do setor, o da construção civil chega a corresponder a 65% das vendas de tintas no País – em torno de 60% do faturamento total. Assim, se a construção civil não cresce, também não se eleva a demanda pela maioria dos produtos fabricados pela indústria de tintas e vernizes.

Comércio Exterior:
  • Mesmo com a valorização do real frente ao dólar, as exportações tiveram um papel importante para o desempenho do setor de tintas e vernizes no ano passado. Assim como o Sitivesp havia projetado, as vendas para o mercado externo atingiram um faturamento de US$ 106,765 milhões contra US$ 93,291 milhões de 2004, o que representou um crescimento 14,44%. 
Em volumes, as exportações totalizaram, em 2005, 48.333 toneladas - um incremento de 2,16% em relação ao ano anterior, porém, com preço médio subindo de US$ 1,97 para US$ 2,21/kg.O bom desempenho nas vendas externas fez com que a relação entre importação e exportação de tintas melhorasse muito nesse último ano: para cada US$ 10 de importação o setor está exportando US$ 8. Em 1996, essa relação era de US$ 10 importados para US$ 6 exportados.
  • Nas importações, os negócios apurados em 2005 foram de US$ 134,903 milhões ante US$ 132,976 milhões de 2004 - crescimento de apenas 1,44%. Em relação aos volumes, foram importadas, em 2005, 35.910 toneladas contra 35.260 toneladas de 2004, o que significou um crescimento de 1,84% aproximadamente, porém, com pequena queda do preço médio, que passou de US$ 3,77 para US$ 3,76.
No que se refere aos negócios realizados com o Mercosul, os resultados também não decepcionaram. A balança comercial destes negócios fechou com crescimento de 27% em comparação a 2004. Foram exportados US$ 49,172 milhões contra US$ 38,746 milhões no exercício anterior. Em se tratando de importação originária dos países do Mercosul, o montante foi de US$ 13,943 milhões, um total 35,3% maior que em 2004, que somou US$ 10,305 milhões. Exportação 2006
  • O setor deverá crescer mais de 11% nas exportações e atingir um faturamento de mais de US$ 118 milhões, em 2006. A pesquisa realizada junto ao SISTEMA ALICE - SECEX/ DECEX/SERPRO, indica que o setor totalizou – até setembro 2006 – exportações de 37.373 toneladas, o que projeta para o ano um total de 49.831 toneladas, contra 48.333 toneladas de 2005. 
Apesar de projetar um pequeno crescimento, em volume em relação a 2005, o preço médio de venda deverá subir de US$ 2,21 para US$ 2,38/kg. Em faturamento os negócios apurados nestes primeiros nove meses, de 2006, totalizaram US$ 88,915 milhões, indicando para o ano um faturamento de US$ 118,553 milhões, ante US$ 106,765 milhões em 2005.
  • Apesar de representarem pouco mais de 5% do faturamento total do setor de tintas e vernizes, as exportações têm papel importante para o desempenho do mercado e possuem grande potencial para crescimento. O setor está muito bem preparado seja em nível de produtos, serviços, inovações ou tecnologia.
Dentro deste cenário satisfatório para as vendas externas, destacam-se nas exportações as tintas e vernizes de maior valor agregado, indicadas para os segmentos automotivo, industrial e de impressão, tendo o Mercosul como o maior mercado internacional para os produtos brasileiros. Os segmentos que exportam itens já pintados, como os de eletrodomésticos, automóveis ou móveis, também possuem papel importante nesses resultados.

Tinta ecológica é apropriada para quem tem algum tipo de alergia

Descrição do processo produtivo:
  • A indústria de tintas para revestimentos utiliza um grande número de matérias-primas e produz uma e elevada gama de produtos em função da grande variedade de produtos/ superfícies a serem aplicados, forma de aplicação, especificidade de desempenho.
De modo geral, a tinta pode ser considerada como uma mistura estável de uma parte sólida (que forma a película aderente à superfície a ser pintada) em um componente volátil (água ou solventes orgânicos). Uma terceira parte denominada aditivos, embora representando uma pequena percentagem da composição, é responsável pela obtenção de propriedades importantes tanto nas tintas quanto no revestimento.
  • A tinta é uma preparação, o que significa que há uma mistura de vários insumos na sua produção. A combinação dos elementos sólidos e voláteis define as propriedades de resistência e de aspecto, bem como o tipo de aplicação e custo do produto final. As tintas podem ser classificadas de várias formas dependendo do critério considerado. 
De acordo com o mercado atendido e tecnologias mais representativas as tintas podem ser assim classificadas:
Tintas imobiliárias: tintas e complementos destinados á construção civil; podem ser
subdivididas em:
Produtos aquosos ( látex ): látex acrílicos, látex vinílicos, látex vinil-acrílicos, etc.
Produtos base solvente orgânico: tintas a óleo, esmaltes sintéticos, etc.
Tintas industriais do tipo OEM (original equipment manufacturer)
As tintas e complementos utilizados como matérias primas no processo industrial de fabricação de um determinado produto; incluem, entre outros os seguintes produtos:
  • Fundos (primers) eletroforéticos
  • Fundos (primers) base solvente
  • Esmaltes acabamento mono-capa e bi-capa
  • Tintas em pó
  • Tintas de cura por radiação (UV), etc..
Tintas especiais: abrange os outros tipos de tintas, como por exemplo.
  • Tintas e complementos para repintura automotiva
  • Tintas para demarcação de tráfego
  • Tintas e complementos para manutenção industrial
  • Tintas marítimas
  • Tintas para madeira, etc
As tintas também podem ser classificadas quanto à formação do revestimento, isto é
levando-se em conta o mecanismo da formação do filme protetor e a secagem ou cura
das tintas.
  • Lacas: a película se forma através da evaporação do solvente. Exemplos: lacas nitrocelulósicas e lacas acrílicas.
  • Produtos látex: a coalescência é o mecanismo de secagem. Exemplos:as tintas látex acrílicas, vinil-acrílicas usadas na construção civil
  • Produtos termo convertíveis: a secagem ocorre através da reação entre duas resinas presentes na composição a uma temperatura adequada ( entre 100 a 230 C; os produtos utilizados na industria automotriz e em eletrodomésticos são exemplos.
  • Sistemas de dois componentes: a formação do filme ocorre na temperatura ambiente após a mistura dos dois componentes ( embalagens separadas ) no momento da pintura; as tintas epóxi e o os produtos poliuretânicos são os exemplos mais importantes.
  • Tintas de secagem oxidativa: a formação do filme ocorre devido à ação do ar. Os esmaltes sintéticos e as tintas a óleo usados na construção civil são os exemplos mais marcantes.
Matérias-primas:
  • As matérias-primas básicas para a produção de quase todos os tipos de tintas são constituídas pelas resinas, pigmentos, solventes e aditivos.
Resinas:
  • As resinas são formadoras da película da tinta e são responsáveis pela maioria das características físicas e químicas desta, pois determinam o brilho, a resistência química e física, a secagem, a aderência, e outras. 
As primeiras tintas desenvolvidas utilizavam resinas de origem natural (principalmente vegetal). Atualmente, com exceção de trabalhos artísticos, as resinas utilizadas pela indústria de tinta são sintéticas e constituem compostos de alto peso molecular.As resinas mais usuais são as alquídicas, epóxi, poliuretânicas, acrílicas, poliéster, vinílicas e nitrocelulose. Uma breve descrição de cada uma destas resinas, encontra-se a seguir:
  • Resina alquídica: polímero obtido pela esterificação de poliácidos e ácidos graxos com poliálcoois. Usadas para tintas que secam por oxidação ou polimerização por calor.
  • Resinas epóxi: formadas na grande maioria pela reação do bisfenol A com eplicloridina; Os grupos glicidila presentes na sua estrutura conferem-lhe uma grande reatividade com grupos amínicos presentes nas poliaminas e poliamidas. 
  • Resinas acrílicas: polímeros formados pela polimerização de monômeros acrílicos e metacrílicos; por vezes o estireno é copolimerizado com estes monômeros.
A polimerização destes monômeros em emulsão ( base de água ) resulta nas denominadas emulsões acrílicas usadas nas tintas látex. A polimerização em solvente conduz a resina indicada para esmaltes termo convertíveis (cura com resinas melamínicas ) ou em resinas hidroxiladas para cura com poliisocianatos formando os chamado poliuretânicos acrílicos.
  • Resina poliéster: ésteres são produtos da reação de ácidos com álcoois. Quando ela é modificada com óleo, recebe o nome de alquídica. As resinas poliéster são usadas na fabricação de primers e acabamentos de cura à estufa, combinadas com resinas amínicas, epoxídicas ou com poliisocianatos bloqueados e não bloqueados. 
  • Emulsões vinílcas: são polímeros obtidos na copolimerização em emulsão ( base água) de acetato de vinila com diferentes monômeros: acrilato de butila, dibutil maleato, etc. Estas emulsões são usadas nas tintas látex vinílicas e vinil acrílicas.
  • Resina nitrocelulose: Produzida pela reação de celulose, altamente purificada, com ácido nítrico, na presença de ácido sulfúrico. A nitrocelulose possui grande uso na obtenção de lacas, cujo sistema de cura é por evaporação de solventes. São usados em composições de secagem rápida para pintura de automóveis, objetos industriais, móveis de madeira, aviões, brinquedos e papel celofane.
Pigmentos:
  • Os pigmentos são substâncias insolúveis no meio em que são utilizados (orgânico ou aquoso) e têm como finalidades principais conferir cor ou cobertura às tintas. Os corantes são substâncias geralmente solúveis em água e são utilizados para conferir cor a um determinado produto ou superfície.
Os corantes se fixam na superfície que vão colorir através de mecanismos de adsorção, ou ligações iônicas e covalentes enquanto que os pigmentos são dispersos no meio (tinta) formando uma dispersão relativamente estável.
  • Os corantes são muito utilizados na indústria têxtil e os pigmentos são fundamentais em tintas para revestimento.
Há três grandes categorias de pigmentos: pigmentos inorgânicos, pigmentos orgânicos e pigmentos de efeito.
  • Pigmentos inorgânicos: dióxido de titânio, amarelo óxido de ferro, vermelho óxido de ferro, cromatos e molibidatos de chumbo, negro de fumo, azul da Prússia, etc. Pigmentos orgânicos: azul ftalocianinas azul e verde, quinacridona violeta e vermelha, perilenos vermelhos, toluidina vermelha, aril amídicos amarelos, , etc. Pigmentos de efeito: alumínio metálico, mica, etc.
Cargas:
  • As cargas são minerais industriais com características adequadas de brancura e granulometria sendo as propriedades físicas e químicas também importantes. Elas são importantes na produção de tintas látex e seus complementos, esmaltes sintéticos foscos e acetinados, tintas a óleo, tintas de fundo, etc,
Os minerais mais utilizados são: carbonato de cálcio, agalmatolito, caulim, barita , etc. Também são importantes os produtos de síntese ( cargas sintéticas ) como por exemplo: carbonato de cálcio precipitado, sulfato de bário, sílica, silico-aluminato de sódio, etc. As cargas além de baratearem uma tinta também colaboram para a melhoria de certas propriedades: cobertura, resistência às intempéries, etc.

Solventes:
  • São compostos (orgânicos ou água) responsáveis pelo aspecto líquido da tinta com uma determinada viscosidade. Após a aplicação da tinta, o solvente evapora deixando uma camada de filme seco sobre o substrato.
Os solventes orgânicos são geralmente divididos em dois grupos: os hidrocarbonetos e os oxigenados. Por sua vez, os hidrocarbonetos podem ser subdivididos em dois tipos: alifáticos e aromáticos, enquanto que os oxigenados englobam os álcoois, acetatos, cetonas, éteres, etc. As tintas de base aquosa utilizam como fase volátil água adicionada de uma pequena quantidade de líquidos orgânicos compatíveis.
  • A escolha de um solvente em uma tinta deve ser feita de acordo com a solubilidade das resinas respectivas da tinta, viscosidade e da forma de aplicação. Uma exceção importante são as tintas látex, onde a água é a fase dispersora e não solubilizadora do polímero responsável pelo revestimento.
Atualmente existe um esforço mundial no sentido de diminuir o uso de solventes orgânicos em tintas,com iniciativas tais como: substituição por água, aumento do teor de sólidos, desenvolvimento de tintas em pó, desenvolvimento do sistema de cura por ultravioleta dentre outras.

Aditivos:
  • Este grupo de produtos químicos envolve uma vasta gama de componentes que são empregados em baixas concentrações (geralmente <5%), que têm funções específicas como conferir importantes propriedades às tintas e aos revestimentos respectivos, tais como: aumento da proteção anticorrosiva, bloqueadores dos raios UV, catalisadores de reações, dispersantes e umectantes de pigmentos e cargas, melhoria de nivelamento, preservantes e antiespumantes. A tabela a seguir relaciona alguns aditivos com a função respectiva.
Processo de Fabricação:
  • A indústria de tintas é caracterizada pela produção em lotes, o que facilita o ajuste da cor e o acerto final das propriedades da tinta. Nas etapas de fabricação predominam as operações físicas (mistura, dispersão, completagem, filtração e envase), sendo que as conversões químicas acontecem na produção dos componentes (matérias-primas) da tinta e na secagem do filme após aplicação.
Tintas para Revestimentos - Base Solvente:
  • O processo de produção deste tipo de tinta, geralmente abrange as seguintes operações unitárias: pré-mistura, dispersão (moagem), completação, filtração e envase.
A determinação das quantidades dos insumos deve ser feita através de pesagem e medição volumétrica com acuracidade adequada para tintas com as propriedades desejadas.
  • Pré-mistura – Os insumos são adicionados a um tanque (aberto ou fechado) provido de agitação adequado na ordem indicada na fórmula (documento básico para a produção de uma tinta). O conteúdo é agitado durante um período de tempo pré-determinado afim de se conseguir uma relativa homogeneização.
  • Dispersão (Moagem) – O produto pré-disperso é submetido à dispersão em moinhos adequados. Normalmente são utilizados moinhos horizontais ou verticais, dotados de diferentes meios de moagem: areia, zirconita, etc. Esta operação é contínua, o que significa, que há transferência do produto de um tanque de pré-mistura para o tanque de completagem. Durante esta operação ocorre o desagregamento dos pigmentos e cargas e ao mesmo tempo há a formação de uma dispersão maximizada e estabilizada desses sólidos.
A dispersão maximizada e estabilizada permite a otimização do poder de cobertura e da tonalidade da tinta durante um período de tempo correspondente a validade da mesma.
  • Completagem - Em um tanque provido com agitação são misturados de acordo com a fórmula, o produto de dispersão e os restantes componentes da tinta. Nesta fase são feitos os acertos finais para que a tinta apresente parâmetros e propriedades desejados; assim é feito o acerto da cor e da viscosidade, a correção do teor de sólidos, etc.
  • Filtração - Após a completagem e aprovação, a tinta é filtrada e imediatamente após é envasada.
  • Envase - A tinta é envasada em embalagens pré-determinadas. O processo deve garantir a quantidade de tinta em cada embalagem.
Produção de vernizes:
  • O verniz é uma dispersão coloidal não pigmentada, ou solução de resinas sintéticas naturais em óleos dissolvidos em solventes. São usados como películas protetoras ou revestimento decorativo em vários substratos.
Mistura – A produção de verniz é simples e não exige as etapas de dispersão e moagem. O produto é feito em apenas uma etapa: a mistura. São homogeneizados em tanques ou tachos, as resinas, solventes e aditivos.
Dispersão – Alguns tipos de vernizes necessitam, também desta etapa. Quando algumas das matérias-primas são difíceis de serem incorporadas, é necessário aplicar maior força de cisalhamento a fim de evitar grumos.
Filtração – Concluída a mistura, o lote é filtrado para remover qualquer partícula do tamanho acima do máximo permitido.
Envase - Depois de aprovado pelo Laboratório de Controle de Qualidade, o verniz é então, envasado em latas, tambores ou containeres, rotulado, embalado e encaminhado para o estoque.

Tintas para revestimentos - Base Água
  • Nos sistemas base de água a parte líquida é preponderantemente a água. As tintas aquosas e os seus complementos, utilizados na construção civil, são um exemplo marcante, pois representam 80% de todas as tintas consumidas por esse segmento de mercado. Estes produtos denominados genericamente de produtos látex são baseados em dispersões aquosas poliméricas (emulsões) tais como: vínílicas, vinil acrílicas, acrílicas, estireno-acrílicas, etc.
A parte volátil das tintas das tintas látex é constituída por 98% de água e 2% de compostos orgânicos (valores médios). As cargas minerais são particularmente importantes na produção de tintas látex para a construção civil; sob o ponto de vista quantitativo representam uma parte importante da composição dessas tintas.
  • Em tintas industriais, os sistemas aquosos estão adquirindo uma importância crescente; o primer eletroforético utilizado na pintura original automotiva é um dos exemplos mais importantes. Algumas tintas de acabamento automotivo também são aquosas.
É importante salientar que em tintas industriais há outras tecnologias concorrentes dos sistemas aquosos na solução de problemas ambientais, como, por exemplo, tintas em pó, tintas de cura por UV, tintas de altos sólidos, etc.

Processo de fabricação de tintas látex:
  • O processo de produção desse tipo de tintas é mais simples do que o usado na produção de tintas base solvente.
Pré-mistura e dispersão - Em um equipamento provido de agitação adequada são misturados: água, aditivos, cargas e pigmento (dióxido de titânio). A dispersão é feita em seqüência no mesmo equipamento.
  • Completagem - Esta etapa é feita em um tanque provido de agitação adequada onde são adicionados água, emulsão, aditivos, coalescentes e o produto da dispersão.
  • Nesta etapa são feitos o acerto da cor e as correções necessárias para que se obtenham as características especificadas da tinta.
  • Filtração e envase - Estas etapas ocorrem simultaneamente. A produção de tintas base água surge como alternativa para a redução de COV. Sua maior aplicação é no ramo imobiliário, predominando as tintas látex. As etapas de fabricação são basicamente as mesmas da base solvente. As diferenças resumem-se a ordem de adição dos componentes da tinta.

As tintas naturais fabricadas pelos artistas rupestres eram obtidas e extraídas 
do próprio ambiente.