sábado, 17 de janeiro de 2015

Rhamnus purshiana - Cáscara sagrada

Rhamnus purshiana - Cáscara sagrada

  • A cáscara sagrada (Rhamnus purshiana), também conhecida por californian buckthorn , é uma planta medicinal, originária da floresta de coníferas do noroeste da América do Norte. Tem propriedades laxativas devido aos compostos antraquinônicos presentes na planta, devido a esta razão é indicada nos casos de obstipação intestinal. Pode ser encontrada em forma de folhas para chá ou pó, geralmente vendido em cápsulas. 
A Cáscara Sagrada (Rhamnus purshiana) é uma erva medicinal utilizada pelos nativos norte-americanos desde a antiguidade cujo efeito esperado é o laxativo. Ela age provocando uma irritação intestinal que ocasiona o aumento dos movimentos peristálticos, promovendo assim a evacuação.
  • Os compostos laxativos da Cáscara Sagrada são empregados por mais de 2.000 anos para fins terapêuticos. Porém, o emprego abusivo das substâncias laxantes e os problemas de saúde ocasionados pelo seu uso excessivo tornaram-se preocupantes pela ótica profissional da saúde.A Cáscara Sagrada é recomendada para casos de constipação mais grave e para realização de alguns exames, contudo, apesar de ser um laxante de origem natural, fitoterápico, é preciso atentar ao risco de efeitos colaterais. 
O uso de laxantes para tratar a constipação intestinal é comum em crianças, jovens, idosos e mulheres na menopausa³. Entretanto, há indivíduos que abusam dessas substâncias laxativas, destacando-se aqueles que apresentam anorexia nervosa ou bulimia, ou simplesmente que sofrem de problemas relacionados ao trânsito intestinal e acreditam que somente uma dose de laxantes possa solucioná-los.
  • A prescrição de laxantes por médicos brasileiros é de, aproximadamente, em 85% dos pacientes que buscaram consulta médica queixando-se de constipação, enquanto medidas alternativas poderiam ter sido tomadas. Alguns dos laxantes prescritos podem conter substâncias que alteram as funções motoras, absortivas e secretórias do trato gastrintestinal causando diarreia,desidratação e má nutrição. Evidências científicas apontam que a Cáscara Sagrada deve e pode ser prescrita como laxante, mas somente nos casos em que realmente há impossibilidade de evacuação mesmo com as intervenções nutricionais.
Literalmente, a cáscara-sagrada quer dizer “casca sagrada”, um nome dado por hispano-americanos que observaram americanos nativos utilizarem a planta. A Rhamnus purshianaé um arbusto nativo da América do Norte. Esta árvore cresce cerca de 20 metros de altura, sendo caracterizada pela casca de tom marrom-avermelhada e folhas finas com bordas finamente serrilhadas. Esta árvore produz frutos que são vermelhos quando jovens e ficam roxos ou pretos quando maduros. Cada fruta contém três sementes. Cresce principalmente em solo úmido e ácido. A espécie Rhamnus purshiana faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), constituída de espécies vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse do Ministério da Saúde do Brasil.

Propriedades Químicas:
  • A sociedade humana carrega em seu bojo uma série de informações sobre o ambiente onde vive, o que lhe possibilita trocar informações diretamente com o meio, saciando assim suas necessidades de sobrevivência. Neste acervo, encontra-se inserido o conhecimento relativo ao mundo vegetal com o qual estas sociedades estão em contato. Assim, a busca e o uso de plantas com propriedades terapêuticas é uma atividade que vem de geração a geração, descritos com o intuito de preservar essa tradição milenar e atestada em vários tratados de fitoterapia. (CORREA JUNIOR, 1991). 
Deste modo, plantas são usadas como o único recurso terapêutico de uma parcela da população brasileira e de mais de 2/3 da população do planeta. Os principais fatores que influenciam na manutenção desta prática são o baixo nível de vida da população e o alto custo dos medicamentos. Dessa forma, usuários de plantas de todo mundo, mantém em voga a prática do consumo de fitoterápicos, tornando válidas algumas informações terapêuticas que foram acumuladas durante séculos. . (NEWALL et al., 2002).
  • É inegável, no entanto, que o uso popular e mesmo tradicional não são suficientes para validar as plantas medicinais como medicamentos eficazes e seguros. Nesse sentido, as plantas medicinais não se diferenciam de qualquer outro xenobiótico sintético, e a preconização ou a autorização oficial do seu uso medicamentoso deve ser fundamentada em evidências experimentais comprobatórias de que o risco a que se expões aqueles que a utilizam é suplantados pelos benefícios que possam advir. (BRASIL, 1995). 
As exigências, na construção de um conhecimento cientificamente aceito sobre plantas medicinais, tanto no contexto de descobertas e validação quanto no contexto de aplicação, tem entrado às vezes em conflito com o saber popular. Em outras situações tem havido a busca de diálogo entre os representantes do conhecimento popular e científico. Isto talvez ajude a explicar porque o Brasil com sua mega-diversidade e inúmeros trabalhos acadêmicos sobre plantas medicinais é insipiente na produção de medicamentos fitoterápicos. (NEWALL et al., 2002). Assim sendo, este projeto de cunho informativo através de radiodifusão, visa buscar pontos de diálogo e controvérsia entre os representantes do conhecimento popular e científico, procurando divulgar os resultados de pesquisas técnicas como também, resgatar a utilização popular de variedades medicinais, sempre primando pela eficácia e segurança destas preparações. 
  • As primeiras descrições sobre plantas medicinais feitas pelo homem retomam as escrituras e ao Papiro de Ébers. Este papiro foi descoberto e publicado por Georg Ebers, sendo traduzido pela primeira vez, em 1890, por H. Joachin. Esse material foi encontrado nas proximidades da casa mortuária de Ramsés II, porém pertence à época da XVIII Dinastia, no Egito, e relata aproximadamente 100 doenças e um grande número de drogas da natureza animal, vegetal ou mineral. (VILELA, 1977). 
Esse material, talvez tenha sido uma das primeiras exposições sobre o uso de produtos naturais na cura de moléstias. (VIEGAS, 2006). Durante o período anterior à Era Cristã que ficou conhecido como civilização grega, vários filósofos podem ser destacados por suas obras história natural. Dentre esses destacam-se Hipócrates, considerado o pai da medicina moderna, que se caracterizou por tomar a natureza como guia na escolha de remédios (Natura medicatrix) e o Teofrasto (372 a.C), discípulo de Aristóteles. É seu o registro da utilização da espécie botânica Papaver somniferum, planta cujo princípio ativo é a morfina [Documentos sumerianos de 5.000 a.C. referem-se à papoula e tábuas assíricas descrevem suas propriedades]. (VALLE, 1978). Evidências arqueológicas mostram que o uso de drogas vegetais era amplo em culturas antigas. Nozes de bétele, uma planta aromática que contém substâncias psicoativas, eram mascadas há 13 mil anos no Timor; artefatos descobertos no Equador estendem o uso das folhas de coca a 5000 anos atrás; a civilização árabe, no século VII, descreveu o emprego dos purgativos e cardiotônicos de origem vegetal; as culturas americana, especialmente a Inca, Asteca, Maya, Olmeca e Tolteca consignaram á civilização moderna a quina, a ipecacuanha, a coca e muitas outras drogas vegetais de valor terapêutico, até hoje indispensável a medicina moderna (MARINIBETTÒLO, 1974).
  • No Brasil, a primeira descrição sobre o uso de plantas como remédio foi feita por Gabriel Soares de Souza, autor do Tratado Descritivo do Brasil, de 1587. Esse tratado descrevia os produtos medicinais utilizados pelos índios de “as árvores e ervas da virtude”. Com vinda dos primeiros médicos portugueses ao Brasil, diante da escassez, na colônia, de remédios empregados na Europa, perceberam a importância das plantas utilizadas pelos indígenas como medicamento. (VEIGA, 2002). 
Desde então, populações de todo o mundo tem usado tradicionalmente, ao longo dos séculos, plantas na busca por alívio, cura de doenças e controle de pragas. (CUNHA, 2004). Essas espécies utilizadas na sabedoria popular têm se tornado objeto de estudo em muitos países e tem se tornado uma fonte importante de produtos naturais biologicamente ativos, que podem resultar na descoberta de novos fármacos, para as mais diversas doenças. Atualmente, cerca de 13.000 plantas são usadas como fármacos ou para a síntese de moléculas medicinais. (MING, 1998).
  • Estratégias modernas, na descoberta de novos fármacos na década de 80, baseadas no mecanismo de ação e modelagem molecular (computer assisted drug design, CADD), que permitam prever e explicar, ao menos teoricamente, as propriedades farmacologias das moléculas. (YUNES, 2001). Essa mudança fez com que o estudo com plantas medicinais, pelo meio científico, indústria farmacêutica e órgãos de fomento, ficasse em segundo plano, embora grande parte da população dos países em desenvolvimento continuasse usando plantas ou preparações destas nos cuidados básicos de saúde.
Embora a medicina moderna esteja bem desenvolvida, atualmente, um sentimento geral de decepção com a medicina convencional e o desejo de adotar um estilo de vida “natural” tem levado à utilização crescente de outras formas de terapia, inclusive em países desenvolvidos. Dentro deste contexto, a Organização Mundial da Saúde (OMS), reiterou o compromisso em estimular o uso da medicina tradicional e medicina complementar para o período 2002-2005. Por sua vez, o Brasil em 2005, através do SUS, propõe a inclusão das plantas medicinais e fitoterapia como opções terapêuticas no sistema público de saúde. Contanto que esses produtos a base de plantas atendam a legislação vigente. (BRASIL, 2006).
Glicosídeos:
  • Glicosídeo compreende uma classe de substâncias químicas formadas pela união de moléculas de glúcido - glicídeos, gliconas ou "oses" (geralmente um monossacarídeo) - e um composto não glucídico, também chamado de aglicona.
Os glicosídeos também são conhecidos por "heterosídeos" e podem desempenhar funções importantes nos organismos vivos. Muitas plantas biossintetizam e armazenam substâncias químicas sob a forma de glicosídeos inativos, que podem ser ativados por hidrólise enzimática liberando a aglicona (geralmente um metabólito secundário) e a glicona. Entretanto, alguns glicosídeos podem ser sintéticos ou mesmo semi-sintéticos.
  • Os vegetais biossintetizam uma gama enorme de glicosídeos, os quais podem ser subdivididos em quatro grandes categorias de acordo com o tipo de átomo da aglicona que se une a uma glicona através de uma ligação glicosídica (com consequente perda de uma molécula de água): O-, C-, N- e S-glicosídeos. Os mais comuns são os O-glicosídeos, onde a ligação glicosídica é formada a partir de um grupamento hidroxila da aglicona e outro da molécula de açúcar , como mostra a estrutura química ao lado.
Como classes ou categorias de glicosídeos, podem ser citados os cardiotônicos, os cianogenéticos e os antraquinônicos. Também é comum citar o nome da classe da aglicona precedido da palavra heterosídeo ou glicosídeo, como por exemplo "glicosídeos flavonóides", indicado na estrutura ao lado. Outros glicosídeos possuem nomes próprios e já fica subentendido que existe uma aglicona ligada a uma ou mais oses, como é o caso dos taninos hidrolisáveis e das saponinas .
  • Muitos glicosídeos são importantes na terapêutica e estão presentes em plantas medicinais, tais como os cardiotônicos, destacando-se a digitoxina isolada de espécies do gênero Digitalis, no caso a D. purpurea, conhecida como dedaleira, e a digoxina, isolada de D. lanata.

Trealose - Glicosídeo - heterosídeo

  • Trealose, também conhecida como tremalose, é um dissacarídeo com ligação alfa natural formado por uma ligação α,α-1,1-glicosídeo entre duas unidades de α-glicose. Em 1832, H.A.L. Wiggers descobriu a trealose no esporão-do-centeio, e em 1859 Marcellin Berthelot isolou-a a partir de maná trehala uma substância produzida por alguns carunchos, e chamou-lhe trealose . Pode ser sintetizada por fungos, plantas, e animais invertebrados. Está implicada na anidrobiose - a capacidade de alguns animais e plantas resistirem a períodos prolongados de dessecação. Tem grande capacidade de retenção de água, sendo utilizada no fabrico de alimentos e cosméticos. 
Pensa-se que este açúcar forme uma fase de gel à medida que as células desidratam, o que evita a disrupção dos organelos celulares internos, fixando-os na sua posição. A reidratação permite então a retoma da atividade celular normal sem os grandes e letais danos que normalmente se seguiriam a um ciclo de desidratação/reidratação. A trealose tem ainda a vantagem adicional de ser um antioxidante. A extração da trealose era um processo difícil e caro, mas recentemente, uma técnica de extração a partir do amido, desenvolvida pela empresa japonesa Hayashibara, permite a produção em massa e a baixo custo.

Propriedades Medicinais:
  • A cáscara-sagrada é uma planta extremamente amarga que estimula secreções tônico-digestivas. A planta é o principal ingrediente em laxantes naturais que são vendidos em farmácias, sendo considerada a mais eficaz das ervas para a limpeza do cólon. A cáscara-sagrada é um laxante suave, atuando principalmente no intestino grosso. É considerada adequada para pessoas com saúde mais frágil e idosos e pode trazer benefícios no tratamento da constipação intestinal crônica, sendo geralmente administrada na forma de fluido. 
A cáscara-sagrada é combinada com algumas ervas de efeitos carminativos, como é o caso da erva-doce, funcho e cominho. As antraquinonas presentes na cáscara são irritantes e aumentam os movimentos peristálticos do intestino. As cascas secas e mais antigas da cáscara-sagrada são muitas vezes prescritas para prisão de ventre crônica. A cáscara contém antraquinonas (cascarosides A e B), que são transformados pelas bactérias intestinais em substâncias que agem sobre os nervos do trato intestinal, ajudando a eliminar as fezes.
  • A melhor forma de se usar a cascará-sagrada é antes de dormir, de forma que os efeitos da erva medicinal ocorram logo pela manhã. A planta é efetiva depois de usada após um determinado período. Na medicina popular, a lavagem com a cáscara é utilizada para tratar lesões de herpes. A tintura da planta é aplicada a unhas para impedir que crianças mordam as pontas dos dedos. A cáscara-sagrada aumenta a secreção de bílis da vesícula biliar e por isso, tem sido utilizada para quebrar e prevenir os cálculos biliares. 
Há muitos anos utilizam-se compostos laxantes para solucionar problemas de saúde como constipação intestinal, destacando-se os laxativos naturais.Constipação refere-se a uma situação inconstante nos hábitos intestinais, onde a motilidade intestinal é prejudicada de forma com que haja dores, dificuldade de evacuar e até mesmo a interrupção da defecação.
  • A dieta pode ser descrita muitas vezes como a principal causa da constipação. A constipação crônica é definida como a incapacidade de evacuar, seja por longos períodos ou por um tempo passageiro. A constipação intestinal tem definições e padrões diferentes variando de autores e datas. Alguns remetem a responsabilidade ao ritmo da vida atual, outros se concentram em encontrar explicações para a elevada prevalência de constipação devido à má alimentação (consumo insuficiente de fibras, horários de estudo e trabalho maiores, alimentação em horários impróprios, falta de tempo para a realização de necessidades primárias). 
Os laxantes, em geral, funcionam estimulando de modo artificial o intestino grosso para esvaziá-lo e, no processo natural metabólico, isto só ocorre posteriormente à absorção dos nutrientes e água. O uso constante de laxantes estimula uma elevada perda hídrica, o que pode conduzir a desnutrição grave. A perda de peso tão desejada e notada é relacionada a um transtorno do balanço eletrolítico, onde o organismo funciona para reter água. O edema, na maioria das vezes, pode se tornar evidente e levar a pessoa a perseguir um ciclo vicioso e sem fundamento.
  • Um dos laxantes mais utilizados conhecidos como natural é a Cáscara sagrada, (Rhamnus purshiana), sua árvore é encontrada em abundância de maio até fins de novembro e início de dezembro, sendo originária das regiões montanhosas dos Estados Unidos e Canadá, porém o seu consumo tornou-se mundial. 
Os aspectos principais para a identificação da árvore são a falta de mucilagem nas folhas, a rigidez do parênquima das folhas, o formato geralmente é oval e a árvore é capaz de dar frutos minúsculos que se apresentam em tons de vermelho. A altura da árvore pode atingir até dez metros.
  • A Cáscara Sagrada vem sendo usada há muitos anos por tribos indígenas norte-americanas. O seu emprego era feito de forma empírica e era passado de geração a geração, utilizando somente a casca dessecada. Desde essa época, a casca fresca já era evitada, pois contém glicosídeos de tipo emodina que aumenta o efeito laxativo. 
Normalmente, espera-se em torno de um ano para que o envelhecimento ocorra e que haja a conversão dos glicosídeos emodina para glicosídeos monoméricos oxidados, tornando seus efeitos de certa forma mais brandos.
  • A Cáscara Sagrada está inserida num grupo de plantas que são categorizadas como laxantes irritantes devido a presença de compostos catárticos e purgantes que provocam contrações no cólon, com consequente aumento dos movimentos peristálticos. Atualmente ela é indicada em casos de constipação intestinal grave, sendo encontrada com facilidade em qualquer drogaria no nosso país. 
Devido aos compostos antracênicos, a Rhamnus purshiana se comporta como colagogo (operando sobre a vesícula biliar), hipocolesterolemiante, laxante (quando usada em doses baixas) e purgante (em doses maiores). Suas propriedades são valorizadas em casos extremos pela sua eficiência na limpeza e desintoxicação do cólon. Alguns profissionais da área de saúde já a usam em programas de limpeza antes da cirurgia ou para exames referentes ao intestino.
  • Um estudo avaliou se realmente ocorria a alteração anatômica do cólon posterior ao uso crônico de laxantes estimulantes, como a Rhamnus purshiana. Esse estudo foi desenvolvido em duas partes, onde na fase inicial se constituiu dois grupos de pacientes com constipação crônica. 
O primeiro grupo fazia o uso de algum laxante estimulante e o segundo grupo estava isento de medicamentos dessa linha. O uso crônico de laxantes estimulantes foi definido pelos pesquisadores como a ingestão mais de três vezes por semana durante um ano. Para confirmar os resultados desse estudo, todos os pacientes, foram submetidos a exame de enema opaco (estudo radiológico contrastado do intestino grosso). A perda de marcações das pregas austrais ocorreu em 40,5% dos usuários de laxante estimulante e nenhuma perda foi relatada nos pacientes que não se submeteram ao uso de laxantes estimulantes.
  • Os autores puderam então concluir que em longo prazo os resultados baseados no uso de laxantes estimulantes causaram alterações anatômicas no cólon caracterizadas pela perda de pregas austrais, o que sugere lesão neuronal ou danos à musculatura longitudinal do cólon causado pelos estímulos forçados dos movimentos peristálticos. 
Deve-se considerar que alguns efeitos secundários provocados pelo uso da Cáscara Sagrada, são intensos, sendo o mais comum e frequente a dor de estômago. Outros efeitos colaterais podem aparecer logo na segunda dose e estes podem incluir cólicas abdominais, diarreias severas e náuseas. Devido ao efeito laxante ser agressivo à mucosa intestinal, a Cáscara sagrada quase sempre causa diarreia severa, que resulta em graves deficiências de líquidos, desequilíbrio eletrolítico, vitamínico e mineral em grande escala para o indivíduo.
  • Uma deficiência de nutrientes essenciais pode ser o resultado de vários fatores, destacando-se a absorção deficiente do intestino dos alimentos ingeridos ou a perda excessiva de nutrientes por processos como a diarreia, principais sintomas já relatados por usuários da Cáscara Sagrada. A diarreia severa pode fazer surgir o quadro de desnutrição num indivíduo antes saudável porque tende a diminuir a absorção de gorduras, algumas proteínas e tantos outros nutrientes essenciais ao metabolismo. 
A Cáscara Sagrada é contra indicada para pessoas que sofrem de doenças crônicas intestinais, apendicite, doença de Crohn, sangramento retal e colite ulcerativa. Há suspeitas de que o uso crônico de Cáscara Sagrada também pode causar uma doença chamada Melanose coli, que é uma doença que se caracteriza como distúrbios das funções intestinais, geralmente iniciando-se com uma leve constipação. A ingestão crônica de laxantes causa danos futuros para as células do epitélio intestinal, cuja intensidade parece ter relação com a maior pigmentação epitelial.
  • O uso crônico de laxantes ainda pode provocar alterações neurológicas e musculares que não curam a constipação e agravam e a transforma em permanente. Quando existe a possibilidade de haver várias lesões nos plexos mioentéricos, cresce as chances de se causar dismotilidade permanente no indivíduo. 
Não se recomenda que mulheres em períodos de menstruação, grávidas ou em lactação façam o consumo da Cáscara Sagrada, assim como as pessoas que sofrem ou estão em processos inflamatórios intestinais, porque a ingestão de laxantes contendo antranóides por menor que seja pode resultar em uma agravação da constipação.
  • Casos de maior extremidade relataram disfunção cardíaca e também neuromuscular, especialmente quando existia o uso de medicamentos que causavam interações medicamentosas.Algumas drogas associadas podem causar hipocalemia (diminuição de nível sérico de potássio) porque a absorção de potássio pode ser prejudicada e os líquidos intracelulares e extracelulares estarão diminuídos. 
Na mídia, há uma grande alusão aos corpos esculturais, onde é crescente no Brasil o número de revistas com temas abordando saúde e boa forma, por exemplo. Quando falamos de propaganda adequada de medicamentos, visamos àquela que preza pela divulgação de informações que não incentivem a automedicação e infelizmente, quando falamos de laxantes ou de produtos emagrecedores não é isso que ocorre.
  • De acordo com a ANVISA, entre os grupos de medicamentos mais anunciados estão produtos para pele ocupando 24% dos anúncios, os laxantes ocupam 23%, vitaminas 22% e outros ficam divididos entre 31%, o que nos remete a pensar o quanto as propagandas são responsáveis pela automedicação e em como elas sabem atuar como apelo emocional. A Cáscara Sagrada foi vinculada durante um bom tempo no meio virtual como emagrecedor, o que não se confirma. Há uma grande perda de água e nutrientes, dando ao indivíduo no primeiro impacto uma sensação emagrecedora, sendo esta falsa. 
Estudos evidenciam que quanto maior a escolaridade e a renda per capita do indivíduo, a pressão ao seu redor e as cobranças para que emagreça serão maiores. A procura da aceitação estética parte principalmente dos adolescentes, sejam eles de classe baixa, média ou alta, e é esse público o que tem maior acesso aos ideais predispostos na mídia e à vinculação das propagandas que prometem emagrecimento rápido.
  • Algumas pessoas são capazes de estimular o aparecimento de sintomas e reações tais como: constipação, disbiose, pirose e prisão de ventre.Os profissionais de saúde devem se atentar aos modismos e empregos errôneos de medicamentos. 
O Governo Federal, em 30 de junho de 2010, anunciou conhecer a necessidade de fornecer maiores informações à população quando falamos de fitoterápicos. Essa intervenção do governo ocorreu principalmente porque houve uma recente inclusão de algumas plantas no Sistema Único de Saúde, dentre elas, a Rhamnus purshiana. Porém, a Cáscara Sagrada recebeu inúmeras críticas por parte de pesquisadores e profissionais da área de saúde. Eles alegam que catárticos, como a Cáscara Sagrada podem causar dependência, como ocorre com os antidepressivos e ansiolíticos tradicionais. Seu uso para tratar qualquer tipo de desconforto intestinal ou constipação não frequente, pode ser contra indicado por causar irritação intestinal e até mascarar outros problemas no órgão, assim como agravar disfunções intestinais já existentes e não descobertas.

Contraindicações:
  • A cáscara-sagrada não deve ser utilizada em casos de dores abdominais ou diarreia. Mulheres grávidas ou em fase de amamentação só devem utilizar a cáscara sob recomendação médica. O uso deve ser interrompido em casos de diarreia ou fezes aquosas e a planta não deve ser utilizada acima das doses recomendadas ou por longos períodos de tempo. 
Não é recomendada para pessoas que tenham apendicite, doença de Crohn ou colite ulcerativa. Em caso de cãibras, a dose deve ser reduzida. Também deve ser evitada em casos de úlceras, irritação intestinal, colite e hemorroidas. O cáscara-sagrado nunca deve ser utilizada fresco. O uso da planta fresca pode causar efeito purgante, provocando espasmos intestinais e vômitos, por isso é extremamente recomendado comprar a cáscara-sagrada devidamente cultivada e tratada. A erva é envelhecida durante pelo menos um ano antes de poder ser utilizada, para quebrar a composição de antrona e reduzir o possíveis efeitos colaterais, como dores abdominais.

Rhamnus purshiana - Cáscara sagrada