domingo, 25 de janeiro de 2015

Vernonia spp - Assa-peixe

Vernonia spp - Assa-peixe

  • O assa-peixe (Vernonia polysphaera) é uma planta do gênero Vernonia, nativa do Brasil, nasce em beira de estradas, esgotos e terrenos baldios. O mel das abelhas criadas junto a plantações de assa-peixe é delicioso, com sabor leve como o da laranjeira. Rica em sais minerais, diurética, a erva também tem ação balsâmica e expectorante. A folha do assa-peixe ajuda a combater as afecções da pele, bronquite, cálculos renais, dores musculares, gripes, pneumonia, retenção de líquidos e até tosse. 
Um nome popular, dadas algumas pesquisas na internet, refere-se a Aluman ou Alumã. Dizem ser uma planta muito encontrada no nordeste. Também conhecida como vassourão Seu poder medicinal tange a cura de diarréia seguida de vômitos, nausea e febre. Quando triturada no liquidificador com água, produz um suco que, quando ingerido, possui inicialmente um sabor amargo, passando posteriormente para o doce, seguido de um leve anestesiamento da boca e em seguida do corpo, conduzindo a pessoa para o descanso. Algumas horas depois o paciente acorda em bom estar. É muito utilizado no nordeste para curas de diarréia. Uma observação: é raro encontra-lo no sudeste, principalmente para a venda em casas de produtos de fitoterapia.
  • O gênero Vernonia é um dos maiores e mais importantes da família Asteraceae, sendo representada por cerca de 1.500 espécies. O assa-peixe é uma planta medicinal perene, que se espalha por meio de sementes. É uma erva nativa do Brasil, encontrada principalmente na Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. É conhecida por ser uma erva-daninha que cresce aos arredores de estradas, terrenos baldios e esgotos. Também chega a anular a lotação das pastagens (Lorenzi, 2000). A Vernonia ruficoma – Vernonia faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS). 
O assa-peixe é uma planta medicinal também conhecida como assa-peixe-branco, assa peixe, chamarrita, cambará-branco e cambará-guaçú. Inclui as espécies Vernonia ruficoma e Vernonia polyanthes.

Composição Química:
Princípios Ativos: 
  • O assa-peixe (Vernonia polyanthes) é muito utilizado na medicina popular em casos de contusões, hemorroidas, infecções do útero e bronquite. Objetivou-se com o presente trabalho avaliar o rendimento de óleo essencial e caracterizar organolepticamente folhas de assa-peixe submetidas a diferentes métodos de secagem. 
Entre os métodos de secagem avaliados, a secagem natural à sombra, em secador solar e mista (sol e sombra) foram os métodos que apresentaram maiores teores de óleo. O rendimento de matéria seca de folhas de assa-peixe, após os diferentes métodos de secagem, encontrou-se ao redor de 27,7 a 30,1%. Em todos os métodos de secagem, a cor predominante da face adaxial das folhas de assa-peixe conservou-se verde-escura e da face abaxial verde-clara. No tocante ao odor, observou-se que a secagem à sombra conservou melhor o aroma característico das folhas de V. polyanthes. 
  • Dotado de características climáticas e extensão territorial favorável à pecuária de corte, o Brasil é um dos maiores produtores de carne bovina, possui o segundo maior rebanho bovino do mundo e, nos últimos anos, vem se firmando como um grande exportador de carne bovina. Sendo assim, diante da crescente demanda mundial por alimentos, o Brasil possui posição de destaque com potencial para atuar como grande fornecedor de carne. O rebanho brasileiro é de aproximadamente 193 milhões de cabeças criadas em 220 milhões de hectares (ADEGAS et al. 2010).
O estado de Mato Grosso possui mais de 110 mil propriedades rurais voltadas para produção de gado, gerando mais de 40 mil empregos diretos e abatendo mais de 4 milhões de cabeças de gado anualmente (BIANCHI et al. 2011). 
  • A produção de bovinos de corte é baseada na utilização das pastagens sendo que, as gramíneas do gênero Brachiaria são as mais utilizadas nas áreas de pastagens cultivadas. Um dos fatores mais importantes no sucesso da atividade pecuária é o potencial de produção quantitativo e qualitativo das pastagens. Porém, as pastagens de braquiárias, apesar de seu bom estabelecimento, quando manejadas inadequadamente, acabam por apresentar grande presença de plantas daninhas. Muitas plantas daninhas não poderiam ser consideradas altamente competitivas, pois não teriam habilidade de invadir e persistir em uma pastagem bem estabelecida e manejada (CASTRO JÚNIOR et al., 2008).
A infestação por plantas daninhas, que devido à sua capacidade de interferência, reduz a produtividade das forrageiras (NORONHA et al., 2010) pode causar ferimentos e ainda ser tóxica aos animais (TUFFI SANTOS et al., 2004). O controle das plantas daninhas se torna um fator imprescindível para melhoria dos índices de produtividade da atividade pecuária, o controle pode ser realizado de diversas formas. O método químico, mediante a utilização de herbicidas, quando bem empregado, reduz os custos de mão-de-obra e pode eliminar as plantas indesejáveis nas pastagens, dependendo de seu modo de ação (PELLEGRINI et al, 2010). 
  • Segundo BARROSO et al. (2010), é importante a identificação das plantas daninhas presentes na área para a escolha adequada do herbicida, pois o mesmo mecanismo de ação difere, quanto a sua seletividade, entre as diferentes espécies de gramíneas (CIESLIK et al., 2013). No setor da pecuária os herbicidas do grupo dos hormonais têm sido os únicos usados. Esses produtos apresentam elevada persistência no solo, pois têm de promover efeito de controle das plantas daninhas por longos períodos. As principais moléculas usadas têm sido o 2,4-D e o picloram, que compõem a maioria das formulações comerciais recomendadas para pastagens (BRAGA, 2013).
O picloran pertence ao grupo químico proveniente do ácido picolínico e proporciona absorção foliar e radicular nas aplicações via toco (NUNES, 2001). Diferencia-se por intensa atividade em dicotiledôneas e por seu uso combinado em misturas com 2,4 D ou fluroxipir. Apresenta uma longa persistência no solo, podendo ser encontrado até 3 anos após a aplicação de forma pulverizada (FILHO & SILVA, 2011). 

Vernonia spp - Assa-peixe

Usos medicinais:
Propriedades medicinais: 
  • Antiasmática, antigripal, anti-hemorroidária, antilítica, balsâmica, béquica, diurética, expectorante, hemostática, tônico pulmonar. 
Dentre os diferentes estudos sobre a Vernonia polyanthes, as investigações sobre os efeitos antinociceptivos (redução da capacidade do corpo de perceber a dor, ou seja, um analgésico natural) e anti-inflamatórios do assa-peixe são particularmente importantes. Os ácidos fixos, alcaloides, aminoácidos, cumarinas, esteroides, triterpenos, antraquinonas, flavonoides, saponinas e taninos foram detectados em infusões de assa-peixe e podem ser responsáveis pelos seus efeitos farmacológicos.
  • Outro estudo realizado indicou que o assa-peixe produz efeito sobre a pressão arterial. Os resultados sugerem que a diminuição da pressão sanguínea induzido pelo extrato hidroalcoólico do assa-peixe via oral provoca redução da taxa de excreção de sódio renal pós-proximal. Assim, o presente estudo mostra que o extrato de assa-peixe é um agente de vasodilatação. O assa-peixe é rico em sais minerais. 
No Brasil, o assa-peixe é uma planta muito utilizada na medicina alternativa. Um estudo demonstrou que o extrato de assa-peixe causavam efeitos em condições de infecção urinária e taxa de fluxo urinária, enquanto melhoravam os sintomas gastrointestinais e respiratórios. Em um estudo de 2007, foi observado uma ação inibidora potente do extrato de assa-peixe sobre linhagens de Leishmania. O extrato de própolis do assa-peixe apresentou ação antimicrobiana contra o Paenibacillus larvae (um microrganismo responsável por uma doença em abelhas conhecida por “cria pútrida”, que inviabiliza as crias das colmeias). Em um estudo de Bastos et al. (2008) e Oliveira et al. (2007), foi relatado que os os extratos hidroalcoólicos de Vernonia polyanthes apresentaram significativa ação anti-micobactérias.

Indicações: 
  • Afecção da pele, afecções do útero, asma, bronquite, cálculos renais, contusões, diabete, diurética, dor muscular, gripe pulmonar, hemorróidas, litíase, pneumonia, pontadas nas costas e no peito, resfriado, reumatismo, rins, tosse rebelde, traqueobronquites. Porém nenhuma planta deve ser consumida em excesso.
Contraindicações:
  • Não foram relatados efeitos colaterais decorrentes do uso nas bibliografias consultadas.

Vernonia spp - Assa-peixe