Catalisador da Indústria Petroquímica.
- O molibdênio (do grego molybdaina, chumbo) é um elemento químico de símbolo Mo de número atômico 42 (42 prótons e 42 elétrons) e de massa atômica igual a 96 u. Na temperatura ambiente o molibdênio encontra-se no estado sólido.
É um metal de transição encontrado no grupo 6 (6B) da Classificação Periódica dos Elementos. Foi descoberto em 1782 pelo sueco Peter Jacob Hjelm. É um elemento químico essencial sob o ponto de vista biológico, e na industria é muito usado na forma de ligas metálicas, principalmente no aço.
Características principais:
- O molibdênio é um metal de transição. O metal puro é de coloração branco prateado e muito duro; além disso, tem um dos pontos de fusão mais altos entre todos os elementos puros. Em pequenas quantidades, é aplicado em diversas ligas metálicas de aço para endurecê-lo e torná-lo resistente à corrosão.
Por outro lado, o molibdênio é o único metal da segunda série de transição cuja essencialidade é reconhecida do ponto de vista biológico; é encontrado em algumas enzimas com diferentes funções, concretamente em oxotransferases (função de transferência de elétrons), como por exemplo a xantina oxidase, e na nitrogenase (função de fixação de nitrogênio molecular ).
- Aproximadamente dois terços do molibdênio consumido é sim empregado em ligas metálicas. O uso deste elemento remonta da Primeira Guerra Mundial, quando houve uma forte demanda de wolfrâmio, que começou a escassear, e havia necessidade de aços muito resistentes.
O molibdênio passou a ser usado na produção de ligas de alta resistência, que suportassem bem temperaturas elevadas e resistissem à corrosão. Estas ligas são usadas na construção de peças para aviões e automóveis.
- O molibdênio é usado como catalisador na indústria petroquímica. É útil para a eliminação do enxofre.
- O 99Mo é empregado na indústria de isótopos nucleares.
- É empregado em diversos pigmentos (com coloração alaranjada) para pinturas, tintas, plásticos e compostos de borracha.
- O dissulfeto de molibdênio (MoS2 ) é um bom lubrificante e pode ser empregado em altas temperaturas.
- O molibdênio pode ser empregado em algumas aplicações eletrônicas, como nas telas de projeção do tipo TFT.
- Na forma de fios podem ser utilizados para usinagem por eletroerosão de corte a fio (fast-cut).
História:
- O molibdênio não é encontrado livre na natureza e seus compostos foram confundidos com compostos de outros elementos (carbono e chumbo ) até o século XVIII.
Em 1778 Carl Wilhelm Scheele reagiu o mineral molibdenita (MoS2 ) com ácido nítrico obtendo um composto com propriedades ácidas que chamou de "acidum molibdenae" (a palavra molibdênio provém do grego "molybdos" que quer dizer como o chumbo, pois era confundido com este elemento). Em 1782 Hjelm isolou o metal impuro mediante a redução do composto anterior com carbono.
- O molibdênio foi usado muito pouco, apenas em laboratório, até finais do século XIX, quando uma empresa o empregou como agente ligante e observou as boas propriedades destas ligas contendo molibdênio.
Obtenção:
- A principal fonte de molibdênio é o mineral molibdenita (MoS2 ). Também pode ser encontrado em outros minerais como na wulfenita (PbMoO4) e na powellita (CaMoO4). O molibdênio é obtido da mineração de seus minerais e como subproduto da mineração do cobre; estando presente nos minérios entre 0.01 e 0.5%.
Aproximadamente a metade da produção mundial de molibdênio se localiza nos Estados Unidos.
Papel biológico:
- É o único elemento da segunda série de transição cuja essencialidade é reconhecida. O molibdênio é encontrado na natureza na razão de partes por milhão (ppm). É encontrado numa quantidade importante na água do mar na forma de molibdatos (MoO42-), e os seres vivos podem absorvê-lo facilmente desta forma.
O molibdênio se encontra no chamado cofator de molibdênio (coMo) em diferentes oxotranserases, com a função de transferir átomos de oxigênio da água (H2O) que por sua vez produz a transferência de dois elétrons. Algumas das enzimas que contém este cofator são a xantina oxidase que oxida a xantina a ácido úrico, a aldeído oxidase que oxida aldeídos, assim como aminas e sulfetos no fígado, a sulfito oxidase que oxida sulfitos no fígado, e a nitrato redutase, importante no ciclo do nitrogênio nas plantas.
- Também se pode encontrar um cofator de ferro e molibdênio em enzimas chamadas nitrogenases. Estas nitrogenases intervém na fixação do nitrogênio molecular atmosférico no ciclo de nitrogênio de bactérias e outros micro-organismos.
A deficiência de molibdênio no organismo pode produzir graves problemas, porém é encontrado em todos os alimentos tornando esta deficiência muito rara.
Isótopos:
- O molibdênio tem 6 isótopos estáveis e cerca de duas dezenas de radioisótopos, a maior parte com tempos de vida média da ordem de segundos. O 99Mo se usa em geradores de 99Mo / 99mTc para a indústria de isótopos nucleares.
Estima-se que este mercado de produtos de 99Tc mova aproximadamente 100 milhões de euros ao ano.
Molibdenita