domingo, 18 de janeiro de 2015

Tagetes minuta - Cravo-de-defunto

Tagetes minuta - Cravo-de-defunto

  • Da família das Asteraceae, também conhecida como botões-de-solteirão, cravo, cravo-francês, rosa-da-índia, tagetes e tagetes-anão, Fench marigold , clavel de índias, marigold, tagete. Planta anual, ereta e muito ramosa. As folhas são recortadas, glandulosas e bem aromáticas. As flores se apresentam em capítulos pequenos, densos e corimbosos, nas cores amarelas. 
O fruto é um aquênio de cor escura. Este nome é comum a três espécies da família das Compostas, todas originárias do México e introduzidas no Brasil há muitos anos, onde se aclimataram perfeitamente, tornando-se até subespontâneas, mesmo nas mais longíquas povoações, as chamadas taperas. Tagetes erecta, L. Planta glabra e muito ramosa, até 80 cm de altura, caule e ramos eretos; folhas opostas ou alternadas, às vezes pecioladas, muito recortadas, as inferiores até 15 cm de comprimento; segmentos estreito-oblongos ou oblongo-lanceolados, agudos, serrados, glandulosos, de 12-25 mm de comprimento, os inferiores muito menores, pedúnculos de 4-10 cm, intumescidos abaixo dos capítulos, sendo estes multifloros, solitários na extremidade dos ramos, de 25-45 mm de diâmetro, invólucro campanulado e sulcado, de 15-20 mm com as brácteas unidas próximo do ápice; raios compridos, de cor amarelo-pálido, fruto aquênio linear-multi-estriado, contendo sementes pretas. 
  • Esta espécie, e bem assim a T. patula, L., são ricas em óleo essencial de cheiro desagradável, às vezes mesmo fétido, as flores de ambas encerram quercetagelin, matéria corante usada na índia para tingir a seda e a lã em amarelo-pardo-claro, pardo-cinzento, amarelo-pardo-escuro e cinzento amarelado. Embora não haja dúvida alguma quanto à origem mexicana desta espécie, parece que em sua pátria jamais foi encontrada em estado silvestre; naturalizada em todo o Brasil, é uma das plantas que acompanham o homem e quê marcam também os lugares em que ele habitou. É encontrado nas taperas, nos quintais, etc. É peitoral e calmante, muito empregada quando cosida, ou em infusão, contra as dores reumáticas, os resfriados, a bronquite e a tosse; as raízes e as sementes passam por laxativas. 
Os floricultores obtiveram dela flores dobradas e muito grandes, até 7 cm de diâmetro, de cores ainda mais vivas, predominando a cor de laranja e a amarelo-enxofre. Sua floração é abundante, especialmente a variedade anã, que mede 40-60 cm.O cravo-de-defunto (Tagetes minuta) é uma planta medicinal também conhecida como cravo-francês, tagetes-anão, tagete (italiano), french marigold (inglês), clavel de Índias (espanhol), marigold (francês), dentre outros nomes populares. A Tagetes minuta pertence a família das Asteraceae. 
  • O gênero Tagetes é composto de 56 espécies de plantas, sobretudo herbáceas anuais e perenes da família do girassol, nativas dos campos temperados da América do Norte e e regiões montanhosas da América do Sul, incluindo Argentina, Chile, Bolívia, Peru, e a região do Chaco no Paraguai. Atualmente, encontram-se espalhadas em outras regiões do mundo.
O cravo-de-defunto é uma erva que pode atingir de um a dois metros. As suas folhas são verdes ligeiramente brilhantes e as margens das folhas são finamente serrilhadas. A superfície inferior das folhas contem um número de pequenas e puntiformes glândulas multicelulares, de cor alaranjada, que exalam um aroma de alcaçuz quando rompidas. Seu fruto é um aquênio de cor escura. Suas flores são alaranjadas, amarelas ou vermelhas, a maioria com odor muito forte. A espécie Tagetes minuta faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS).

Composição Química:
  • Carotenóides, cineol, linalol, carvona, ocimeno, dextra-limoneno, fenol, anetol, eugenol, quercetagetina. 
O vírus da Dengue pertence à família flaviviridae, o qual inclui, além deste, outros agentes virais patogênicos como a febre amarela, febre do Nilo e hepatite C. Tanto a dengue como a febre amarela apresentam o Aedes aegypti como principal vetor.
  • Em se tratando da Dengue, esta tem se tornado o maior problema de saúde pública enfrentada por países tropicais em todo o mundo e tem aumentado drasticamente. A OMS estima que pode haver cerca de 50 milhões de novos casos da doença todos os anos. A maioria das infecções da dengue são caracterizadas por sintomas não específicos como febre, dor de cabeça, dor retro-orbital, dor no corpo, náusea, vômito, fraqueza entre outros. O quadro clínico mais severo da doença, conhecida como Dengue hemorrágica (DHF), é caracterizado por manifestações tais como sangramento gengival, hemorragia gastrointestinal e vaginal, epistasia, entre outros (GUZMAN E KOURI, 2003). 
A infecção secundária é um importante fator de risco para a DHF. Dos quatro sorótipos (Vírus) associados a DHF, DEN-2 e DEN-3 têm sido mais comumente detectados em infecções secundárias em que houve o desenvolvimento da DHF (GUZMAN E KOURI, 2003). No Brasil a sequência DEN-1/DEN-2 tem sido predominante, entretanto, o último surto epidêmico ocorrido em 2002 (mais de 317 mil casos da doença em 14 dos 27 estados da federação), tem sido atribuído à introdução de DEN-3 (WHO, 2003).
  • Não há nenhum tratamento específico para a Dengue e o desenvolvimento vacinal é difícil devido à existência desses quatro diferentes vírus da doença chamados também de sorótipos – DEN 1, 2, 3, E 4 – (ONO et al., 2003). Mesmo nos casos em que há vacinas antivirais, como é o caso da gripe, esta tem que ser melhorada a cada ano pois o vírus influenza tem se mutado e se mostrado mais resistente (PATARCA-MONTERO, 2002). 
É sabido que os flavonóides apresentam atividade antiviral, podendo ser antinfectivo e antireplicativo. Para a avaliação da atividade anti-transcriptase reversa de 18 diferentes flavonóides, amentoflavona, escutelareína e quercetina foram os que se apresentaram mais efetivos (SPENDING et al., 1989), sendo o último amplamente encontrado em Tagetes.Em uma revisão de literatura feita por pesquisadores indianos, concluiu-se que os maiores componentes bioativos em Tagetes são os politianis (incluindo α-tertianil), e terpenoides.
  • Os politianis são predominantemente encontrados no extrato etéreo das raízes enquanto os terpenóides no óleo essencial das folhas e flores. Os componentes do óleo essencial das diferentes espécies no gênero variam em qualidade e quantidade, sendo (Z) e (E)-ocimenona os mais comuns (VASUDEVAN et. al., 1997). 
Dos 10 tiofenos mais efetivos para a atividade antiviral, 7 são encontrados em T. minuta, dentre eles o Alfa-tertianil. As estruturas com duas ou mais unidades tiofênicas mostraram as maiores atividades antivirais (HUDSON, 1990). Poucos são os trabalhos a respeito da atividade biológica dos flavonóides patuletina e quercetagetina e derivados glucosídeos característicos do gênero Tagetes (TERESCHUK et al, 1997, ABDALA, 2001). 
  • O número de trabalhos publicados relacionados à atividade biológica dos extratos de Tagetes e seus isolados tem aumentado nos últimos anos. Vale a pena salientar, porém, que não se encontra na literatura dados sobre a investigação biológica para a atividade antiviral de extratos de Tagetes. Entretanto, em relação aos seus isolados isso já não ocorre.A sua utilização no tratamento da Dengue motivou novamente o estudo de seus constituintes químicos na procura de novos compostos.

Tagetes minuta - Cravo-de-defunto

Usos medicinais:
  • O chá medicinal de cravo-de-defunto é consumido por locais desde os tempos pré-contato dos indígenas com a civilização europeia. Dentre os nomes designados por nativos para a bebida aparecem os termoschinchila, chiquilla, chilca, zuico, suíço e anisillo. A planta possui propriedades analgésicas, antiespasmódicas, anti-reumáticas, antitussígenas, aperitivas, imunoestimulantes, laxativas, purgativas, sudoríferas e vermífugas. 
Na medicina popular, uma decocção feita por maceração da planta seca em água quente durante 3 a 5 minutos, sendo utilizada como um remédio para o resfriado comum, incluindo inflamações do trato respiratório superior e inferior, e para as problemas do sistema digestivo, incluindo dores de estômago, diarreias e distúrbios no figado. A decocção é consumida quente. O cravo-de-defunto possui carotenoides, cineol, linalol, carvona, ocimeno, dextra-limoneno, fenol, anetol, eugenol, quercetagetina, dentre outros princípios ativos.
  • O cravo-de-defunto é também usado como condimento no Chile e na Argentina. É popular em pratos de arroz e como aromatizante em ensopados. A erva é cultivada e colhida para extração do óleo essencial, utilizado na indústria de perfumes como um componente de aroma, e em produtos alimentares como condimento de sabor, incluindo bebidas de cola, bebidas alcoólicas, sobremesas lácteas congeladas, doces, bolos, biscoitos, gelatinas e pudins. 
Os estudos etnobotânicos anotam os seguintes usos medicinais do tagetes: como vermífugo, digestivo, diurético, sedativo e contra males estomacais. Internamente, é utilizado contra a indigestão, cólica, constipação, desinteria, tosse e febre. Em algumas regiões, as mulheres utilizam o chá da planta para acelerar a menstruação, proteger contra o aborto espontâneo e dores no peito. Na África oriental, a raiz do cravo-de-defunto é consumida associada com a noz de Telfairia pedata, uma trepadeira nativa, para aliviar as dores nos órgãos sexuais. 
  • O extrato das flores, por outro lado, é utilizado pela indústria alimentícia na Europa ocidental como corante de sucos, molhos de saladas, sorvetes etc.As flores frescas também são utilizadas no tingimento de tecidos de lã, seda e até celulose para obter tons de amarelo-ouro, laranja e verde-oliva, até o bronze.Além de todas essas qualidades, o tagetes é uma excelente escolha para compor bordaduras, forrações e jardineiras. Trata-se de uma flor ao mesmo tempo singela e exuberante, cuja manutenção é tão fácil quanto sua propagação por sementes. Abaixo algumas fotos tiradas por Dagmar Laus.
Indicações: 

  • Acne, aliviar problemas pancreáticos e de ouvido, angina, aumentar a resistência imunológica, autismo, bronquite, cólicas uterinas, crianças com deficiência mental, espantar insetos (pulgões, formigas), espasmo, furúnculo, dores reumáticas, melhorar o apetite, prisão de ventre, problemas de aprendizagem, resfriado, reumatismo, sudorífico, tosse, vermes. Obs.: usado como floral: em choques emocionais, traumas, mágoas, debilidades sensoriais.
Outros usos:
  • Há também registos de uso culinário e como tingimento de tecidos. As flores secas são a matéria prima para a obtenção de um pó semelhante ao nosso “coloral”, obtido, nesse caso, da trituração das sementes de urucum. Essa “farinha” é utilizada para dar cor amarelada à comida, especialmente carne e para realçar o amarelo do ovo. Com o mesmo fim, é acrescentada na alimentação de carangueijos e salmão criados em cativeiro.
Contraindicações:
  • Não foram relatados efeitos colaterais decorrentes do uso nas bibliografias consultadas.

Tagetes minuta - Cravo-de-defunto