sábado, 3 de janeiro de 2015

Plantago major - Tanchagem

De origem chinesa, o Chá revolucionou o mundo moderno, servindo como poderoso remédio em casos de dor, gripe, náuseas, falta de apetite e até falta de desejo sexual

  • A tanchagem (Plantago ssp, Plantago major), também conhecida como transagem ou tansagem, é uma planta vivaz, com um tufo de folhas grandes, longipecioladas, inteiras ou de bordos levemente ondulados, ovaladas, percorridas com nervuras curvilíneas. As suas flores são pequenas, branco-amareladas, agrupam-se em espigas de até 40 cm de comprimento.
Da família das Plantagináceas, também conhecida como transamento, tanchagem maior, plantagem, sete nervos. Planta anual vivaz, que cresce pouco, atingindo 30 centímetros de altura, sem caule, com folhas oval-arrendondadas, carnosas e moles, quase pecíolo. 
  • As folhas nascem em torno de um eixo, ao nível do solo, formando um tufo circular, e ficam distendidas sobre o solo, como as plantas dos pés, o que deu origem ao nome cientifico Plantango. As flores brancas, rosadas ou esverdeadas, nascem ao longo desse eixo, e formam espigas eretas e alongadas, entre as folhas.
As sementes, de preferência em solos úmidos, férteis e de clima temperado, sendo a época mais favorável os meses de setembro a dezembro, para o plantio. No Brasil adaptou-se tão bem que vegeta espontaneamente em quase todo o país, principalmente em jardins e gramados, pomares, beiras de estrada e junto aos muros. 
  • Desenvolve-se mais intensamente em locais abertos, como em solos cultivados e pastagens. A colheita das folhas deve ocorrer nos meses de agosto e março e as sementes separam-se da espiga no fim do verão, quando estão bem maduras.
Originária do continente europeu e introduzida nos demais continentes do mundo, a espécie Plantago major L., pertencente à família Plantaginaceae, é popularmente conhecida como tansagem, tanchagem, transagem ou plantagem (LORENZI, 2000; MATTOS, 1996).
  • Tradicionalmente empregada com usos medicinais, as folhas da tansagem possuem propriedades antibacterianas (HOLETZ et al., 2002) e são utilizadas para o tratamento de doenças cutâneas, infecciosas, digestivas e respiratórias, no combate a tumores, no alívio da dor e redução de febres e como adstringente, purgativa e cicatrizante (SAMUELSEN, 2000).
Além do valor medicinal, a tansagem é considerada hortaliça em potencial, por ser rica em fósforo, cálcio e vitaminas A e C (MARTINS et al., 1998; SILVA FILHO et al., 1994). 
  • Entretanto, apresenta pouca utilização como fonte de alimento para o consumo humano. A tansagem é uma planta perene e herbácea que cresce espontaneamente em gramados, jardins, hortas, pomares, trilhas e beiras de estradas, sendo seu sistema radicular restringido principalmente pela compactação ou pelo volume limitado de solo (BACCHI et al., 1984; WHITFIELD et al., 1996). 
A tansagem é planta indicadora de solo com aeração insuficiente, compactado e freqüentemente úmido (MMC-RS, 2005), podendo-se correlacionar sua produção com a fertilidade do solo.
  • Segundo Mattos (1996), as plantas do gênero Plantago desenvolvem-se melhor em solos arenosos, ricos em matéria orgânica, com boa umidade e sob plena luz. Entretanto, informações sobre adubação de tansagem ainda são incipientes, sendo encontradas na literatura apenas informações relacionadas a espaçamentos recomendados para o seu cultivo.
O conhecimento dos fatores nutricionais limitantes ao crescimento de plantas medicinais é de grande importância para seu cultivo e manejo. De acordo com Brasil (2006), a aplicação de adubos deve ser feita com moderação, conforme a análise de solo e as necessidades específicas das espécies.
  • Dentre os nutrientes essenciais ao crescimento e desenvolvimento das plantas, o fósforo (P) e o nitrogênio (N) destacam-se pelas suas funções relevantes; porém, encontram-se em quantidades insuficientes e, às vezes, não disponíveis na maioria dos solos brasileiros (BELARMINO et al., 2003).
O P faz parte de compostos essenciais ao metabolismo vegetal, que participam de fenômenos importantes como respiração, fotossíntese e comunicação genética; estimula o crescimento e é fator essencial à formação das raízes. Além disso, auxilia na formação e fecundação das flores, fixação dos frutos e formação das sementes (TAIZ & ZEIGER, 2004). 
  • Já o N é o macronutriente mais abundante na planta e é também o mais exigido em relação aos demais. Faz parte da molécula de clorofila, é integrante das proteínas vegetais, auxilia a formação das folhagens e favorece o rápido crescimento da planta (SYLVESTER-BRADLEY et al., 2001).
Ambos, P e N, são necessários para que ocorra síntese proteica, ativação de uma série de enzimas e, conseqüentemente, a produção de biomassa vegetal (MARSCHNER, 1995).
  • É chamada "rei-dos-caminhos" pois não respeitando fronteiras se difundiu por todos os países. Faz parte da Farmacopeia Homeopática.
O nome de gênero, Plantago, é uma velha adaptação francesa para a palavra em latim que significa “planta”. Uma antiga lenda diz que uma bela moça se casou com um cavaleiro renomado, que em seguida foi para a batalha. Após o beijo de despedida, o cavaleiro pediu para que ela esperasse seu retorno, e assim o fez, esperando infinitamente, sem que ele nunca houvesse retornado. Assim, depois de tanto esperar, ela foi transformada nesta planta. 
  • A espécie Plantago major faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), constituída de espécies vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse do Ministério da Saúde do Brasil.
Propriedades Químicas:
  • A tanchagem é utilizada na medicina alternativa tradicionalmente para aliviar febres e remover o excesso de líquidos do corpo, ao mesmo tempo que diminui a inflamação e irritação nos tecidos. É uma erva que promove a recuperação de tecidos danificados ou estragados. 
O cataplasma é usado tradicionalmente para dor de dente e também em forma de unta para feridas, hemorragia, febre, picadas de abelha, hemorroidas e sumagre-venenoso. O gargarejo para dores de garganta. Já em forma de colírio para blefarite e conjuntivite.
  • A tanchagem é composta de alantoína, taninos, flavonoides (apigenina), mucilagem, glicosídeos (aucubina), ácido salicílico, ácido palmítico, ácido esteárico, ácido oleico, vitamina C, vitamina K, betacaroteno, dentre outras substâncias. 
A alantoína presente na tanchagem é uma substância anti-inflamatória que mata germes, melhora a velocidade de cicatrização de feridas e estimula o crescimento de células novas no corpo, sendo um ingrediente ativo de muitos cremes e loções cosméticas para a pele. 
  • Os taninos da planta são considerados adstringentes, o que faz com que a tanchagem ajude a estancar sangramentos e controlar o fluxo menstrual, colite, diarreia, disenteria, vômitos e incontinência. O ácido salicílico, precursor da Aspirina, ajuda a aliviar dores físicas e musculares.
Monoterpenos iridòides: aucubina (rinanantina), catapol e asperulosídeo; Mucilagens: glucomannas, arabino-galagtano, ramnogalacturonano; Flavonóides: diglicosídeo-6,8-apigenina, glicoronídeo-7-luteolina, xilose, galactose; ácidos orgânicos: clorogénico, neocloro-gênico, galacturônico, actenosídeo (verbascosídeo); Taninos; Saponinas; Sais minerais: potássio, cálcio, ferro; Vitamina C; Colina; Alcalóides: noscapina; Petina; Hidroxicumarina: aesculetina; Ácido silícico; Sementes: 105 de óleo amarelo de sabor a óleo de nogueira, amarelo; Antraquinonas.Dentre os diversos compostos que são encontrados na espécie Plantago major, destacam-se aqueles que possuem atividades biológicas. 
  • Os lipídeos são extraídos das sementes, sendo que 64,8% deles são constituídos de ácidos graxos insaturados. Um ácido saturado, o ácido araquídico, é isolado somente das sementes de P. major, não sendo encontrado em outras espécies de Plantago. 
Das folhas frescas de P. major pode-se extrair até 0,18% de lipídeos, e nestes são encontrados principalmente os ácidos graxos insaturados: linolênico, ácido palmítico, e um ácido graxo saturado. Na cera das folhas encontram-se principalmente ácidos triterpênicos livres, os ácidos oleanóico e ursólico e hidrocarbonetos alifáticos, contendo entre 27 a 33 átomos de carbono. 
  • Diversos flavonóides foram isolados da P. major. Entre estes estão a luteolina 7-glicose, hispidulina 7-glicoronil, luteolina 7-diglicose, apigenina 7-glicose, nepetina 7-glicose, luteolina 6-hidroxi, 4’-metroxi 7-galactose, plantaginina, homeoplantaginina, baicaleína, e a hispidulina, além de outros os quais não tiveram suas estruturas elucidadas.
São encontrados no vegetal:
  • Glicosídeos: compreendem uma classe de substâncias químicas formadas pela união de moléculas de glúcido - glicídeos, gliconas ou "oses" (geralmente um monossacarídeo) - e um composto não glucídico, também chamado de aglicona. Os glicosídeos também são conhecidos por "heterosídeos" e podem desempenhar funções importantes nos organismos vivos. Muitas plantas biossintetizam e armazenam substâncias químicas sob a forma de glicosídeos inativos, que podem ser ativados por hidróliseenzimática liberando a aglicona (geralmente um metabólito secundário) e a glicona. Entretanto, alguns glicosídeos podem ser sintéticos ou mesmo semi-sintéticos. Exemplo de molécula de glicosídeo:
  • Iridóides: sua função principal a defesa das plantas contra seus predadores. Muitas apresentam também propriedades antimicrobianas e antifúngicas. Muitos se caracterizam por um sabor extraordinariamente amargo, que as protege da predação, tanto por insetos como por vertebrados.
  • Mucilagens: substâncias macromoleculares de natureza glicídica. Em presença de água incham e tomam aspectos viscosos, são encontrados em plantas terrestres e marinhas. (ex. : celulose, pectina, aliginatos). Agem como inativadoras de algumas toxinas, diminuem a irritabilidade da pele, calmante e suavizante, cicatrizantes, anti-inflamatório, laxativo, expectorante e antiespasmódico.
  • Taninos: tem ação adstringente, que contrai os tecidos e vasos sanguíneos, diminuindo a secreção da mucosa, e antimicrobianos (antidiarréico). Precipitam proteínas. Exemplo de molécula de tanino:
  • Sais minerais: apresentam uma variedade grande de funções. Exemplos: o Silício - constituinte de certas macromoléculas essenciais para a formação de colágeno e elastina, é um elemento estrutural nas cadeias de proteínas e polissacarídeos; o Iodo - propriedades anti-inflamatórias; o Zinco - necessário na síntese do DNA, atua na nutrição celular; a deficiência de Zn influência no cabelo provoca queda; o Ferro - importante no transporte do oxigênio; o Magnésio - ação protetora para a vitamina E; o Cobre - ação anti-inflamatória; o Manganês - estimula o metabolismo celular.
As atividades farmacológicas do vegetal são direcionadas para afecções das vias respiratórias como boca e garganta, infecções, gota, excesso de ácido úrico no sangue e úlcera gástrica. 
  • É adstringente, no combate inflamações nos ouvidos, nos olhos, nas gengivas, na garganta, nas amígdalas, na faringe, no estômago, nos Intestinos, nos rins, na bexiga, gripes, apendicite, inflamações. 
Contra a conjuntivite, hemorróidas, problemas urinários. Auxilia contra diarréia, cólica infantil, febres intestinais, e também na cura de feridas; ou seja, esta tem uma vasta aplicação farmacológica.

Ácido palmítico:
  • Ácido palmítico ou ácido hexadecanóico (nome IUPAC) é um dos ácidos graxos saturados mais comuns, encontrados quer em animais, quer em plantas. Como o próprio nome indica, é o principal (e em maior quantidade) componente do óleo de palma. Leite e derivados (manteiga, queijo) e carne bovina também o contêm.
Palmitato chama-se ao éster do ácido palmítico. O anion palmitato é a espécie química observada do ácido palmítico em avaliações de pH de líquidos fisiológicos.

Plantago major - Tanchagem

Propriedades Medicinais:
  • Depurativa, hemostática, béquicas, emoliente, expectorante, antitussígena, tônica, cicatrizante, diurética, antiinflamatória e anti-séptica.
Em nosso país, o estudo dos vegetais foi impulsionado pela chegada da corte portuguesa, tendo como conseqüência a criação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, em 1808, por D. João VI. Ainda conhecemos muito pouco de nossas plantas medicinais. 
  • Muitas vezes usamos sem conhecer sua atuação e sua finalidade. Geralmente, não conhecemos sua toxicidade e seus efeitos colaterais e, as contra-indicações. Estas estão longe de serem conhecidas. São várias as ciências envolvidas para ajudar a entender este universo. Plantas medicinais é um mundo a ser conhecido. Em parte, já vivido por uma grande parcela da população.
Plantas medicinais sempre foram usadas pelos povos. Contudo, agora a ciência pode dar uma grande contribuição: nomear, conhecer substâncias, sua ação no organismo, sua toxicidade, seus efeitos colaterais, suas interações, entre outros.
  • As ervas são encontradas na natureza em grande variedade. Com vasta possibilidade de utilização, elas são muito úteis na culinária, no uso medicinal e também em outros campos. Atividades extrativas no meio natural constituem um dos principais usos da diversidade biológica.
As espécies vegetais para uso medicinal têm recebido atenção especial, pelos diferentes significados que as plantas medicinais assumem em nossa sociedade como um recurso biológico e cultural, destacando-se seu potencial genético para o desenvolvimento de novas drogas, possível fonte de recursos financeiros, através de sua comercialização, para o resgate e fortalecimento da identidade cultural e como acesso primário à saúde para muitas comunidades.
  • As plantas medicinais representam a principal matéria médica utilizada pelas chamadas “medicinas tradicionais”, ou não ocidentais, em suas práticas terapêuticas, sendo a medicina popular a que utiliza o maior número de espécies diferentes.
Suas folhas verdes são freqüentemente utilizadas na culinária, mas suas raízes, flores, sementes, caules e algumas outras partes, são de bastante utilizadas pela medicina complementar por suas características medicinais. De forma geral, podemos entender que as ervas possuem diferentes tipos de aplicações.
  • Estas diferenças podem ser observadas entre as ervas medicinais e aquelas específicas à culinária (também conhecidas como ervas aromáticas). No caso das ervas medicinais, estas podem ser utilizadas de forma mais abrangente, podendo ser aproveitadas muitas de suas partes. O contrário ocorre com as ervas de uso específico da culinária, onde o mais comum é a utilização de suas folhas.
Plantas medicinais são aquelas que podem ser usadas no tratamento ou na prevenção de doenças. Toda planta medicinal tem no mínimo um princípio ativo, que é a substância responsável pelo efeito curativo. 
  • É interessante notar que para o efeito medicinal existir, deve estar presente o princípio ativo. É curioso saber que a palavra droga (sinônimo de remédio ou medicamento) quer dizer “erva seca” e daí o nome de drogaria; na verdade, muitos dos remédios tradicionais (alopáticos) são retirados de plantas.
Apesar de o homem utilizar plantas medicinais desde milhares de anos antes de Cristo e muitas delas serem conhecidas no mundo todo, ainda há uma enorme quantidade de plantas sobre as quais sabe-se muito pouco ou mesmo nada conhece; algumas são usadas por índios e camponeses e, futuramente, talvez o tratamento para muitas doenças hoje incuráveis venha dessas plantas.
  • Embora 80% das espécies vegetais existentes no planeta tenham sido estudadas morfologicamente pelos botânicos, classificando-as pela forma do caule, da folha, da flor e do fruto, apenas 5% destas espécies foram estudadas quimicamente e, com relação à atividade farmacológica, o número de espécies estudadas diminui consideravelmente.
Considerando-se que, historicamente, os metabólitos secundários de plantas vêm sendo utilizados pela humanidade, como medicamentos, desde o início de nossa civilização, e que, nos dias atuais, mesmo com o grande desenvolvimento de drogas obtidas por síntese orgânica, eles continuam desempenhando um papel de destaque na saúde pública, torna-se fundamental o conhecimento da química e farmacologia das plantas utilizadas para estes fins.
  • Este trabalho deve como objetivos adquirir, conhecimento e buscar informações em literaturas específicas e sites referentes a classificação e identificação de plantas medicinais. Utilizar de forma correta as regras de nomenclatura botânica. 
Pesquisar as informações corretas para cada espécie presente no canteiro (espécie, gênero, família e nomes vulgares). Obter conhecimentos através da pesquisa de informações sobre grupos químicos e atividades farmacológicas da Plantago major L.
  • Foram utilizados para a execução deste trabalho livros do conteúdo de Fármaco-botânica, e também foram feitas pesquisas em sites.
Também conhecida como transagem, esta é uma planta vivaz, com um tufo de folhas grandes, longipecioladas, inteiras ou de bordos levemente ondulados, ovaladas, percorridas com nervuras curvilíneas. Originária da Europa e citada em antigos escritos como uma planta que entrava no preparo da maioria dos remédios medicinais. Era considerada sagrada pela tradição anglo-saxã.
  • As suas flores são pequenas, branco-amareladas, agrupam-se em espigas de até 40 cm de comprimento. Seu cultivo e conservação deve ser em clima temperado, sobre exposição solar plena, cuja propagação ocorre através das sementes, crescendo em qualquer tipo de solo, com pH entre 5,0 e 8,0. 
Esta planta necessita de irrigação moderada. Logo após recomenda-se que a secagem de suas folhas deve ser feita à sombra, em local bem ventilado, com temperatura máxima de 40°C. O acondicionamento das folhas deve ser feito em sacos de papel ou de plástico transparente. Gestantes, pessoas com constipação e fezes muito ressecadas não são recomendadas ao uso desta planta. Seu uso pode acarretar efeitos colaterais tais como: arritmia cardíaca e reações alérgicas.
  • Na medicina alternativa a tanchagem pode ser uma alternativa mais segura ao confrei, erva que possui propriedades medicinais semelhantes, mas que possui toxicidade e pode causar lesões graves no fígado e até mesmo lesões ósseas. 
Pesquisas com pólen de P. major demonstraram que esta planta foi introduzida nos países Nórdicos paralelamente a sua introdução nos campos de cultivo primitivos, há cerca de 4000 anos atrás. Os índios a chamavam de “pegada de homem branco”, porque era encontrava em todos os lugares na Europa. 
  • O seu uso na medicina popular, como cicatrizante, é muito antigo, e está descrito na “Matéria Médica” do médico grego Dioscórides, do século I. Há registros também do uso das folhas de P. major pelos Vikings em ‘Volsuga saga’. Foi descrita na “Flora Danica” (SIMON PAULLI, 1648), e na “The Complete Herbal” (NICHOLAS CULPEPER, 1649). 
Um estudo etnofarmacológico recente mostrou a dimensão do uso de P. major em todo o mundo, e para várias doenças. Dentre as indicações para afecções da pele, pode se destacar o seu emprego no tratamento de: abscessos, acne, processos inflamatórios, picada de abelha, queimaduras, leishmaniose cutânea, como desinfetante para feridas, emoliente, em exantema, e cicatrizante. 
  • Relacionado com problemas respiratórios é indicado para: resfriados, como expectorante, doenças pulmonares, asma e bronquite.
Quanto a problemas digestivos está indicado para: constipação, diarreia, aftas e úlcera. Para problemas no sistema urogenital como: indutora de aborto, contraceptiva, infecções do trato urinário e vaginites. Problemas circulatórios: na diabetes, edema, hemorroidas e como diurético. As indicações em relação ao sistema nervoso são ainda como: analgésico e antipirético. 
  • Outras indicações ainda constam, tais como: antineoplásico, antimalárico, anti-helmíntico e para picada de cobras (SAMUELSEN et al, 2000) 
A medicina popular indica a infusão de suas folhas para os casos de ardor do estômago, afecções das vias respiratórias e uro-genitais, diarreia, disenteria. Adicionalmente tem efeito depurativo do sangue.
Sob a forma de gargarejos, combate as inflamações da boca e da garganta, os sangramentos das gengivas, as anginas e as parotidites. O gargarejo habitual com o seu chá faz desaparecer a inchação das amígdalas, podendo evitar a sua remoção cirúrgica. 
  • As folhas frescas, maceradas na forma de emplastro, curam úlceras na pele.As minúsculas sementes (após estarem secas as espigas) são ótimas contra disenteria e infecções intestinais (podem ser comidas in natura, ou bebidas com água)
Cicatrização:
  • Cicatrização define uma série de eventos que visam a restabelecer o tecido lesionado após a injúria. Este processo é dividido em três fases: inflamação, formação de tecido de granulação com deposição de matriz extracelular e remodelamento. 
O processo de cicatrização apresenta uma fina regulação dependente de sinalização específica desencadeada por diversos tipos celulares, podendo ser modulado por ácidos graxos. 
  • Há inúmeros indícios demonstrando o efeito benéfico da aplicação tópica de ácidos graxos no tratamento de feridas, sendo: os ácidos graxos são substâncias que apresentam baixo custo e amplamente utilizados como agentes cicatrizantes pela cultura popular de diversos países; o curativo úmido oleoso serve como barreira protetora contra microrganismos, evita a desidratação tecidual, mantém a temperatura corpórea e diminui os traumatismos durante a substituição dos curativos, estudos envolvendo a função dos ácidos graxos sobre células do sistema imune mostram o importante caráter imunomodulador dessas substâncias e a deficiência nutricional de ácidos graxos retarda o processo cicatricial. 
Apesar da função dos ácidos graxos na modulação da resposta inflamatória ser objeto de estudo de muitos pesquisadores seus efeitos no processo de reparo tecidual são pouco conhecidos.
  • O ácido palmitoléico é encontrado na secreção sebácea natural da pele, principalmente em jovens e a medida que envelhecemos, a quantidade de ácido palmitoleico da pele diminui. 
O óleo de macadâmia, rico nos ácidos palmitoleico e oléico é utilizado para tratar ferimentos e como cosmético, porem pouco se sabe sobre os mecanismos de ação dessa substância e o efeito da mesma sobre células envolvidas no reparo tecidual.
  • Desta forma, este estudo visa a determinar os efeitos biológicos do ácido palmitoleico nas diferentes fases e células do processo de cicatrização, através de estudos in vitro e in vivo, assim esquematizados: 
Estudos in vivo: Em ratos feridos e tratados topicamente com o ácido palmitoleico serão realizadas: análise macroscópica do processo de cicatrização; análise da celularidade e detecção de TNF-±, IL-1², CINC-2±/², MIP-1±, VEGF-± e colágeno produzidos localmente em diferentes tempos. 
Estudos in vitro: Estudaremos a influência do tratamento de feridas nas seguintes funções de neutrófilos e macrófagos: quimiotaxia; burst respiratório; atividade microbicida, liberação de TNF-±, IL-1², CINC-2±/², MIP-1± e VEGF-±. 
  • Em fibroblastos será avaliado o efeito do ácido palmitoleico sobre a produção de espécies reativas de oxigênio, proliferação e liberação de citocinas e fatores de crescimento (FGFs e VEGF-±) e colágeno. 
Os dados dos experimentos in vivo serão correlacionados com os dados obtidos nos experimentos in vitro. Nossa perspectiva futura é de que, se houver efeito benéfico, esses sejam evidenciados bem como o mecanismo envolvido determinado. 
  • Acreditamos, que se o ácido palmitoleico exercer efeito sobre o processo de reparo tecidual existirão novas possibilidades de estudos de mecanismos de ação, além da possibilidade futura de desenvolver formulações (biomembranas, géis, pomadas) para aplicação em humanos. (AU)
Indicações: 
  • O suco puro pode ser usados em bochechos para apressar a cicatrização da gengiva em casos de cirurgia e extrações de dentes. O emplasto da planta macerada combate a inflamação. Para uso interno, pode ser usada como diurético, e junto com guaco para combater tosses com catarro.
Uso pediátrico: 
  • Afecções respiratórias: amigdalite, faringite, traqueite, tosse, catarro, bronquite; Inflamações: otite, parotidite, gengivite, estomatite; Febres intermitentes; Diarreias Afecções da pele: dermatoses, picadas de inseto; Anemia, debilidade; Constipação intestinal: como laxante.

Plantago major - Tanchagem